Capítulo 18º: O gigante Arqueus

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Leitura em gotas:

O efraimita: a tribo perdida de Israel


Capítulo 18º

O gigante Arqueus

Michael despertou completamente às 7 horas. Lavou-se e vestiu a sua roupa de militar. Comeu um pedaço de pão molhado no azeite de oliva e bebeu um copo de leite de cabra. Embainhou a adaga, pôs a aljava cheia de flechas sobre o ombro e pegou o seu arco. Finalmente, pegou a espada que ganhara do sogro Caleb, que era um habilidoso ferreiro. Tratava-se de uma espada de ferro feita à maneira assíria. Relativamente leve, tinha o cabo na medida certa para suas mãos. A sua lâmina ia-se afilando até chegar à ponta pontiaguda.

Ao aproximar-se do portão principal, viu uma multidão que brandia pedaços de pau e espadas e gritavam o seu nome.

Eliéser e Simeon deram-lhe um abraço e o primeiro lhe disse: _ Você não vai sozinho! Nós iremos com você.

_ Esse não foi o trato. Eu devo ir sozinho.

_ Negativo, nós iremos como testemunhas do combate. Os assírios não vão nos negar isso.

Penina, Caleb e seus pais estavam ali e Michael os abraçou demoradamente. Em seguida acenou para a multidão e ergueu o seu arco em sinal de vitória, ao que a multidão reagiu com brados e gritos.

Os três saíram da cidade. Michael virou-se para Eliézer:

_ Eles sabem que os coloquei em perigo.

_ Tudo que eles sabem é que você matou 15 malditos oficiais assírios. Disse Eliézer com uma ponta de humor incontido.

Os três aproximavam-se do acampamento, onde tremulavam as bandeiras assírias. Ninguém os deteve. Dirigiram-se para a retaguarda, onde se encontravam o Rei e seu séquito.

_ Quem são vocês? Perguntou o Rei.

_ Eu sou Michael, filho de José, e estou aqui para lutar pelo meu povo e esses dois são Eliézer e Simeon, que serão as testemunhas do combate.

_ Pois bem! Apresente-se Arqueus.

Arqueus deu três passos à frente. Simeon e Eliézer entreolharam-se com temor. Arqueus era mais alto, mais pesado e mais espadaúdo que Michael.

_ Vocês lutarão com escudo e espada. Caius ofereça ao desafiante um escudo. Ordenou o rei.

Michael escolheu um escudo pequeno. Sabia que a luta poderia prolongar-se e não queria carregar peso desnecessariamente.

Eliézer não esperou autorização, achegou-se a Michael e lhe disse em voz baixa: _ Use mais o escudo que a espada e não deixe que ele se aproxime de você. Mais se desvie dele do que o enfrente.

Os dois combatentes se fitavam enfurecidos. Michael deu um grito e bateu a espada contra o seu escudo. Queria mostrar para Arqueus que não estava intimidado com a figura do grande lutador assírio.

Arqueus deu um brado e investiu com todas as suas forças contra Michael brandindo a espada no vazio. Michael conseguiu esquivar-se do ímpeto assírio.

Michael aproveitava-se da lentidão do gigante e desviava-se dos seus ataques. O assírio havia achado a distância certa do seu opositor e os dois trocaram vários golpes de espada, até que o gigante empurrou Michael com força e este deu alguns passos para trás até cair sem equilíbrio.

Michael levantou-se rapidamente e dançou diante do assírio, que desferiu alguns golpes no vazio. Até que o gigante pôs toda a força do seu corpo para um ataque a Michael, mas este desviou-se a tempo e deu um pulo à frente golpeando o gigante na perna.

O gigante mancava, pois a ferida fora funda.

As espadas se encontraram novamente e um golpe forte no escudo fez com que Michael soltasse o seu escudo. Segurou a espada com as duas mãos e assim conseguiu amortizar bem os golpes do gigante.

Michael sabia que somente poderia aproximar-se do assírio se ele cometesse um erro. Era o de que precisava para golpeá-lo.

Ele começou a irritar o gigante com sua dança em redor dele. O gigante perdera o controle de si e investiu contra o Michael com a espada em riste. Michael esquivou-se a tempo de salvar-se do golpe e brandiu a sua espada num semicírculo atingindo o pescoço do gigante. Um esguicho de sangue espirrou longe; o gigante pôs a mão no pescoço, contraiu o rosto de dor; deixou cair a sua espada e estatelou-se na terra, quase sem vida.

O silêncio abafou os gritos dos assírios que, antes, torciam pela vitória do gigante como se fossem animais enfurecidos.

O rei levantou-se e falou em alta voz: _ Peguem suas coisas e vão, antes que eu me arrependa.

Os três não esperaram um segundo convite: pegaram as suas armas e correram em direção a Samaria.


O efraimita: a tribo perdida de IsraelOnde histórias criam vida. Descubra agora