Round 14-

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Eu estou caindo.

Era essa a sensação que eu sentia, com sua boca na minha. Como se eu estivesse em queda livre.

Eu não acreditava que isso estava acontecendo. Devo ter feito um "oh" no pensamento, porque sua língua já veio saqueando minha boca. Ele veio com tudo.

Eu não queria retribuir porque estava com raiva, mas me vi sem forças de me separar do seu domínio. Era mais forte que eu.

Ele me levantou do chão sem esforço nenhum, e com medo de cair, envolvi minhas pernas em sua cintura, foi a coisa mais idiota que fiz, mas meus pensamentos estavam embaralhados, eu mal raciocinava, eu só sabia sentir.

Fiquei perdida no espaço por segundos, no meio de tantas sensações, Suas mãos me apertando, sua boca me punindo, seu cheiro me enlouquecendo.
Era tudo demais.
Por que eu ainda não o afastei? Por que estou retribuindo esse beijo? Isso tem que parar agora!

Segurei seus cabelos e os puxei para trás, em seguida o mordi com força, tinha que parar aquela loucura de qualquer jeito.

A mordida piorou foi tudo, por que ele grunhiu e sua voz rouca, foi a coisa mais quente que eu já ouvi na minha vida.

Meu Deus, como faço para parar isso?

Ele se movimentou comigo em seu colo, nos dois se batendo nas coisas pelo caminho, parecendo dois desesperados, nossas bocas grudadas, minhas mãos apertando seus cabelos, uma pegação sem fim, eu estava perdidinha da silva, não sabia se estava andando ou voando.

Nunca tinha sido beijada dessa forma. Não esse beijo, que te causa sensações mistas, como se você odiasse e não pudesse viver sem a pessoa.
Eu queria matá-lo. Eu queria beijá-lo pra sempre.
E nunca, nunca o errado foi tão perfeito.
Eu era uma traidora. Eu ia queimar no fogo do inferno! E eu não estava nem aí.

Que eu me afogue em chamas.

Eu esqueci de tudo, de Charles, do meu próprio nome, esqueci até que eu estava com raiva de Jesse, eu só queria me tornar sua de uma vez por todas.
Como tudo mudou assim?
De repente fui jogada de qualquer jeito em cima da cama, ele ficou em pé me olhando e respirava com dificuldade, quando apontou novamente seu dedão para mim.
-Viu no que sou bom? Eu adoro calar a boca de uma mulher, é melhor, nunca mais pedir pra eu calar a sua, esse é o único jeito que sei-
Por mim, tudo bem, quem tá reclamando?
Olhei seu peito subindo e descendo, seu cabelo desfeito e bagunçado, estava mais bonito do que nunca e o meu corpo implorava por ele.
Nos encaramos. Será que ele estava vendo meu coração batendo na minha garganta? Será que o seu coração estava batendo tão forte quanto o meu?
-Você não parece ser um menino obediente, não tem cara de quem faz o que te pedem.

Eu disse ofegante, parecia que eu tinha corrido uns cinco quilômetros.

-Você não pediu princesa. Você me desafiou. Não sou o covarde do seu namorado. Não fujo de uma luta, seja ela qual for.

Assim que ele tocou no nome de Charles, eu me senti mal. Eu estava me comportando como uma desavergonhada. Por Deus, ele era meu cunhado, por onde andava meu juízo? Eu nem me reconhecia mais.
-Não se preocupe, Jesse. Isso nunca mais vai acontecer. Eu não quero isso.

Disse com raiva, eu estava com raiva de mim mesma, do meu corpo traidor.
-E o que te leva a pensar que eu quero?

Perguntou arqueando a sobrancelha, mas seus olhos contradiziam sua frase, pois estavam fixos nos meus lábios.

-Que bom que não quer. Então não vamos ter problemas com isso. Eu não sou esse tipo de pessoa, o tipo que trai e agride os outros. Você bagunça minha cabeça.

2º ROUNDOnde histórias criam vida. Descubra agora