MARIA EDUARDA
Nesse dia Richard não me ligou e eu já estava começando a ficar preocupada, liguei para ele umas 12 vezes e nem sinal.
— O que está pensando mamãe? — Sofia diz fazendo meus pensamentos sumirem.
— Nada amor.
— A tia Carol vai vir quando?
— Eu liguei para ela, ela disse que já esta vindo.
— Estou com saudade do tio Richaid.
— Você gosta dele, né?
— Sim. Ele é legal... e bonito.
— Também acho — dou uma risada e sinto um rubor em minhas bochechas.
Sinto meu celular vibrar. Fico animada da possibilidade de ser Richard.
— Alô? — digo
— Maria?
— Sou eu mesma.
— É a mãe do Richard!
— Oi Esther, ele está bem?
— Não falo com ele desde ontem. Vim falar com você porque estou na cidade, pensei em ver vocês. Estou com muita saudade da Sofia.
— Claro, mas pode ser outro dia? Hoje estou ocupada. Tenho que ir na faculdade fazer minha inscrição.
— Sem problemas. Amanhã?
— Seria perfeito!
Desligo o telefone.
— Carol — Sofia corre para porta e abraça minha amiga.
— Oi minha neném, sentiu saudades? Porque eu senti de você — ela pega Sofia no colo
— Olá!
— Está bem? — ela pergunta preocupada.
— Estou sim. Vou ir para faculdade assinar aquelas papeladas, você pode cuidar da Sofia?
— Claro amiga.
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Quando voltei da faculdade de táxi, recebi uma ligação de um número desconhecido.
— Alô? Quem é? — pergunto.
— Sou eu — escuto a voz do Richard, que faz eu sentir um alívio.
— Você está bem? Por que não retornou minhas ligações?
— Estou bem. Estou trabalhando muito e estudando também.
— Trabalhando? Você não trabalha Richard.
— Agora trabalho. Em uma das empresas do meu pai.
— Entendi.
— Me desculpe por sumir, você está bem?
— Estou.
— Queria falar que estou com saudades. — ele faz uma pausa antes de falar novamente — Posso te ver amanhã?
— Amanhã eu vou ver sua mãe.
— Minha mãe?
— Sim, amanhã ela vem em casa.
— Estarei aí.
Ele desliga o telefone.
Sofia estava dormindo no quarto, o que acho milagre por ela nunca dormir na parte da tarde. Carol estava na sala com seu namorado.
— Oi Noah — aceno.
— E aí Duda, quanto tempo.
— Acho que vou dar uma volta na praça.
— Vai lá — Carol disse apontando a porta.
— Está me expulsando? — rio.
— Claro que não amiga.
Saio e fecho a porta.
Caminhando na praça vejo um monte de pessoas conhecidas que acenam para mim a cada 2 minutos. Sento em um banco próximo e fico olhando o lago que havia ali. As folhas de uma árvore velha caiam, deixando ele cada vez mais lindo.— Duda? — alguém toca meu ombro, fazendo eu levar um susto.
— Ah meu Deus. Caleb? — levanto rapidamente e vou abraçar meu amigo de infância.
— Dudinha, que saudades — ele diz me apertando cada vez mais forte.
Quando finalmente me soltou, ele deu um beijo na minha bochecha e me afastou.
— Como vai garota? Cadê a Sofia? — ele pergunta entusiasmado.
— Eu vou bem e a Sofia também. Mas me conta de você seu louco, está morando aqui agora? — soco o braço dele de leve.
— Estou. Não consegui viver sem você, né — ele ri — Sempre gostei daqui, então arrumei um apartamento aqui e tcharam.
— Ainda é skatista? Ou é escritor?
— Escritor... parei de andar de skate por um tempo. Enfim, quer ir em casa? Ou fazer alguma coisa?
— Adoraria, mas tenho que voltar pra casa. Sofia está lá com a Carol.
— Ainda mora com a Carol? — ele ri.
Assenti.
— Sim, ela ajuda a pagar as contas e é bem útil em cuidar da Sofia e me fazer companhia.
— Mas foi muito bom te ver — ele me abraça bem forte — Espero sair com você, vou te passar meu número — ele pega um bloco de notas que estava em seu bolso e escreve seu número — Aqui está, qualquer coisa me liga.
— Duda? — ouço a voz do Richard.
— Oi, que surpresa — digo levantando e indo abraçá-lo, mas ele recua.
— Quem é esse?
— Ah... esse é meu amigo de infância, Caleb. Caleb, esse é Richard...
— Namorado de Duda — ele cumprimenta Caleb.
"Namorado?"
— É sempre bom saber que você pega seus namorados na lixeira velha Duda — Caleb diz.
Sinto que os dois não vão se entender muito bem.
— Me dê apenas um motivo para não quebrar a cara desse idiota aqui mesmo — Richard me pergunta.
— Cai pra cima — Caleb o desafia.
— Chega, chega. — digo por fim, ficando entre eles.
— Desculpa Dudinha, sei que você não merecia isso — diz Caleb com uma voz tristonha com a mão em meu ombro.
— "Dudinha"? Da licença né garoto, tem quantos anos? — Richard faz uma pergunta retórica.
— Pessoal. Chega!
Vou em direção ao Caleb e abraço ele muito forte.
— Eu estava com muita saudades. Espero te ver de novo, não vou esquecer de ligar — digo pegando o papel com o número de Caleb no bolso.
— Adeus meu bonbonzinho — Caleb beija minha bochecha e sai andando pela praça.
— Vamos embora? — pergunto.
— Vamos sim meu "bonbonzinho" — Richard diz, caçoando da cara de Caleb e me abraça de lado.
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Cinco Anos Atrás
RomantizmO Colegial sempre foi baseado em experiências, festas e claro, o primeiro amor. Com Maria e Richard não foi diferente. Um amor que você só sente uma ou duas vezes na vida, se tiver sorte. Mas o quê fazer quando se está com medo, com 15 anos e grávid...