Capítulo 28º: O rei de Cush

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Leitura em gotas:

O efraimita: a tribo perdida de Israel


Capítulo 28º

O rei de Cush

Já se iam duas horas desde que Michael calculara o local onde estavam pela posição dos astros. Estavam a cerca de 75 quilômetros ao norte de Samaria. Conseguiu convencer Penina que precisava fazer aquilo e que regressaria em três dias trazendo reforços.

O acampamento estava todo silencioso. Todos dormiam e até mesmo os vigias cochilavam, porque sabiam que ninguém se atreveria a confrontá-los naquela região. Michael escolhera aquele ponto, porque poderia desaparecer na vegetação em alguns passos.

Pé ante pé ele chegou à mata e esgueirou-se até desaparecer do alcance visual.

Michael sabia do risco que estava correndo, mas precisava fazer isso. Ele iria verificar a possibilidade de uma contraofensiva a partir da cidade de Cush, a noroeste, último reduto dos amorreus, que resistiam a tudo e a todos graças às suas habilidades militares.

A região, abrangida pela cidade, tinha uma população estimada de 120 mil habitantes com grande poderio militar.

Michael aproximou-se do portão e gritou que precisava falar com o rei. O portão foi parcialmente aberto e Michael, após revista, foi levado à presença do rei.

– Grande rei de Cush, trago-lhes a saudação do povo de Samaria!

– Samaria não existe mais! Redarguiu o rei.

– Cerca de 42.500 efraimitas estão sendo, agora, deportados para a Assíria. Nós pedimos a sua ajuda para fazer uma bem-sucedida contraofensiva.

– Quantos soldados têm o exército assírio?

– Calculo uns 140 mil soldados, majestade.

– E qual o plano de ataque que você propõe?

Michael aproximou-se mais do rei e lhe mostrou sua ideia com três pedras que encontrou sobre uma mesa.

– E o que nós, de Cush, iremos ganhar com isso?

– Primeiramente, vocês não correrão risco de serem espoliados e tributados pelos assírios. Eu posso lhes garantir que é melhor ser reduzido a escravo, do que pagar tributo aos assírios. Em segundo lugar, ficarão com os despojos de metais preciosos e joias de tudo que puderem levar.

– Eu o apoiarei sob uma condição. Disse o rei enigmaticamente.

– Pode dizer, majestade.

– Não vamos entrar numa luta desigual como essa apenas por patriotismo. Nós queremos que vocês sejam nossos servos.

– Nós aceitamos pelo prazo de quatro anos. Depois disso, seremos livres para fazer o que nos apetecer.

– Então estamos de acordo. Qual é sua patente?

– Eu sou o terceiro homem na linha de comando. Eu sou um arqueiro.

– Então, você liderará o ataque dos arqueiros no terço mediano. Nós marcharemos amanhã e o ataque será dentro de dois dias, antes de Damasco.

O califado da região de Damasco era neutro, tanto permitindo que assírios, quanto israelitas, cruzassem suas fronteiras. 

O efraimita: a tribo perdida de IsraelOnde histórias criam vida. Descubra agora