CAPÍTULO 12.

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MARIA EDUARDA

Fiquei esperando Richard até as quatro horas da manhã mas ele não chegava, então fui dormir com minha filha.

Ouço alguém bater na porta com força, fazendo eu acordar. Levanto devagar para não acordar Sofia e faço um coque no cabelo enquanto eu desço as escadas.

Abro a porta e encontro dois oficiais da polícia e Richard.

- Já disse que não precisa me algemar - diz Richard revirando os olhos

- O que... - digo

- Ele arrumou confusão no bar. Você conhece esse homem?

- Conheço, claro - digo piscando muitas vezes tentando entender.

O policial vira Richard com agressividade e tira as algemas das mãos do mesmo.

Richard passa as mãos onde estava as algemas, que marcavam por estarem apertadas.

- Não quero ver seu rosto naquele bar novamente está entendendo? -  Um dos policiais disse.

- Entendi, tchau - ele diz acenando para o policial que não achava nenhuma graça naquilo.

Fecho a porta e me viro para Richard.

- Você me deixou preocupada - bato no peito dele com força, mas ele segura meus braços e me empurra na parede, deixando nossos rostos muito perto um do outro.

Sinto sua respiração em mim, fazendo eu me arrepiar.

Me solto dele e saio andando.

- Vai tomar um banho, você está fedendo.

Ele dá uma risada e sobe as escadas para o banheiro.

Quando amanheceu, todos levantamos e almoçamos juntos e depois ficamos assistindo televisão.

- Adoro esse filme! - diz Sofia vendo Barbie.

- Que frio - digo com as mãos nos braços.

- Vem cá - Richard me abraça para me esquentar e assim ficamos a tarde toda.

[========]

Olho o relógio, 20:40.

Deixo Richard deitado e levo Sofia pra cama, depois de cobrir ela eu desço novamente e deito ao lado de Richard, que acorda sem querer.

- Ei, que horas são? - ele diz piscando para despertar

- Quase nove horas. Quer dormir na cama?

- Não, vamos ficar aqui - ele me puxa e ficamos deitados abraçados assistindo filmes.

- Você é linda sabia? - ele diz me fitando com os olhos.

- Para com isso. - recuo.

- Eu não estou fazendo nada, por favor, não me diz que não sentiu minha falta.

E então, por uma fraqueza eu me deixo levar, mesmo sabendo que não deveria. Ele fica por cima de mim, me olhando. Com um sorriso no rosto ele se aproxima mais e fica olhando para meus olhos e depois para minha boca. Fecho meus olhos, indo de encontro aos seus lábios.

- Ei, o que estão fazendo? - Sofia pergunta fazendo Richard sumir de cima de mim em um segundo.

- Nada - falamos juntos.

- Sei, ele é seu novo namorado mamãe? - Sofia me pergunta, fazendo minhas bochechas esquentarem.

- Não filha, ele é apenas meu amigo. Não seja boba.

- Sei - Sofia faz uma cara de desconfiada e deita com a gente.

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Acordo sentindo o peso de Sofia em mim, afasto ela devagar e a coloco deitada no sofá.

- Acorda - balanço devagar Richard.

- Oi - ele diz coçando seus olhos.

- Dormimos no sofá - dou uma risada.

- Sim - ele devolve o sorriso para mim.

- Vou tomar banho, acorda a Sofia!

Subo para o banheiro e tomo um banho rápido. Coloco uma regata branca, acompanhada de uma saia florida, e uma presilha segurando uma parte do meu cabelo. Deixo o cabelo solto e passo um rimel.

Desço e Sofia está jogando vídeo-game com Richard no sofá.

- Ganhei - Sofia comemora.

- Ganhou amor? - pergunto.

- Sim mamãe, vem jogar com a gente.

- Claro amor!

Jogamos e depois que eu e Richard deixamos Sofia ganhar muitas vezes paramos de jogar e fomos para o quintal jogar futebol.

- Eu vou fazer gol, olha mãe, olha mãe! - diz Sofia, que ao invés de chutar para o gol ela acaba caindo de bunda.

Corro até ela.

- Você está bem? - pergunto preocupada - Se machucou?

- Estou bem mãe, vamos de novo!!! -  diz Sofia levantando e limpando sua calça.

- Vamos - dou uma risada.

Brincamos até escurecer e depois coloquei Sofia para dormir.

- Dormiu - comemoro.

- E agora? O que quer fazer? - ele me pergunta

- Não sei. Quando eu vou embora? Eu tenho faculdade daqui 1 mês, tenho que arrumar minhas coisas.

- Eu sei, semana que vem eu levo vocês.

- Sabe que estou fazendo isso apenas pela Sofia, certo?

- Como assim? - pergunta.

- Veja como ela está feliz, nunca a vi com um sorriso tão belo em seu rosto. - suspiro. - Mas entre nós... não acho que seja o certo a se fazer.

- Você me esqueceu?

- Não é questão de esquecer Richard, tenho que ver o que é melhor para minha filha.

- Eu sou o melhor para ela, eu sou o pai. - ele se defende.

- Apenas por um mero detalhe, não foi você que trocou todas as fraldas dela e nem que aturou todas as noites sem dormir porque os dentinhos estavam nascendo.

- Eu posso dar um jeito nisso. - ele segura minha mão. - Todos nós podemos. Ela precisa de um pai e eu posso ser esse cara.

Cinco Anos AtrásOnde histórias criam vida. Descubra agora