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Para todas as pessoas que querem muito saber quem é o sequestrador logo ❤
Votem e comentem o que estão achando ❤❤
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Penso no que aconteceu. Ele me beijou. Eu não senti raiva ou nojo ou qualquer outra coisa além de várias borboletas no meu estômago.

Ele me beijou. Mesmo eu estando suja, nojenta e chorando. Mas se ele sente algo por mim, por que não tenta me tirar daqui? Por que não foge comigo? Ou pelo menos me ajuda a fugir sozinha? Por que não me deixa ver nem seu rosto?

Estou triste. Tão triste que nem consigo ficar contente pelo beijo mesmo estando. Ele me beijou. Mas não tentou nada além disso, ele só me ajudou e falou que vai dar um jeito nisso, em toda essa situação ruim.

Ele me beijou. Mas ele não voltou mais. Já faz três dias. Eu não sei o que aconteceu, mas meu medo aumenta a cada hora que se passa. Nesses últimos dias não existiu emoções ou pensamentos, só a dor.

Queria que tudo fosse diferente. Queria que a minha mãe não tivesse morrido, queria não ter sido sequestrada ou que Zara tivesse sido assassinada. Queria ter conhecido D ao virar na esquina e bater de frente com ele. Seria tão mais fácil... Mas nada está fácil na minha vida, está tudo difícil e complicado.

Essa noite eu tive um sonho assim, sonhei que estava namorando D e apresentava ele para os meus pais, que estavam felizes e, Zara ria muito das palhaçadas que Caleb fazia durante um churrasco na minha casa. Mas foi apenas um sonho. Um sonho para lembrar o pesadelo em que estou vivendo.

E tem Caleb. Durante todo esse tempo nem parei para pensar nele, tinha acabado de iniciar um namoro com Zara e tudo isso acontece. Como será que ele está? Será que ele amava a minha irmã? Eu nunca conversei com ele, nem o conhecia direito, pra mim ele era só o crush da Zara.

Fico perdida em meus pensamentos até que ouço passos, coloco a venda e alguém abre a porta. Me encolho, o medo toma conta de mim.

—Aqui está ela— uma voz diz.

—Ela é perfeita— outra voz fala, entro em desespero.

Mais passos. A porta é fechada. Silêncio. Meu coração bate tão rápido que consigo escuta-lo.

—Então— a voz diz —pronta para a melhor noite da sua vida?

Me encolho mais ainda. Ele na o falou o que quer fazer, mas qualquer um sabe. O desespero aumenta.

—Vem aqui— ele fala, sinto sua mão em volta de um dos meus tornozelos tentando me puxar, automaticamente me debato —então você é difícil?— ele pergunta em tom de deboche.

Ele sobe em cima de mim, prende as minhas mãos acima da minha cabeça e me imobiliza. Eu sou como uma presa que ele tem prazer em caçar.

—Você é muito gostosa— ele fala bem perto do meu rosto e sinto seu hálito de cachaça.

—Me solta— falo já chorando.

—Eu vou te soltar, mas só depois que você me der o que eu quero— ele fala e lambe o meu rosto.

Sinto nojo. Não era assim que eu planejava perder a virgindade. Não pode ser assim. Eu nunca fui estuprada mas isso deve ser bem pior.

—Socorro!— grito o mais alto que eu posso.

—Pode gritar o quanto quiser princesa, ninguém vai te escutar.

Enquanto ele me prende com uma mão, a outra ele usa para tentar abaixar minha calça.

—Me solta!— grito mais ainda —por favor— choro.

—Para de grito querida, isso não vai ajudar.

—Você que pensa— uma outra voz fala.

É ele, é o D.

A cara sai de cima de mim rapidamente, a única coisa que escuto são vários barulhos.

Pelo visto ele abriu a porta e nenhum de nós escutamos.

A porta é fechada. Me encolho.

—Esta tudo bem agora— a voz de D ecoa pelo quarto —ele não vai mais voltar.

—Obrigada, D— digo me sentando —se não fosse por você...-—não termino, ele sabe o que teria acontecido se não tivesse chegado.

Começo a chorar, ele me abraça e o choro fica maior. Ele passa uma mão pela minhas costas e a outra pelo meu cabelo.

Ele não diz nada, apenas fica assim. Ele poderia dizer que esta tudo bem, mas nos dois sabemos que não esta nada bem.

Pao de chorar e nos afastamos. Ele beija a minha testa.

—Eu sinto muito— são as palavras dele —por que tudo o que esta acontecendo com você não é comigo? Eu preferia ter passado por tudo no seu lugar, e te ver bem hoje— ele diz e me espanto, ele está chorando.

—Não fica assim— o abraço —para de chorar.

—Eu não consigo— ele fala —porque toda a vez que eu fecho os olhos para dormir é em você que eu penso, toda vez que tenho que te deixar sinto medo porque não sei se você vai ficar bem.

—D— quero falar alguma coisa, quero dizer o que sinto, mas eu não sei, não sei como falar que estou gostando dele cada vez mais e que eu não posso pois ele me sequestrou e eu nunca nem vi seu rosto, quero dizer que estou apaixonada pelo seu jeito de cuidar de mim, de me proteger de quebrar as regras por mim, quero dizer como amo o jeito como ele se preocupa comigo mais do que viárias pessoas que eu via todos os dias.

—Maia, eles não podem fazer isso com você, eles deveriam te deixar em paz, mas não, eles insistem em te machucar.

Ele não fala mais nada, nem eu, simplesmente ficamos ali, abraçados, com ele chorando molhando meu ombro.

—Eu tenho que ir— ele diz baixinho e beija a minha testa.

—Você vai voltar?— pergunto, da ultima vez ele demorou três dias.

—Vou— ele fala —não se preocupe.

—Vai demorar?

—Não, eu sei que temos que conversar, mas eu tenho coisas realmente importantes pra fazer agora— então ele sai me deixando sozinha.

Deito e fico pensando. Eu choraria agora se conseguisse.

Apaixonada Pelo Meu Sequestrador (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora