Capítulo 11º: A proposta de paz

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Leitura em gotas:

O efraimita: a tribo perdida de Israel


Capítulo 11º

A proposta de paz

Já haviam se passado dezoito meses de cerco a Samaria. As porções de víveres já haviam sido reduzidas duas vezes. Muitas pessoas haviam-se voltado para os deuses de pedra; assim poderiam consultar espíritos de mortos, o que estava proibido pela lei mosaica.

Eram nove horas da manhã quando a trombeta de alerta soou. Michael subiu a muralha e avistou um cavaleiro assírio carregando uma bandeira branca. A cerca de 40 metros do portão principal da cidade, cavalo e cavaleiro pararam.

_ Michael - disse Eliézer – mantenha o seu posto. Eu vou falar com o Comandante.

_ Está bem.

Eliézer encontrou Daniel no palácio militar conversando com duas pessoas e, ao aproximar-se, foi logo dizendo: _ Comandante, tenho um assunto emergencial para tratar com você!

_ Daniel desvencilhou-se educadamente das pessoas com quem conversava e levou Eliézer para uma sala reservada.

_ Comandante, acaba de aproximar-se da cidade um assírio portando a bandeira branca.

_ Já falaram com ele? Perguntou Daniel.

_ Não, estamos aguardando as suas ordens.

_ O povo está reclamando da passividade do exército e nos culpa pela situação toda. Argumentou Daniel.

_ Por que não mandamos o herói de Samaria para falar com os assírios? Assim, podemos nos manter à distância dos confrontos. Ele será o responsável pelo descontentamento do povo.

_ Faça isso e mantenha-me informado de tudo. Finalizou Daniel.

Eliézer voltou ao portão principal e destacou Michael para ouvir o que o assírio queria dizer.

O grande portão foi aberto para a passagem de Michael e imediatamente fechado após a sua saída.

Os efraimitas não tinham mais cavalos. Todos eles serviram de alimento para o povo. O assírio desmontou do cavalo para pôr-se no mesmo nível do rapaz que se aproximava. O assírio sabia que aquele rapaz era um guerreiro importante e valoroso de Samaria.

_ Meu nome é Baco, sou comandante de pelotão. Com quem tenho a honra de falar?

_ Você fala com Michael, subchefe dos arqueiros.

_ Michael, eu trago uma proposta de acordo de paz para toda Samaria.

_ Quais são os termos? Perguntou Michael.

_ Que Samaria se entregue e venha pacificamente conosco para as nossas terras. Ninguém será morto. Poderão ficar aqueles que não puderem se movimentar e 5 mulheres para cuidar deles. Caso vocês não aceitem o acordo, vamos continuar o cerco e vê-los morrer de fome e sede.

_ E quanto aos militares? Perguntou Michael.

_ Eles virão conosco, desarmados naturalmente.

_ Baco, eu vou transmitir a proposta ao meu povo e, em dois dias, terei uma resposta.

Baco fez um cumprimento com a cabeça, montou o seu cavalo e, lentamente, pôs-se a descer o monte, ainda com a bandeira branca em uma de suas mãos.

Michael entrou na cidade e Eliézer já o esperava ao lado do portão.

_ Aqui não, disse Eliézer. Conversaremos no caminho para o palácio militar.

Ao chegarem ao palácio, foram ter com o comandante Daniel.

Após ouvir os termos da proposta dos assírios, o Comandante disse:

_ Michael, você é amado por todo o povo. Queremos que você os convença a não aceitar os termos dos assírios. Nós temos condições de suportar mais 1 anos o cerco. Certamente, os assírios não dizem a verdade. Eles são os guerreiros mais cruéis do mundo e, possivelmente, todos morreremos horrivelmente nas mãos deles.

_ Então – continuou Daniel – eu o nomeio como meu representante perante o povo e o concílio de anciãos. Vá agora mesmo ao concílio de anciãos e os convença sobre isso e também os convença que essa é uma decisão exclusiva do conselho, e não da assembleia.

Michael saiu dali com a certeza de que Daniel e Eliézer simplesmente transferiram o problema para ele, como bode expiatório. Ambos não queriam a impopularidade e a responsabilidade pelo que iria acontecer.

Em vez de dirigir-se ao palácio real, Michael foi encontrar-se com Penina, e achou-a assando pães para a comunidade. Ao avistar Michael, Penina correu ao seu encontro e beijaram-se longamente. Michael contou-lhe o que sucedera e Penina lhe disse:

_ Michael, essa é uma decisão que cabe à comunidade, e não apenas ao concílio.

_ É o que também penso!

_ Vá ao concílio – disse Penina – e defenda que o assunto deve ser tratado pela assembleia.

_ Farei isso! Disse ele resolutamente, despedindo-se de Penina com um beijo.


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