Uma noite quente em direção ao final de Julho, eu estou caminhando para casa do Stop-N-Save quando ouço alguém chamar meu nome. Eu me viro e vejo Dinah, subindo correndo a colina em direção a mim.
- E aí? - Ela disse enquanto chegava mais perto, ofegando um pouco. - Você vai simplesmente passar direto por mim agora? - A mágoa evidente em sua voz me surpreende.
- Eu não vi você. - Eu digo, o que é a verdade.
Eu estou cansada. Hoje nós fizemos o inventário da loja, tirando das prateleiras e recolocando nas prateleiras os pacotes de fraldas, enlatados, rolos de papel toalha, contando e recontando todas as coisas. Meus braços estão doendo, e todas as vezes que eu fecho meus olhos, eu vejo códigos de barras. Eu estou tão cansada que não estou nem mesmo envergonhada de estar em público usando minha camiseta da Stop-N-Save manchada de tinta, que é em torno de dez tamanhos maior que do que eu. Dinah olha para o lado, mordendo seus lábios. Eu não falo com ela desde aquela noite na festa e estou procurando desesperadamente alguma coisa para dizer, alguma coisa casual e normal. De repente parece inacreditável para mim que esta era minha melhor amiga, que nós podíamos passar um tempo juntas por dias e nunca ficar sem coisas sobre as quais falar, que eu voltava da casa dela com minha garganta doendo de rir. Era como se houvesse uma parede de vidro entre nós agora, invisível, mas impenetrável. Eu finalmente me aproximo com.
- Eu consegui meu companheiro. – Eu digo.
- Por que você não me ligou de volta? – E ao mesmo tempo Dinah deixa escapar.
Nós duas pausamos, sobressaltadas, e então de novo iniciamos ao mesmo tempo. Eu digo, "Você telefonou?" e Dinah diz, "Você já aceitou?"
- Você primeiro. - Eu digo.
Dinah, na verdade, parece desconfortável. Ela olha para o céu, para uma criança pequena em pé no outro lado da rua em trajes de banho mal ajustados, para dois homens carregando baldes com alguma coisa para dentro de um caminhão abaixo na rua — para toda parte, exceto para mim.
- Eu deixei para você, tipo, três mensagens. – Ela diz.
- Eu nunca recebi nenhuma mensagem. - Eu digo depressa, meu coração acelerando.
Por semanas eu estive irritada que Dinah não tentou estender a mão para depois da festa — irritada, e magoada. Mas eu disse a mim mesma que era melhor dessa forma. Eu disse a mim mesma que Dinah havia mudado, e ela provavelmente não teria muito a dizer para mim de agora em diante. Dinah está olhando para mim como se estivesse tentando julgar se eu estou contando a verdade.
- Clara não contou a você que eu liguei?
- Não, eu juro. - Eu estou tão aliviada que eu rio.
Nesse segundo, me bate exatamente o quanto eu senti a falta de Dinah. Mesmo quando ela está brava comigo, ela é a única pessoa que realmente cuidou de mim por escolha, não por causa da obrigação da família ou dever e responsabilidade, e todos os outros negócios que O Manual de SSF diz que são tão importantes. Todos os outros em minha vida — Clara e todos os meus primos e as outras garotas que eram de St. Anne, mesmo Sofia — somente passaram um tempo comigo porque elas tinham a obrigação. No entanto, Dinah não ri. Ela franze a testa.
- Não se preocupe. Não é um grande negócio. – Ela diz.
- Escute, Dinah...
Ela me corta.
- Como eu disse, não é um grande negócio. - Ela cruza seus braços e encolhe os ombros. - Então você conseguiu um companheiro? - Sua voz é educada agora, e levemente formal, então eu pego o mesmo tom.
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My Only Delirium
Novela Juvenil"Ouvi muitas vezes que quando eu fosse curada do amor ficaria feliz e em segurança para sempre. Eu acreditava nisso. Antes. Agora tudo mudou, e posso dizer que hoje prefiro sofrer de amor por um único milésimo de segundo à viver cem anos reprimida p...