- Cara, na boa, esse passeio terá que ficar para outra hora!
Eu disse, meio sorrindo, meio sério.
O cara se aproximou mais ainda, ele era menor que eu, uns dois dedos. Seus braços eram tomados por tatuagens e ele tinha uma cicatriz no rosto que ia da sobrancelha até o pescoço, era tão em linha reta, que tive certeza que alguém a colocou lá de propósito.
Bizarro
Ele então, exibiu seus dentes num sorriso tão falso quanto o meu e disse firme.
- O convite é simbólico. Entra no carro ou eu carimbo tua testa!
Ele sacou sua arma e imediatamente levantei minhas mãos para cima
- Calma cara, pedindo assim com tanto jeitinho, quem sou eu para recusar!
Eu estava um pouco sem ar, eu tinha os braços de Nicole em volta da minha cintura e ela não estava aliviando, ela me apertava pra valer.
Rapidamente, calculei minhas chances aqui.
Eu poderia desarmá-lo em segundos, eu era faixa amarela no Krav Maga e quando ele menos esperasse, estaria no chão tomando porrada, mas seria também nessa hora, que o outro cara iria matar a mim e Nicole. Ou seja, eu não tinha chances nenhuma.
- Rápido, porra!
Ele balançou o treco de metal, e eu comecei a andar. Nicole veio junto comigo, como se fosse minha segunda extensão, infelizmente, não dava para andar assim, poderia irritar o cuzão. Retirei suas mãos com cuidado e a passei para o meu lado - Vai ficar tudo bem!- Sussurrei, apertando sua mão, eu podia sentir o quanto ela estava tremendo.
Teriam que me derrubar primeiro para machucá-la.
Engraçado que todas as brigas e ofensas, sumiram da minha mente, só existia ela e eu, e a possibilidade cruel de que eu nunca mais sentisse o seu toque. O resto era insignificante.
- Não, não, você vai dirigir. A garota vai atrás com ele.
Apontou para o outro cara, que não tinha aberto a boca para nada, apenas tragava seu cigarro, como se tudo não passasse de um imenso tédio.
Cara estranho!
Hesitei. Não queria soltar a mão da Nicole por nada nesse mundo. Mas eu precisava me acalmar para não cometer nenhum ato suicida.
- Olha, pode levar o carro cara, dinheiro, celular, a porra toda, não vou dar queixa, não vou fazer merda nenhuma. Basta ir e nos deixar em paz.
Ele fez que não ouviu e empurrou Nicole
- Anda logo, vadia!
Fui tomado pela fúria, nesse instante todos os meus instintos de sobrevivência foram pra puta que pariu.
Agi levado pelo impulso, sem pensar e calcular merda nenhuma, em segundos eu estrangulei seu pulso
- Não ponha a sua pata maldita nela, caralho!- berrei, enquanto virava sua mão para trás quebrando seus ossos no processo, foi um perfeito mão de vaca que o fez gritar feito um porco.
Foda-se! Ninguém machucaria minha garota na minha frente!
- Atira nesse filho da puta, chefe! - Ele uivou, Nicole gritou, o cara fumante gritou também, fiquei tão possuído pela raiva, que não sabia nem o que estava fazendo, parecia que eu estava num inferno e tudo eram gritos.
- Ai meu Deus, Jesse!-
Ouvir a voz de pânico da Nicole, foi o que me trouxe a realidade, o cara estranho tinha suas mãos sobre ela, mas ver a arma apontada para a sua barriga, fez todo o sangue drenar do meu rosto. Fiquei em estado de choque, Todos os pelos do meu corpo ficaram em pé. Eu não conseguia nem piscar congelado pelo medo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
2º ROUND
RomanceJesse sempre lutou com unhas e dentes por tudo aquilo que acredita. Para ele, a vitória só é saborosa quando o caminho é percorrido na base da persistência. Com metas e objetivos traçados, ele não procura distrações. Ele precisa abrir sua academia d...