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Os dias se arrastam e assim se vão mais três dias, como antes ninguém voltou, estou começando a temer pela minha vida.

Não me deram noticias nenhuma, nem sei se meu pai já pagou eles mas é muito provável que não.

A portinha se abre e passa a minha janta por ela. "Janta" é um jeito educado de dizer sobre essa sopa horrível. Faz muito tempo que eu não me alimento direito, acho que estou perdendo peso e isso não é bom já que eu sou magra.

Mas com o meu almoço também vem roupa e coisas para a higiene, a última vez que tomei banho foi a três dias, pego as coisas correndo e vou pro banheiro.

A água sai gelada como sempre mas espero um pouco e ela começa a ficar morna, entro e a primeira coisa que faço é lavar meu cabelo que está imundo.

Depois de lavar meu cabelo, começo a esfregar meu corpo vagarosamente. Saio do banho e vou me vestir, a roupa é como a outra, uma cueca box só que vermelha, uma calça moletom masculina cinza e uma camiseta, pelo menos mandaram um sutiã.

Sinto falta das minhas roupas, das minhas saias, vestidos e sapatilhas, sinto falta da minha cama macia e do meu celular, sinto falta da Zara que era a minha única amiga, sinto falta das séries que passavam na TV, sinto falta dos meus livros e de escutar minhas músicas, sinto falta do meu pai, sinto falta da minha mãe, sinto falta da minha vida...

Escovo meus dentes e passo as mãos nos cabelos para tirar os nós. Me sinto mais leve, muito mais limpa e menos nojenta.

O que será que está acontecendo? Nunca me mandaram essas coisas, estou começando a me assustar.

—Toc toc— é como a outra vez, é D novamente.

Coloco a venda e escuto a porta ser aberta e fechada como antes, estou aqui a tanto tempo que tudo já me soa familiar.

—Pode tirar a venda— ele diz com tranquilidade.

Tiro mas ele está com aquele treco na cabeça que só deixa seus olhos a mostra. Aqueles incríveis olhos verdes que me fazem lembrar de algo já esquecido, é como se toda vez que eu olhasse para aqueles olhos eu tivesse um dèjá vu.

—O que está acontecendo?— pergunto, ele tem uma caixa na mão.

—Você não sabe que dia é hoje?

Tento pensar, mas eu não fasso a menor ideia, não sei em que mês estamos ou dia, não sei que dia da semana é, e nem sei que horas são, só sei que é de noite pois não tem mais sol.

—Hoje é o seu aniversário, bobinha— ele fala e me estende a caixa —na verdade já foi a um tempo, mas não consegui fazer nada.

Abro e vejo dois livros. O primeiro é O Conde enfeitiçado e o outro é Um beijo inesquecível, os dois são da coleção Os Bridgertons da Júlia Quinn.

—Obrigada— falo contente e o abraço sem pensar.

—Feliz aniversário atrasado— ele diz no meu ouvido.

Ouvimos batidas na porta.

—Coloca a venda, rápido— ele fala.

A porta é aberta.

—Então— escuto uma voz, mas fico surpresa, pois pela primeira vez é uma voz feminina —essa é a garota?

—Sim— D responde.

—Só passei pra saber mesmo, eu já vou, se cuida filho— fico surpresa, será que eles agem em família? E a voz da mulher parecia muito abatida como se ela fosse doente, me lembro da mãe do Esron, ela falava assim porque ela era muito doente.

—Era a sua mãe?— pergunto.

—Sim— ele fala e consigo sentir tristeza nas suas palavras.

—É por ela que estão fazendo isso?

—Sim— é só o que ele consegue dizer.

—Vou parar de falar nisso, me descupa— falo me sentindo arrependida.

—Está tudo bem, conversaram com o seu pai e ele vai nos pagar daqui a três dias— ele começa a se aproximar —então você vai poder sair desse inferno.

—Eu quero muito sair daqui— digo —mas não quero te perder.

—É...mas...- ele fala após um tempo —as vezes fazemos escolhas erradas para chegar ao lugar certo.

—As vezes não sabemos onde fica o lugar certo.

—Mas quando chegarmos nele vamos saber.

—Pelo menos eu ainda tenho você— digo e ele me beija me surpreendendo.

Eu continuo o beijo e ele me aperta tanto pra si, que é como se fôssemos um só. Eu preciso dele, eu não posso sair daqui e ir embora viver a minha vida como se nada tivesse acontecido.

Ele beija meu pescoço, minhas mãos não saem de seus cabelos enquanto tento respirar novamente sob aqueles lábios.

Ele volta a me beijar e aperta uma das minhas coxas, suspiro entre nossos lábios e ele morde a minha orelha.

Beijo seu pescoço e o escuto gemer, passeio minha mão pelo seu corpo até encontrar o final da camiseta e o início da calça, coloco minhas mãos por dentro da camiseta e sinto seu peitoral definido, ele então separa nossos lábios e tira a camiseta.

Ele continua o beijo e vai tirando a minha camiseta, ergo os braços e ele acaba de tirar, então ele para de se mexer e percebo que estou ofegante, também percebo que ele deve estar me vendo apenas de sutiã, sinto uma vergonha imensa e meu rosto queimar o frio na barriga é inevitável.

—Para com isso— ele diz tocando meu rosto —você é linda— ele fala e me beija e, por algum motivo me sinto mais confiante.

A mão dele passeia pelo canto do meu corpo, ele volta a beijar meu pescoço mas dessa vez ele começa a descer.

—Você está pronta pra isso?- ele pergunta.

Isso é o que vai acontecer, é inevitável, eu preciso disso, precisamos disso sinto um grande frio na barriga de novo mas confirmo. Ele então volta a me beijar. Sua mão vai até o cós da minha calça e a abaixa, ele beija a parte interna da minha coxa e seguro firme no lençol.

—Eu te amo— ele fala no meu ouvido.

Minha vida. Tudo que sou. Viraram de cabeça para baixo.

Apaixonada Pelo Meu Sequestrador (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora