Capítulo 27º: A saída de Samaria

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Leitura em gotas:

O efraimita: a tribo perdida de Israel


Capítulo 27º

A saída de Samaria

Eram 6 horas da manhã quando as cornetas anunciavam o início da desocupação de Samaria. Inicialmente, saíram os 50 carros de guerra tracionados por cavalos assírios, dez deles contendo os tesouros do povo entregues como despojos de guerra ao rei Sargão II.

Depois, saíram da cidade homens, mulheres e crianças num total de 42.609 pessoas desarmadas que foram sendo direcionadas para o meio do exército assírio. Michael, Penina e os pais deles saíram juntos e levavam, cada qual, uma pequena bolsa contendo roupas, colher, copo, prato, água e uma pequena barraca.

Todas as bagagens eram revistadas e, se fosse achada alguma arma, o seu possuidor era morto na hora sem dó nem piedade.

No lado externo da muralha, dois homens falavam entre si:

– Até que horário terminaremos de reunir os efraimitas?

– Até o sol estar a pino.

– Quais são as ordens de disciplina?

– Morte a todo rebelde e fujitivo.

– E quanto a Michael, o arqueiro?

– Eu vou me encarregar dele pessoalmente. Disse Caius em tom vingativo.

Michael e Penina montaram uma barraca para se proteger do sol. – Michael, nós devemos abster-nos de intimidades por três dias, porque não quero ter filhos enquanto não estivermos em um local seguro.

– Claro, meu amor! Respondeu Michael.

Às 13 horas aproximadamente foi iniciada a marcha. Os efraimitas andavam ladeados pelos assírios.

Como acontecia rotineiramente, cerca de dois mil soldados assírios foram destacados para trazer alimento: frutas, mel, pesca, caça e água.

Às 19 horas, haviam andado cerca de 30 quilômetros. Pararam para armar acampamento e as mulheres deveriam preparar o alimento que os soldados começavam a trazer.

Michael encontrou Simeon a cerca de 500 metros da sua estação. – Venha Simeon ficar conosco!

– Está bem, vou desmontar a minha barraca.

– Quais são nossas chances de fugir? Perguntou Michael.

– Se formos só nos dois será uma coisa; mas se for mais gente, será outra.

– Se formos só nós, talvez mais a Penina, poderemos levar dois cavalos assírios para termos uma boa vantagem sobre os batedores assírios.

– E para onde fugiríamos?

– Em direção ao mar, onde pegaríamos uma embarcação para a Grécia.

– Não, Simeon. Nós não podemos abandonar o nosso povo. Eu tenho um outro plano. É certo que nós seremos distribuídos nas cidades assírias e aí poderemos fugir aos milhares.

– Se nós formos parar em uma aldeia, o seu plano é viável; mas se formos parar numa cidade fortificada, será muito mais difícil para um bando grande escapar.

– Vamos combinar uma coisa: fugiremos juntos!

– Combinado, comandante, disse Simeon fazendo um sinal de continência militar.

– Às 21 horas, as mulheres serviram a refeição composta de cerca de 150 gramas de um guisado de carnes variadas com duas porções do arroz que trouxeram de Samaria, servido para cada pessoa adulta.

O toque de recolher soou às 23 horas e muitos soldados assírios tiveram a companhia de mulheres efraimitas, adoradoras de Baal principalmente.

Penina e Michael ficaram juntinhos e em silêncio na barraca, até que um pesado sono se abateu sobre eles.


O efraimita: a tribo perdida de IsraelOnde histórias criam vida. Descubra agora