27 - Hemmings

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[10/06/2013 - sábado]

Michael não apareceu em sua consulta, sua mãe não ligou dando satisfações e eles também não atenderam minhas chamadas.

Eu tenho que ver ele, me desculpar e me certificar de que ele está bem.

Foi sua mãe quem atendeu a porta quando eu toquei a campainha, ela não parecia feliz em me ver.

- Bom dia Senhora Clifford, será que Michael está? - tentei parecer simpático, mas ela parece querer me esfaquear.

- O senhor fala absurdos pro meu filho e pensa que pode vir aqui como se nada tivesse acontecido? O coitadinho não saiu do quarto a semana inteira! Eu te paguei pra que ajudasse meu filho e tudo o que fez foi piorar as coisas! - a encarei confuso. Seja lá o que for que Michael contou a ela pra que ela me odiasse, deu certo. - Pode deixar que eu já procurei por alguém melhor que o senhor! - ela estava a ponto de bater a porta na minha cara, mas eu a impedi.

- Tivemos um mau entendido, eu fiquei preocupado quando não apareceram no meu consultório, então vim ver como ele está. Se quiser eu posso tentar conversar com ele e consertar as coisas. - sugeri.

- Nada disso. Eu pensei que seria bom pro meu filho, mas eu me enganei com isso, agora fora da minha casa. - eu realmente preciso ver Michael e eu preciso fazer com que ela entenda isso.

- Me de alguns poucos minutos, eu quero me desculpar. Eu o conheço bem o suficiente pra o ajudar, o que acha?

- Tem que ser rápido, o quarto dele é o ultimo do corredor. - Karen deu espaço contra a própria vontade pra que eu entrasse e eu a agradeci brevemente antes de ir até o quarto que ela indicou. Talvez ela tenha notado que eu não deixaria de insistir tão fácil.

Eu bati em sua porta, Michael parecia péssimo quando a abriu, eu quis o abraçar, mas eu não quero o irritar.

- Será que eu posso entrar? - perguntei.

- Eu achei que tinha ficado claro que eu não quero te ver. - Michael disse tentando parecer sério, mas eu podia ver claramente que ele estava em pedaços.

- Michael eu sou psiquiatra, você foi meu paciente por alguns meses, não tente esconder as coisas de mim. - Michael segurou minha mão e me puxou pra dentro do seu quarto. - Onde está seu pai? Eu não quero causar problemas. - lhe garanti.

- Tudo bem, mal chegou e já caiu bêbado na cama. - Michael deu de ombros como se fosse algo rotineiro e sentou, eu sentei logo ao seu lado.

- O que você está fazendo não é o certo. - disse e Michael negou com a cabeça.

- Não quero que perca sua carreira inteira por minha culpa.

- Você gosta de mim? - fui direto, fiz com que Michael olhasse diretamente em meus olhos e esperei que ele respondesse.

- Eu não vou responder isso. - Michael se afastou de mim e eu sorri ao ver suas bochechas coradas.

- Eu gosto de você, quero que entenda que independente do que aconteça não é culpa sua, porque foi uma escolha minha. Quero que entenda que se quiserem me acusar de qualquer coisa eles podem fazer isso com você perto ou longe de mim, porque várias pessoas nos viram mais próximos do que deveriamos, mas eu particularmente, prefiro que fique do meu lado. Eu prefiro desafiar a sorte. - ver as lagrimas escorrendo pelas bochechas rosadas de Michael me quebra em vários pedaços.

- Vai embora Luke. - Michael pediu entre soluços.

- Você ouviu o que eu disse? Caso tenha perdido alguma coisa eu repito. Você não gostou do que aconteceu lá em casa? Porque se não gostou eu quero que você olhe pra mim e diga isso. - segurei seu rosto com as duas mãos o mantendo próximo do meu. Selei seus lábios com calma pra segundos depois Michael entrelaçar seus dedos aos meus.

- Quando a rotina muda as pessoas esquecem. - Michael disse secando as próprias lagrimas - eu não sou uma criança idiota Luke, você tem que me respeitar. Eu não quero mais te ver por agora, então não apareça mais aqui certo?

Eu fui embora como Michael pediu, sem questionar mais, eu realmente tenho de respeitar sua decisão, não tenho o direito de o tratar feito uma criança, preciso respeitar sua decisão, mesmo não concordando com ela, mesmo sabendo que nem mesmo ele concorda com ela, Como ele mesmo disse, não é uma criança idiota, eu espero que ele mude de ideia, porque não vai ser fácil fingir que nada aconteceu depois de eu conhecer toda sua rotina, saber que eu não vou poder o ajudar e cuidar de cada problema que o atormenta, depois dele me encantar de tal maneira que eu não posso simplesmente encerrar as coisas, como eu faria com qualquer outro paciente meu.





______xXx______

Sinto em dizer que está acabando :(

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