Capítulo 24º: A noite tingida de amarelo

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Leitura em gotas:

O efraimita: a tribo perdida de Israel


Capítulo 24º

O céu pincelado de fogo

O dia já estava raiando quando Michael e Simeon tiveram uma ideia de como atacar os assírios. Eles foram conversar com Eliézer, que mandou chamar a Daniel. O plano consistia no ataque de arco e flecha seguido de arremesso de bolas de fogo, que seriam fabricadas com galhos de árvore amarrados com arame e recheados de betume.

O plano foi aprovado pelo comandante e, logo, todos os guardas disponíveis estavam trabalhando nas bolas e na fabricação de flechas.

Michael fora liberado por Eliézer contanto que ele retornasse às 19 horas para implementação do plano de ataque.

Michael foi a casa de Penina e lá encontrou Caleb, que o abraçou afetuosamente. – Michael, eu estou saindo para fabricar arames para o comandante Daniel. A Penina também não está. Ela está trabalhando com os pães.

– Tudo bem, sr. Caleb, eu irei me encontrar com ela lá na padaria.

– Boa sorte com o ataque! Ajuntou Caleb.

Michael encontrou Penina no seu local de trabalho.

– Oi querido! Não o esperava vê-lo aqui. Disse Penina tentando traduzir o sentimento no rosto de Michael.

– Eu recebi uma folga de três horas, mas depois preciso voltar à fortaleza. Disse Michael com um sorriso que tranquilizou Penina.

– Eu hoje não estou de folga, então fique me vendo trabalhar! Exclamou Penina.

– Isso eu faço com prazer! Disse Michael.

Quando Adriane viu Michael como um potencial atrapalho para a produção de sua equipe, foi logo dizendo: – Michael ajude a trazer o saco de farinha do depósito.

Depois disso, pediu dele várias outras coisas, de modo que as três horas passaram rapidamente.

– Tenho que ir. Vou participar de um ataque aos assírios, mas não estarei em perigo. Disse Michael, antes que Adriane lhe desse um outro serviço. Deu um beijo apaixonado em Penina e dirigiu-se à fortaleza.

Cerca de 40 bolas do tamanho de meio homem estavam prontas.

– Venha cá, Michael, gritou Eliézer.

– Michael, eu quero que você escolha cinquenta arqueiros para irem sob seu comando.

Michael perguntou a Eliézer como fariam em relação aos soldados assírios que estavam no meio da descida.

– Vocês irão com escudos e se defenderão das flechas dos inimigos. Quando eles saírem da defesa de seus escudos, os arqueiros da muralha irão atingi-los.

Michael escolheu seus cinquenta arqueiros, dentre eles Simeon. Quando tudo estava pronto, fez-se um grande silêncio. Cerca de 250 arqueiros estavam posicionados na muralha.

Eliézer deu o sinal de ataque abaixando o seu braço direito. O portão foi totalmente aberto e os 51 arqueiros correram aproximando-se dos soldados assírios que estavam a meio caminho da subida do monte. Eles demoraram bastante para perceberem a situação. Quando reagiram, saindo dos grandes escudos, eles foram alvejados pelas flechas que sibilaram do alto da fortaleza. Mesmo assim, três arqueiros efraimitas foram atingidos, mas não mortalmente. Os arqueiros desceram mais um pouco. No meio deles vinha uma caixa de metal com 4 apoios, contendo o material incandescente, carregado por quatro efraimitas.

— Preparem-se e atirem pelo menos três flechas incandescentes o mais longe possível, gritou Michael.

As flechas incandescentes pintaram o céu noturno de amarelo. Elas atingiram o meio do acampamento assírio e queimaram tudo que fosse incendiável, como as barracas, as roupas dos soldados que davam saltos tentando apagar as chamas e muitos foram queimados vivos. Centenas de soldados assírios foram atingidos pelas flechas.

Os arqueiros estavam na terceira rodada, quando os assírios começaram a subir o monte. Michael atirou mais duas flechas e ordenou: – Recuar imediatamente. Todos os arqueiros e os carregadores do material incandescente correram de volta para o portão principal, que permanecia aberto, enquanto os assírios estavam no seu encalço. Quando os assírios estavam dentro do campo de alcance das flechas, Eliézer gritou a plenos pulmões: – Agora, atirem nesses malditos assírios. Metade dos assírios caiu atingida pelas flechas.

Michael e seus arqueiros entraram na cidade e iam em direção à escada da muralha, enquanto os soldados efraimitas rolavam as bolas de fogo monte abaixo, atingindo os assírios em cheio. Muitos deles pulavam para as laterais do caminho.

O portão de Samaria foi fechado e Michael já estava no corredor da muralha disparando suas flechas contra os assírios, aproveitando enquanto eles ainda estivessem dentro do raio de alcance das flechas.

Os assírios sobreviventes fugiram em disparada, ao tempo em que os efraimitas comemoravam a vitória. Os assírios haviam perdido centenas de homens, ao passo que Samaria teve apenas três feridos.


O efraimita: a tribo perdida de IsraelOnde histórias criam vida. Descubra agora