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Acordo de outro sonho com a minha família. Acho que estou começando a enlouquecer sozinha nesse quarto sem nada para fazer.

—Toc toc— alguém fala atrás da porta.

É claro que é o D. Eu queria poder ver seu rosto, saber quem me ajuda tanto, saber por quem estou me apaixonando.

Coloco a venda mesmo assim, se me machucaram tanto sem eu poder ver nada imagina se eu visse algo.

—Você gosta de chocolate?— D pergunta depois fechar a porta.

—Gosto, acho que a notícia que você vai me dar não é muito boa pra estar perguntando isso— digo e sorrio, pela primeira vez com vontade.

—É sobre aquele lance dos dedos— ele diz e se senta ao meu lado, sinto seu corpo encostado no meu— aqui —ele me entrega uma embalagem.

—Pode falar— digo e tento abrir o pacote, sem sucesso —eu to cega— falo e entrego para ele.

—Você sabe que eu não podia deixar eles te machucaram— escuto o pacote sendo aberto e ele me entrega algo —é chocolate, pode comer.

—Está bem— levo a minha boca e mordo, sinto o gosto maravilhoso de chocolate branco —mas o que você fez?— falo de boca cheia.

—Eu tive que fazer algo horrível.

—Tem como você falar logo?

—Eu tive que cortar o dedo de alguém pra poder entregar no lugar do seu.

Me espanto, por essa eu não esperava, eu não queria que alguém tivesse que sofrer no meu lugar.

—D! Isso é horrível.

—Eu sei, você me perdoa?

—Claro, eu sempre vou te perdoar— falo e ele me abraça.

—Eu também quero o chocolate— ele diz depois de nos largamos.

—Será que o meu pai vai pagar vocês logo?— pergunto —eu quero muito que tudo isso acabe, quero ir embora.

—Eu não sei— ele fala —você esta aqui faz muito tempo, acho que já esta na hora, mas eu tenho o meu celular aqui.

Não entendo até uma música começar a tocar, depois de algumas rimas cantadas reconheço e é do Boby Marley.

—Nossa— falo em tom de brincadeira —você escuta Boby Marley? Esse maconheiro!

—Não fala mais isso, tá bom? Ele criou música contra o racismo, pobreza e desigualdade.

Faço uma nota mental: nunca mais falar sobre as músicas dele.

—Então você é aquele tipo de garoto hippie? Vai me dizer agora que está deixando o seu cabelo crescer só pra fazer um rastafári.

—Não sua besta— rio com o jeito dele falar —eu simplesmente gosto, eu sou lindo e maravilhoso.

Gargalho com vontade, ele é bem odiota!

—Nossa, como você é um idiota convencido— quase não consigo falar de tanto que rio.

—Se bem que você gosta desse idiota convencido— ele fala e caio pro lado de tanto rir.

Cair foi um erro, já que a minha camiseta subiu e agora minha barriga está a mostra, mas eu não ligo simplesmente continuo a rir.

Então do nada ele sobe em cima de mim, me espanto e paro de rir.

—Sabia que você tem a risada mais linda que eu já ouvi?— sinto sua respiração na minha barriga, então ele beija a mesma, minha respiração fica ofegante e começo a respirar mais rápido.

—Obrigada— rio nervosa, ele então deita seu rosto na minha barriga.

Coloco minha mão em sua cabeça e passo meus dedos pelos seus cabelos.

—Eu quero ver o seu rosto— digo.

—Eu não posso te mostrar— ele fala.

—Por que? Ninguém vai saber.

—Me desculpa— ele diz saindo de cima de mim.

De repente sinto um vazio, é como se ele preenchece um lugar grande demais para sair assim do nada.

—Não vai— digo tentando segura-lo.

—Mas eu não quero que você continue insistindo nessa história de me ver.

—Por que? Só me explica o por que dessa droga— falo irritada.

—Porque eu aprendi que as pessoas se esquecerão daquilo que você disse, esquecerão daquilo que você fez, mas nunca esquecerão da maneira como você as fez sentir.

Me surpreendo, minha boca agora deve estar formando um perfeito O.

—Desculpa pelo beijo de ontem— ele fala do nada.

—Não— digo —não foi problema.

—Foi sim.

—Por que? Você namora?

—Não, nenhuma menina presta— ele diz e o escuto rir.

—Então vira gay e pega seus amigos que você acha super legais— digo e o escuto rir muito alto.

Sua risada é muito gostosa de ouvir, eu ficaria ouvindo ela para sempre se pudesse.

—Eu estou brincando.

—É na "brincadeira" que a gente acaba falando a verdade— digo.

—Então eu gosto muito de você— ele diz —estou brincando.

Rimos mais um pouco e escuto a porta ser aberta.

—O que eu disse pra você sobre essa vagabunda?— alguém pergunta.

—Ela não é uma vagabunda— D fala ríspido.

Me sento o mais rápido possível e bato meu corpo contra o braço do D, ele então segura a minha mão, e nesse simples gesto me sinto segura, sinto paz e que tudo vai ficar bem, dessa vez realmente vai ficar.

—Sai do quarto, preciso conversar com ela a sós— diz o da porta.

Sinto medo e D percebe pois aperta minha mão mais ainda.

—Eu não vou deixar você fazer nada de ruim com ela— D responde.

—Anda logo, você sabe que tem que me obedecer moleque.

Então D solta a minha mão e sai da cama, escuto passos e a porta sendo fechada. Será que esse homem é pai do D? Mas se é, por que o trata tão mal?

—Então você esta fazendo o nosso molequinho se apaixonar por você?— ele pergunta se aproximando, automaticamente me encolho.

Ele então sobe na cama e segura com força o meu cabelo.

—Eu te fiz uma pergunta!

—Eu não estou fazendo nada.

—É uma vagabunda mesmo— ele diz, me solta e vai embora.

Eu não entendo nada, deito de novo e fico ali parada sem fazer nada.

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Irei começar a postar os capítulo só as sextas, assim fica mais fácil pra que eu crie uma coisa melhor.

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Apaixonada Pelo Meu Sequestrador (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora