Capitulo 2

150 11 1
                                    

Angela Thompson

Era mais um dia normal na minha vida, la estava eu, aguardando ser chamanda para o teste na melhor escola de Ballet do país, a incrivel e renomada Le Roux.

Porque eu quero entrar nessa escola de Ballet ?

O fato dela ser a melhor ja te responde ?

Porque estou fazendo esse teste para uma bolsa de estudos aqui, ao invés de pagar por uma vaga ?

Bom, isso você logo verá.

Tenho apenas 22 anos, faço Ballet desde pequena, mas nunca foi em uma boa escola, meus pais nunca tiveram dinheiro, e isso acabou me interrompendo um pouco.

Agora trabalho como vendedora em uma loja de roupas, nada de griffe é claro, nao tenho a experiencia que eles pedem, mas da pra ajudar la em casa.

Claro que eu nao precisaria estar trabalhando em uma loja dessas se meu pai Henry Thompson, nao gastasse tudo que ganha na mesa de jogo. Se nao fosse por esse vicio do meu pai, eu e minhas duas irmãs, teriamos uma vida um tanto que confortavel, mas nem tudo é como queremos não é ?

Bom, finalmente chamaram meu nome e eu entrei na sala de audições, ela é tao ampla (diferente das salas que ja estudei ), todas as paredes contém espelhos do chão ao teto, com exceção de uma parede, a que estava logo atrás dos jurados, ela continha janelas de vidro, também do chão ao teto, a mesa de jurados era completamente estreita porém grande, pés de vidro com uma grande pedra de marmore preta sobrepondo-a, continham apenas quatro jurados, isso me surpreendeu, sempre me disseram que eram cinco, mas por algum motivo, hoje teriam quatro, nao sei se isso me alivia, ou me deixa ainda mais tensa.

- Qual seu nome ? - Perguntou um homem loiro com uma barba mau feita, aparentava ter uns 35 anos, porém, muito bonito e muito elegante.

Não sei porque essa mania de perguntar o nome, eles têm a minha ficha de inscrição bem em sua frente, será que é pra me deixar mais nervosa ? Ou mais relaxada ?

- Angela Jane Thompson. - Sempre gostei de falar meu nome completo, isso me causa mais segurança.

- Ok senhorita Thompson, sinta-se a vontade para começar. - Dessa vez quem falou foi uma moça com cabelos ruivos acobreados, com um look totalmente preto, um oculos e um batom vermelho bem chamativo.

Então a musica de Cold Play - Paradise, começou a tocar.

Começei sentindo a musica, pois minha antiga professora sempre me disse que o Ballet vem do coração, começei com o Plié, sempre dizem que voce reconhece o quao boa a bailarina é, pelo seu Plié, entao senguindo ao ritimo da musica eu fui fazendo passos suaves, nao tao lentos maa tambem nao tao rapidos quando a musica estava quase no fim fiz um Adagio e voltei a terminar com o Plié abaixando levemente a cabeça.

Os jurados me olhavam intensamente, principalmente o loiro que falou comigo no inicio, ele parecia totalmente satisfeito com o que acabei de fazer ali, eu nao pude deixar de soltar um sorrisinho.

- Obrigada querida, em uma semana entraremos em contato. - disse novamente a moça de antes.

Eu apenas sorri e sai saltitante.

Fui ao vestiario e me troquei para ir ao trabalho que ja estava atrasada. Quando estava passando pelo enorme saguão do Lê Roux, uma imagem me chamou a atenção. Lembra daquele jurado loiro que eu comentei ? Então, eu acho que ele esta vindo em minha direção, e eu nao sei o que fazer.

Fico ?

Ou fingo que alguem me ligou e saio correndo ?

-- Qual a pressa senhorita Thompson ? - Olhei em sua face e vi um sorriso galanteador brincando em seus labios.

-- Trabalho. - sorri sem graça.

-- Ah claro, desculpe tomar sua atenção, a proposito, foi uma bela apresentação.

-- Obrigado. - falei um pouco alto pois ja tinha me afastado dele.

Ja estou estupidamente atrasada para o trabalho, dai vem um Deus grego me tirar a atenção... Só pode estar de brincadeira Miguel.

Miguel é o nome que dei para o meu anjo protetor.
Porque dei um nome para um ser que a maioria das pessoas acham que nao existe ? Também nao sei, so sinto que ele está sempre ao meu lado.

-- Está atrasada trinta minutos Thompson, vai ser descontado do seu salario. - disse a Cristhina minha supervisora assim que cheguei na loja.

Eu nao respondi nada, pois se eu responder é capaz dela me descontar ainda mais do meu salario, e infelizmente eu preciso desse salario e emprego, então é melhor ficar calada do que receber bem menos do que merecido.

No final do expediente, tive que ficar até mais tarde, pós tinha que cumprir as horas que estava devendo, então fiquei sozinha arrumando as coisas na loja e logo depois a fechei. Ja eram onze da noite e a rua estava completamente vazia, isso me fez extremesser um pouco, a caminhada até o ponto, geralmente levo de dez a quinze minutos, mas hoje levei apenas oito, estava com muito medo e também estava com muito frio.

Assim que cheguei em casa, levei um pequeno susto ao ver meu pai sentado com minha irmãs ao redó da mesa, todos pareciam muito tensos, e isso me deu um leve calafrio, pois ja sabia que viria noticia ruim por ai, e acho que ja devo imaginar o que é.
Meu pai pediu para que eu me sentasse na mesa e eu o fiz.

-- Agora que estão as três aqui, podemos conversar. - disse meu pai em um tom triste. - Hoje eu fiz uma grande burrada e nao sei se terei como concertar, temo que minha vida esteja em risco.

Eu disse que viria noticia ruim por ai.

-- Fala de uma vez pai. - Disse a Britany minha irmã mais velha.

-- Eu havia prometido a vocês que nao jogaria mais, mas prometi pra mim mesmo que hoje seria a ultima vez.

-- Você sempre fala isso, mas sempre volta a jogar. - falei ja com raiva do rumo que aquela conversa estava tomando.

-- Mas hoje era verdade, estava me sentindo com sorte, até ganhei boas partidas. - revirei os olhos. - Mas eu perdi o controle.

-- Fala, quanto está devendo agora ?.

Era sempre assim, meu pai fazia esse draminha dizendo  que realmente era a ultima vez, isso era só para nos sensibilizar, e o ajudar a pagar sua divida, mas eu ja sou vacinada contra isso.

-- Eu perdi meio milhao de dolares em um cassino. - surtei com isso.

-- O quê ? Voce está louco só pode !! - falei me levantando e dando um soco na mesa.

-- Como vamos pagar isso ? Malmente temos dinheiro para a dispesa da casa. - disse a Britany novamente.

-- Eu sei, tentei pedir um credito ao banco, mas eles me recusaram, eu nao sei o que fazer. - meu pai pois ambas as mãos na cabeça e eu pudi o ver chorar.

Nunca o vi chorar antes, mesmo quando ficamos a ponto de perder a casa, ele sempre nos dizia que iria dar um jeito, mas agora o vendo assim, indefeso, chorando, sei que é o fim, ele nao tem esperanças de conseguir esse dinheiro. Entao involuntariamente me vi o abraçando. Logo a Britany e a Charllote ( minha irmã do meio ), também o abraçaram.

-- Quanto tempo tem pai ? - perguntei referente ao tempo de pagamento.

-- Tenho até a quinta-feira. - respondeu.

-- Miseros 6 dias, vai dar tudo certo. - falei tentando convencer mais a mim mesma do que a conforta-lo.

Depois dessa conversa, resolvi ir tomar um banho e tentar dormir, mas foi em vão. Passei toda a madrugada acordada.

Casada por ObrigaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora