Capítulo 15º: A escapada

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Leitura em gotas:

O efraimita: a tribo perdida de Israel


Capítulo 15º

A escapada

Transcorreram 30 dias da conversa entre Michael e Simeon sobre o senet. Às 2 horas da madrugada, eles se encontraram na muralha sudoeste. Cada um levava uma bolsa, de onde tiraram uniformes similares aos dos assírios. Não se podiam ver as estrelas, nem o luar, porque o céu estava completamente nublado. Dois guardas estavam com eles. Rapidamente jogaram duas cordas. Michael disse em voz baixa: _ Permaneçam aqui e fiquem atentos para estender as cordas para nós. Se não voltarmos até o nascer do sol, procurem o subcomandante Eliézer e lhe contem que nós morremos, ou fomos capturados.

Em 30 segundos, eles pisaram no chão externo de Samaria e as cordas foram rapidamente içadas. Eles puseram na cabeça algo parecido com o capacete assírio e foram rastejando e andando agachados em direção ao acampamento assírio.

Havia uma grande falha no sítio assírio, justamente na faixa onde os dois efraimitas se moviam.

Eles sabiam que se fossem abordados, teriam de alvejar o assírio antes que ele desse o alarme. Como eles não sabiam falar o idioma assírio, poderiam ganhar algum tempo com duas palavras assírias de cumprimento, que lhes foram ensinadas por um velho que chegou a comercializar com os assírios.

Tudo estava silencioso. Os assírios estavam tão confiantes no seu poderio militar, que sequer montaram guarda no acampamento.

Os dois jovens moveram-se na faixa vazia até colocar-se atrás do círculo dos assírios. Foram movendo-se, por fora, até chegarem na altura do portão principal. Lá estavam as bandeiras dos assírios e, possivelmente, o rei Sargão II e seus homens de confiança estariam lá.

Chegaram sorrateiramente no meio do acampamento, que não estava sendo vigiado. Localizaram cerca de 10 barracas maiores, que se sobressaíam das demais. Entraram na primeira barraca e foram matando, um a um, os cinco assírios que lá se encontravam com um golpe certeiro no pescoço com uma adaga.

Procederam da mesma forma em relação à segunda e terceira barracas. De repente, uma luz se acendeu numa das dez barracas, que ficava mais à frente. Os dois se entreolharam e fizeram o sinal de retirada, que haviam convencionado.

Fizeram o mesmo caminho de volta, sempre agachados ou rastejando.

Ao chegarem à muralha, subiram pelas duas cordas que os guardas lhes atiraram.

Quase sem fôlego, Simeon perguntou: _ Será que conseguimos?

_ Infelizmente, não, mas conseguimos matar 15 oficiais assírios importantes. Provavelmente, o rei está numa barraca diferenciada, onde encontraríamos o sacerdote e uma mulher pelo menos. Todos os que matamos, eram militares.

_ Então – lamentou Simeon - saímos muito cedo.

_ Não, Simeon, saímos na hora certa. Devemos agradecer a Javé por estarmos vivos.

_ Amigos, prestem atenção – disse Simeon – essa operação fica somente entre nós.

Todos concordaram e foram cada qual para a sua casa.


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