♥ CAPITULO 52 ♥

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- Ainda não acredito que você vai me abandonar. - Emile diz fazendo bico.

Eu voltei de São Paulo hoje pela manhã e tínhamos marcado pra assistir um filme, e é isso que estamos tentando fazer.

- Mi, eu não vou te abandonar. Vou vim te visitar sempre que der. - digo abraçando ela de lado no sofá.

- Primeiro você me trocou pela Manu e agora pelo Gustavo. - finge estar chateada, mas eu sei que no fundo ela está torcendo por mim.

Conto a ela sobre nossa casa e sobre o casamento surpresa.

Ela ignorou completamente sobre a casa e fez um comentário zombeteiro sobre fazer um casamento surpresa. Eu sei que é difícil para ela conversar sobre nos separarmos, ela até aceitou que o Gustavo viesse morar aqui e ela com o Rafa, mas não é a mesma coisa que mudar de estado.

- Vocês não cansam dessas surpresas? Quem já viu casamento surpresa? - zoa e eu rio.

- Vai ser incrível e eu quero que você e o Rafa sejam nossos padrinhos.

- Fazer o que né? Ta na chuva é pra se molhar. - revira os olhos e eu meto a almofada nela.

- Não fala assim do meu casamento. - resmungo.

- Você sabe que eu estou brincando, né? Eu te desejo o melhor e que vocês sejam muitos felizes. – toca na minha barriga. – Mesmo que pra isso tenha que ficar tão longe de mim. – fico emocionada e uma lágrima escorre dos meus olhos.

Se eu pudesse escolher, eu não me mudaria, mas não posso deixar Gustavo perder uma oportunidade dessa e também não posso ficar longe. Então essa foi a melhor decisão.

- Vou estar longe, mas sempre vou estar perto. Te amo Mi. - beijo seu rosto.

Escolhemos uma comédia romântica e ficamos deitadas assistindo o filme "a verdade nua e crua". Rimos bastante com os protagonistas.

O celular toca, aparecendo a foto do meu futuro marido.

- Oi amor. - atendo já morrendo de saudades.

- Vamos sair à noite?

- Sair? - olho para Emile que esta fazendo sinal negativo.

Eu fico sem entender e ela pega o celular da minha mão.

- Olha aqui hoje a Cá é minha! Já basta você querer levar ela pra longe de mim. Se você aparecer aqui, vai ficar do lado de fora. - dito isso ela desliga o celular, me deixando de boca aberta.

- Nem me olha assim. - ela senta no sofá. - Vocês tem que guardar energia pra lua de mel.

- Mas ele não sabe. - retruco.

- Invente qualquer coisa, mas não pode ficar se encontrando e nem dormindo com ele até sábado, entendeu? - pergunta seria, e ai de mim se contestar. Quando Emile põe algo na cabeça, já viu!

Eu precisava organizar umas coisas para o casamento que vai ser daqui uma semana e Emile vai me ajudar.

Ligo para Clarissa para saber do Buffet, e já está tudo confirmado e aproveito e marco para nos encontrarmos daqui a meia hora na loja de noiva, para escolhermos os nossos vestidos.

Ligo para o DJ, indicado pela organizadora do Buffet e por sorte ele vai estar livre no próximo sábado.

◊◊◊◊◊

Já tinha provado vários vestidos e nenhum me coube tão bem, quanto esse último. Saio do provedor e as duas ficam estáticas, olhando aquela peça no meu corpo, me deixando sem jeito.

- Ca, esse está perfeito! - Emile fala batendo palmas.

- Concordo. Você está linda. - Clarissa completa com um sorriso largo no rosto.

Realmente aquele era O vestido. A princípio eu queria um curto e simples, mas esse está mais que perfeito. Ele também serve para casamento na praia e é muito leve combinando perfeitamente com a ocasião.

A gola vinha ate o pescoço, deixando o ombro de fora, e o tecido é todo em um bordado belíssimo, seu comprimento é até o meio das coxas e por cima tem um tecido fino e transparente, dando uma delicadeza e uma sensualidade sem igual, pois minha perna fica toda de fora.

- Vocês não acharam vulgar não? – pergunto olhando minhas coxas de fora. Gustavo vai querer me matar por isso.

- Amiga, é um casamento na praia e não esta mostrando nada demais ai. – minha amiga diz.

- Catarina desencana, vai ser seu dia, o importante é você se sentir linda. – Clarissa me dar forças. – sorrio para as duas concordando com elas.

Por fim, levamos ele, mais dois vestidos de madrinha e mãe do noivo. Afinal elas também têm que esta elegante.

Já estava tudo pronto, só faltava chegar o dia e tudo ser realizado como o esperado.

Fomos para uma lanchonete do outro lado da rua antes de voltarmos para casa. Estava pedindo um cappuccino com torradas, quando Emile chama minha atenção.

- Nada de cafeína! Não quero que meu sobrinho nasça com problemas.

- Não assuste minha nora, só não pode muito. - Clarissa me defende e eu sorrio das duas.

Já estou imaginado quando o bebe nascer.

◊◊◊◊◊

Hoje era quinta e por incrível que pareça faz cinco dias que não vejo Gustavo, estão me mantendo em cárcere privado. Clarissa concordou com Emile e as duas ficam me vigiando para que eu não chegue perto dele.

Segundo Rafa ele esta achando muito estranho e está desconfiado, mas Clarissa conversou com ele dizendo que eu estava muito enjoada e não queria vê-lo e que isso é bastante normal na gravidez. Pelo que conheço de Gustavo ele não engoliu essa história, mas Rafa tem ajudado bastante e tem confirmado que isso é normal mesmo.

Enfim, estava entediada, deitada na cama, quando penso em uma coisa.

- Miiiii... – chamo minha amiga e peço sua ajuda.

Terminamos duas horas depois e quando Emile ia saindo do quarto, meu celular toca e eu olho suplicante para ela, para me deixar atender.

- Apenas cinco minutos. – diz séria e sai do quarto.

Eu rio pelo seu jeito, parece mais uma velha dando uma ordem ao neto.

- Oi... – digo melosa.

- Loirinha! O que esta acontecendo? Minha mãe e aquela doida esvarrida proibiu eu te ver. – diz chateado.

- Eu sei. – digo triste e com pena. Pra mim é ate compreensível, pois eu sei o motivo disso tudo, mas ele deve estar imaginando várias coisas.

- Não vai falar o que esta havendo?

- Não posso, não agora. – minha vontade era de cancelar tudo e correr para seus braços, pois a saudade esta me matando e eu não sei até quando posso suportar. E se ele desistir de mim?

- Vou tentar entender, mas eu estou odiando tudo isso. Meu menino chora todos os dias de saudade. – seu comentário, me faz rir.

Segundos depois de ficar ouvindo sua respiração, digo.

- Eu também não vejo a hora de te encontrar e matar toda essa saudade. – estou de olhos fechados e lágrimas caem dos meus olhos e só percebo quando Emile entra no quarto. – Amor, tenho que desligar...

- Não faz isso Ca, por favor... – o interrompo.

- É necessário. Te amo. – desligo o celular sem esperar uma resposta, pois se eu continuasse era capaz de estragar tudo.

Viro de costas para Emile e ela entende que quero ficar só e sai do quarto, me deixando completamente melancólica e depressiva, e também a gravidez não ajuda.

- Sábado chegue logo, ou eu não sei do que sou capaz. – digo num sussurro para eu mesma antes de pegar no sono.

De Repente PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora