Um Bêbado e sua carta
"Querido eu,
Hoje eu estou muito feliz. Quando abri minha Skol Beats e entornei tudo pela minha garganta, foi maravilhoso. Pude fazer todas as coisas sem me preocupar com absolutamente nada.
Resolvi escrever esta carta para me lembrar de tudo que fiz essa noite, caso tenha uma ressaca daquelas e perca minha memória.
Primeiro: você deveria ter ficado sóbrio, porque agora, estou mais perdido dentro de casa do que cego em tiroteio. Uma das loucuras da noite foi que eu defequei no jardim da vizinha então... provavelmente amanhã, quando você acordar, vai ter que ouvir aquela véia, reclamando. Ah, e eu irritei a esposa, tá? Ela disse que amanhã de manhã você/eu não teremos mais casa. Então, por favor, não a deixe mais nervosa, porque, provavelmente, tu vai acordar com uma ressaca enorme e se juntar com a falação da mulher... Rapaz, tu morre! Ela foi pra casa da sogrinha, ou seja, as duas devem estar lá... Só fofocando sobre o quanto eu estou bêbado hoje.
Esqueci-me de algo? Ah... Eu desaforei o chefe. Desculpa aí, mas, agora estamos na rua. Ninguém pediu que ele estacionasse o carro na frente de um bêbado. Não consegui fugir antes que ele visse aquele baita amassado no carro.
Só isso. Espero que consiga consertar todas as merdas que fez só por causa de uma Skol Beats. E um conselho de um bêbado? Da próxima, beba com moderação.
Tchauzinho, eu."
Ao terminar de escrever a carta, o bêbado colocou a mesma dentro de uma sacola e deixou ao lado da pia. Local onde, provavelmente, nunca seria achada, já que era típico lugar do lixo. Feito isso, cambaleou até sua cama e deitou, tendo um sono profundo, cheio de roncos e sonhos. Como ele havia dito, iria acordar com uma exorbitante ressaca no dia seguinte.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cartas que nunca enviei
Short StoryCARTAS QUE NUNCA ENVIEI reúne sete escritoras talentosas de diferentes gerações que por meio de contos, mostram que em uma unica carta ou até mesmo várias, podem haver grandes sentimentos sendo eles secretos ou não que expressam toda subejtividade d...