Alguns meses depois...
Eu não sabia que ser mãe, mudaria tanto a minha vida, mas quando Bernardo chegou, foi transformando minha vida numa bagunça boa, dando um sentido novo e preenchendo um espaço que eu nem sabia estar faltando, mas que agora eu não saberia viver sem.
Minha bolsa de mão deu lugar a uma de bebê, o rock de Jesse cedeu espaço para a Galinha Pintadinha, e se alguém viesse à minha casa, provavelmente tropeçaria em algum brinquedo no meio do caminho, mas isso era o tipo de bagunça que fazia nosso coração sorri.
Depois de muitos ajustes aprendemos a conviver no meio do caos.
Por que o caos era Bernardo, e ter a vida certinha não era mais desejo de ninguém. Estávamos felizes com esse giro de 120 graus e de ver tudo por um novo ângulo.Como agora por exemplo, em que eu tinha a minha cabeça torcida para baixo e sorria olhando o meu bebê gordinho.
Bernardo estava sentado em sua cadeirinha, enquanto Jesse e eu, estávamos aqui feito dois bobos o fazendo rir.Estava sendo usada por Jesse como se fosse um peso de academia, ele me erguia no colo pra cima e pra baixo e quando simulava me deixar cair, era a hora que Bernardo ria.
— Mais um levantamento de princesa... e peraê que essa está pesada, tá muita pesada, papai.
Olhinhos azuis acompanhavam os movimentos de Jesse, ele batia as perninhas e gritava esperando o momento.
— Papai não vai aguentar Bê, ela vai cair, vai cair, vai cair e ôpa...
Jesse fingiu que iria me derrubar e Bernardo se desmanchou.
— Não caiu não, o papai pegou a princesa!
Ele jogou a cabecinha para trás e deu aquelas gargalhadas de bebê, era uma coisa tão perfeita que não tinha quem conseguisse não sorrir junto, poderia engarrafar esse som que curaria qualquer alma ferida, era um som mágico.
E minha casa estava iluminada por ela. Eu não sabia dizer, se Jesse ria mais dele ou de mim, porque cada vez que eu roncava, a risada de Jesse ficava mais alta, estávamos tendo um ataque de risos coletivo.
— Bah!
Bernardo gritou aprovando o espetáculo, graças a Deus o braço de Jesse tinha ficado bom, porque eu estava cinco quilos mais gorda e haja força para ele aguentar essa façanha.
— Mais um, Bê?
Jesse perguntou e tudo que ouvimos foram gritos agudos, Jesse me ajeitou na posição novamente e suspendeu meu corpo no ar, e eu tinha certeza absoluta, que ele repetiria isso até cansar, porque ele amava a risada de Bernardo tanto quanto eu.
E mais uma vez a risadinha encheu o ambiente, e eram coisas simples como essa, que me faziam ser, a mulher mais feliz desse mundo.
Bernardo tinha as bochechas rosadas e se mexia inquieto, essa atividade estava o cansando e provavelmente hoje ele dormiria a noite toda, o que era muito bem vindo, porque eu também queria muito brincar com seu papai.
— Vamos parar Nic, se não vamos matá-lo de tanto rir.
Jesse disse quando Bê emitiu um soluço, eu recebi um beijinho antes dele me pôr no chão, e me encaminhei para meu bebê o desprendendo da cadeirinha.
— Pa.. pa —
A pequena bolota traidora choramingou estendendo os bracinhos em direção a Jesse, ele tinha seis meses agora e estava com a barriga cheia, então, claro, que Jesse era o seu preferido, mas eu sabia que se Jesse tivesse dois pares de seios cheios de leite, com certeza eu seria colocada de escanteio.
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2º ROUND
RomantizmJesse sempre lutou com unhas e dentes por tudo aquilo que acredita. Para ele, a vitória só é saborosa quando o caminho é percorrido na base da persistência. Com metas e objetivos traçados, ele não procura distrações. Ele precisa abrir sua academia d...