Round 9- Descontrole

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Jesse Ryan


Eu odiava o fato dela estar dentro da minha cabeça sem pedir minha permissão.

Ela esteve em meus pensamentos, tantas vezes que nem dava pra contar, como uma intrusa indesejada que invadia sem pedir licença e você não conseguia expulsar.

Eu odiava ter gostado tanto, da sensação da sua mão no meu rosto.

Odiava ver sua cara de medo quando ficava bravo e odiava ainda mais, vê-la se derreter quando abria meu sorriso.

Odiava estar me comportando como um maldito adolescente.

Eu odiava que ela estava entrando em minha pele, fazendo-me sentir ódio de todas essas coisas.

Eu não conseguia controlar nem meus malditos pensamentos.

Que ódio!

Não havia nenhum apaixonado aqui, o que havia aqui, era um homem que em menos de dois dias, já tinha pensado em transar com a garota do irmão, de mil maneiras diferentes. Um homem descontrolado.

Isso não se tratava de amor. Óbvio que não.
Tratava-se apenas do meu corpo estúpido querer o dela e eu não conseguia nem entender o porquê. Por que ela?

Sei lá. Não sabia.

Só sabia que essa atração física não podia existir, mas parecia que a cada olhar, toque, sorriso, a química aumentava a ponto de se tornar insuportável. E era. Por que eu não queria sentir. Caramba! Ela não era nem bonita assim, a ponto de eu estar salivando. Era boba demais, magra demais, criança demais.

Mergulhei minha cabeça debaixo do chuveiro na tentativa de afogar meus pensamentos, o corte latejando em minhas têmporas, o corte tão feio e mal costurado como minha situação.

Merda! Ela acabou com minha sobrancelha.

Depois que resisti a tentação de não mandar tudo pro espaço pela manhã, eu peguei minha moto e sai, eu tinha que sair de casa, ela estava me tratando como amigo, ela chegou a deixar até o medo de lado e teve um ataque de riso, Deus do céu, ela tinha a gargalhada mais feia do mundo.

Eu não queria essa proximidade, mas ela estava mais solta, dando respostas sarcásticas, nada da imagem da garotinha frágil que eu tinha de dias atrás, ela estava num nível tentação e estava ferrando com minha mente. E ela agia assim, sem perceber.

Sem perceber que eu era perigoso.

Que eu não era o tipo de homem que ela queria conhecer, o tipo bom. Ela não tinha noção que enquanto eu deslizava meus dedos em sua boca perfeita, na minha mente eu tecia mil pensamentos sujos.

Não era o tipo de pensamentos românticos de comprar flores e bombons, claro que não, era o tipo de maldades em que eu a dobrava no meio e a fazia gritar meu nome.

Foi por um triz.

Desliguei o chuveiro e saí, acabar com toda a água do planeta não resolveria meu problema.

Ela estava sentada na cama, mas quando me viu, seu olhar deixou o seu celular e se concentrou no meu peito.

-Dá para dar o fora, ou vai querer me ver pelado?

Perguntei ríspido. Ela corou de vergonha e saiu do meu quarto.

Porcaria! Você ficava duas horas no banheiro tentando se controlar, saía com os dedos murchos e apenas o olhar castanho da garota, ferrava com tudo.

Vesti minhas roupas e tentei me acalmar, ela não tinha culpa se eu estava em guerra comigo mesmo. Eu gostava de ficar a vontade, sem camisa, mas resolvi me empacotar e não deixar nenhum pedaço de pele visível. Se ela me olhasse podia dar merda.

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