Capítulo 7: A taverna

10 0 0
                                    



Depois de um cochilo, Michael não conseguiu mais dormir. Parecia que jatos de adrenalina tinham se alastrado por todo o seu corpo. O primeiro combate fora diferente de tudo que imaginara. Em duas semanas, a sua vida mudara de cabeça para baixo. E ainda por cima, encontrara Penina. _ Ah, esta sim – pensou Michael – me faz feliz como jamais estive antes. Mas o que ela faria na taverna à noite? Será que Penina era uma adoradora de Baal ou de Merodaque (Marduk)? Nem tinha passado pela sua cabeça perguntar a Penina qual era o seu deus. Aprendera com Marducai que essa era a primeira pergunta a ser feita a uma moça.

Teve razões de sobra para deixar de avisar seus pais da sua saída, temeroso que eles o proibissem de sair.

Perto das 22 horas, saiu de fininho da casa e dirigiu-se à taverna pelas ruas quase desertas da cidade, levando consigo uma faca para eventual autodefesa. Ao aproximar-se da Taverna, podiam-se ver os candeeiros acesos, iluminando um punhado de pessoas gritando e dançando.

A taverna era uma construção de madeira com muitas janelas, contendo um salão de cerca de 80 metros quadrados.

Ao assomar à porta, procurou por Penina e a encontrou sentada junto a um grupo de mulheres. Enquanto caminhava em sua direção, um dos homens mais entusiasmados do salão, apontou-lhe o dedo e gritou _ Olhem aqui, pessoal, o herói da batalha está aqui! Muitos aplaudiram efusivamente, outros brindavam a Michael.

Mais à frente, avistou alguns dos arqueiros que estiveram com ele, fazendo-lhes uma mesura com a cabeça.

_ Oi, Penina e olá garotas, cumprimentou Michael. Devido ao barulho, não entendeu o que elas responderam, apenas reconheceu o mesmo padrão de gestos e risadas que vira na vinha.

_ Meu pai é aquele ali, disse Penina ao ouvido de Michael. _Ele fez questão de que eu convidasse o herói do dia para comemorar! Como meu pai não teve filho homem, ele me traz aqui de vez em quando.

_ É um alívio saber disso! Não sabe o que passou pela minha cabeça.

_ Esse foi o objetivo! Você devia ver a sua cara quando entrou aqui, disse Penina, soltando uma gargalhada gostosa.

_ Que mal lhe pergunte, qual é seu deus?

_ O mesmo que o seu. Eu pertenço a Jeová. E meu pai conhece tudo sobre você e sua família, disse Penina entre sorrisos.

Nesse momento, Michael conseguiu relaxar e simplesmente apreciar uma caneca de vinho que lhe trouxera o pai de Penina, Caleb, a quem Michael cumprimentou com um abraço afetuoso. Não precisaram emitir uma palavra sequer, mas os dois já se simpatizaram completamente naquele momento.

A uma hora da manhã aproximadamente, Michael aproximou o seu rosto de Penina e lhe deu um beijo apaixonado. Levantou-se e disse _ Tenho que ir; devo me apresentar às três horas na muralha. _ Está bem, redarguiu Penina, que se levantou e acompanhou-o até a saída.

Chegando a casa, Michael vestiu sua indumentária militar e foi imediatamente para a muralha, porque sabia que dormiria se deitasse na cama.


O efraimita: a tribo perdida de IsraelOnde histórias criam vida. Descubra agora