KING ②

18

  Doe***

Nunca mais eu seria capaz de olhar uma moto, uma casa com colunas, ou alguém com tatuagens sem lutar por ar.

Foi só por causa de William que eu não queria estar morta também. Ele era à única razão pela qual eu era capaz de me levantar pela manhã e plantar os pés no chão.

Eu amei a minha tatuagem nas costas mais do que nunca porque Harry a tinha dado a mim e isso era algo que eu levaria comigo para sempre, uma parte permanente dele.

Uma idéia surgiu em minha mente e tomou conta dela. Não havia como tirar da cabeça e não havia nada que eu não faria para que isso acontecesse. Porque, pela primeira vez desde que descobri que Harry estava morto, um pedaço de esperança surgiu através da nuvem do meu desespero.

...

Levei uma eternidade para me lembrar onde era a casa que Harry tinha me levado, quando ele tinha estacionado e nós tinhamos esperado, apenas para que ele visse sua menina de longe.

Eu só tinha visto a parte de trás da casa e com apenas uma vaga lembrança de onde ela ficava. Levei boa parte da manhã até finalmente a encontrar.

Eu me lembrei de que filhos adotivos sob guarda da justiça, são movidos de lugar para lugar o tempo todo. E a possibilidade era alta de ela não estar mais lá. Mas eu tinha que tentar de qualquer maneira.

Eu fiquei esperando do outro lado da rua, pelo que pareceram horas no calor escaldante. Quando a porta da frente se abriu e saiu uma mulher de cabelos curtos segurando as mãos de duas crianças pequenas aproximadamente da mesma idade.

Entre a imagem na cômoda de Harry e o pequeno vislumbre que tive dela no único dia que eu a vi, eu a reconheci imediatamente.

Maggie. A mulher colocou as crianças em uma minivan que estava esperando. Os segui até um edifício onde outros homens e mulheres deixavam os seus filhos na porta. Uma placa de madeira, quase ilegível, tendo sido desbotada pelo sol, mas mostrou que o lugar era chamado de Center Mary e Day Children.

A mulher que trouxe Maggie parou para descer as crianças. Eu esperei até que ela partisse para fazer a minha aparição.

Eu tentei fazer o meu melhor para minha apresentação, desamassar a saia na altura do meu joelho com as palmas das minhas mãos, mas não havia nada que eu pudesse fazer depois de horas andando e esperando.

Corri meus dedos pelo meu cabelo e respirei fundo.

Sinos soaram quando entrei pela porta. Sons de crianças rindo e chorando encheu através do ar. Cheirava a desinfetante e açúcar.

- Posso te ajudar? - perguntou uma mulher rechonchuda de olhos brilhantes sentada atrás de uma divisória.

Eu armei o maior e mais brilhante sorriso que poderia mostrar.

" Você consegue fazer isso. "

- Tenho certeza que pode, minha senhora. Eu farei faculdade no outono e eu estou procurando uma creche para meu filho. Eu estava esperando conseguir visitar suas instalações. - eu disse docemente.

A mulher examinou meu rosto como se ela estivesse esperando eu dissesse que era uma piada.

- Você é apenas um bebê ainda. - ela brincou. - Você não é velha o suficiente para ter seus próprios filhos. - seus olhos eram suaves e sábios.

- E eu não sei. - eu concordei. - Você poderia me mostrar às instalações de vocês? - eu pressionei.

Ela balançou a cabeça e moveu alguns papéis sobre a mesa.