Capítulo 20º: Ayala

7 0 0
                                    



Leitura em gotas:

O efraimita: a tribo perdida de Israel


Capítulo 20º

Ayala

Às 12 horas, vinham as mulheres à muralha trazer o almoço para os guardas que lá faziam ronda. De 10 em 10, os homens desciam da muralha para comer e beber. Ao descer, Michael reconheceu Penina pelos olhos amendoados castanho-esverdeados sob o véu que as mulheres casadas usavam. Os dois se abraçaram e Penina cumprimentou Simeon que descera com Michael. Depois que Michael terminou seu almoço, Penina lhe dirigiu a palavra:

— Michael, eu quero que você conheça duas pessoas

Replicou Michael: — Está bem, poderemos vê-las depois do meu turno.

— Elas estão aqui, logo ali.

Os dois se aproximaram de uma mulher com véu de casada, tendo nos braços um bebê de poucos meses.

— Michael, esta é a Debora, minha amiga e vizinha; e esta é a pequena Ayala. A Debora nos convida para que sejamos os padrinhos da Ayala.

— Então, você é uma gazela de nome Ayala! Disse Michael fazendo um trocadilho com o significado do nome da menina, enquanto pegava o bebê no colo.

A criança esboçou um sorriso gostoso ao ver as caretas que Michael fazia.

Penina interrompeu aquele momento lúdico: — Amor, a Ayala está precisando da sua ajuda.

— Que tipo de ajuda? Perguntou Michael.

— O pai dela converteu-se a Baal e amanhã à noite ele vai oferecer a Ayala em sacrifício a Baal.

— O que significa isso? Perguntou Michael.

— Significa que o sacerdote de Baal vai cravar um punhal no peito de Ayala para aplacar a ira de Baal.

Michael replicou resolutamente: — No que depender de mim, isso não vai acontecer.

— Você não está sozinho nisso! Exclamou Simeon.

— Qual o nome do pai? Vamos falar com ele.

— O nome dele é Baltazar e ele está cego e irredutível. Respondeu Debora.

— Então, nesse caso, o melhor é a surpresa. Eu e Simeon iremos hoje à noite ao templo para conhecer o local. Qual o horário do culto a Baal?

— O culto começa sempre às 20 horas. Respondeu Debora.

— Nós precisamos voltar à muralha. Depois nós nos falamos. Disse Michael pondo fim à conversa.

— Não lhe falei como ele também se importa? Disse Penina quando Michael se afastava.

— Espero não trazer problemas para vocês.

— Não, a nossa afilhada Ayala não é problema algum. Ela é nossa alegria.

Michael e Simeon entraram no templo hebraico e encontraram o sacerdote Marducai no meio de sua leitura da Torá.

— Boa tarde, jovens! O que os trazem aqui?

Então, Michael, contou a história de Ayala.

— Você pode recorrer ao Concílio considerando que Debora professa a Jeová, mas a chance de êxito é quase nula, porque 5 dos conselheiros não são da nossa religião e o consenso é a não interferência em assuntos inter-religiosos, principalmente porque o pai do bebê tem a palavra final, a não ser que o sacrifício oferecesse perigo à comunidade. Além disso, se vocês fizerem isso, não poderão agir por conta própria. Com isso, Marducai procurou dar um diagnóstico da situação.

— Vamos encontrar uma solução de outra forma.

Os dois jovens se despediram de Marducai com um abraço e se dirigiram ao Templo de Baal, que ficava na parte mais alta de Samaria.

Chegaram ao templo no pôr do sol. O portão estava aberto e dois sacerdotes faziam os preparativos para o culto. Chegaram ao templo no pôr do sol. O portão estava aberto e dois sacerdotes faziam os preparativos para o culto. Esperaram o culto começar, sentaram discretamente no fundo e assistiram ao culto até o seu final.

Michael separou-se de Simeon e cada um foi para sua casa. 



O efraimita: a tribo perdida de IsraelOnde histórias criam vida. Descubra agora