CAPÍTULO 14.

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MARIA EDUARDA

Nesse dia Richard não me ligou e eu já estava começando a ficar preocupada, liguei para ele umas 12 vezes e nem sinal.

— O que está pensando mamãe? — Sofia diz fazendo meus pensamentos sumirem.

— Nada amor.

— A tia Carol vai vir quando?

— Eu liguei para ela, ela disse que já esta vindo.

— Estou com saudade do tio Richaid.

— Você gosta dele, né?

— Sim. Ele é legal... e bonito.

— Também acho — dou uma risada e sinto um rubor em minhas bochechas.

Sinto meu celular vibrar. Fico animada da possibilidade de ser Richard.

— Alô? — digo

— Maria?

— Sou eu mesma.

— É a mãe do Richard!

— Oi Esther, ele está bem?

— Não falo com ele desde ontem. Vim falar com você porque estou na cidade, pensei em ver vocês. Estou com muita saudade da Sofia.

— Claro, mas pode ser outro dia? Hoje estou ocupada. Tenho que ir na faculdade fazer minha inscrição.

— Sem problemas. Amanhã?

— Seria perfeito!

Desligo o telefone.

— Carol — Sofia corre para porta e abraça minha amiga.

— Oi minha neném, sentiu saudades? Porque eu senti de você — ela pega Sofia no colo

— Olá!

— Está bem? — ela pergunta preocupada.

— Estou sim. Vou ir para faculdade assinar aquelas papeladas, você pode cuidar da Sofia?

— Claro amiga.

________________

Quando voltei da faculdade de táxi, recebi uma ligação de um número desconhecido.

— Alô? Quem é? — pergunto.

— Sou eu — escuto a voz do Richard, que faz eu sentir um alívio.

— Você está bem? Por que não retornou minhas ligações?

— Estou bem. Estou trabalhando muito e estudando também.

— Trabalhando? Você não trabalha Richard.

— Agora trabalho. Em uma das empresas do meu pai.

— Entendi.

— Me desculpe por sumir, você está bem?

— Estou.

— Queria falar que estou com saudades. — ele faz uma pausa antes de falar novamente — Posso te ver amanhã?

— Amanhã eu vou ver sua mãe.

— Minha mãe?

— Sim, amanhã ela vem em casa.

— Estarei aí.

Ele desliga o telefone.

Sofia estava dormindo no quarto, o que acho milagre por ela nunca dormir na parte da tarde. Carol estava na sala com seu namorado.

— Oi Noah — aceno.

— E aí Duda, quanto tempo.

— Acho que vou dar uma volta na praça.

— Vai lá — Carol disse apontando a porta.

— Está me expulsando? — rio.

— Claro que não amiga.

Saio e fecho a porta.
Caminhando na praça vejo um monte de pessoas conhecidas que acenam para mim a cada 2 minutos. Sento em um banco próximo e fico olhando o lago que havia ali. As folhas de uma árvore velha caiam, deixando ele cada vez mais lindo.

— Duda? — alguém toca meu ombro, fazendo eu levar um susto.

— Ah meu Deus. Caleb? — levanto rapidamente e vou abraçar meu amigo de infância.

— Dudinha, que saudades — ele diz me apertando cada vez mais forte.

Quando finalmente me soltou, ele deu um beijo na minha bochecha e me afastou.

— Como vai garota? Cadê a Sofia? — ele pergunta entusiasmado.

— Eu vou bem e a Sofia também. Mas me conta de você seu louco, está morando aqui agora? — soco o braço dele de leve.

— Estou. Não consegui viver sem você, né — ele ri — Sempre gostei daqui, então arrumei um apartamento aqui e tcharam.

— Ainda é skatista? Ou é escritor?

— Escritor... parei de andar de skate por um tempo. Enfim, quer ir em casa? Ou fazer alguma coisa?

— Adoraria, mas tenho que voltar pra casa. Sofia está lá com a Carol.

— Ainda mora com a Carol? — ele ri.

Assenti.

— Sim, ela ajuda a pagar as contas e é bem útil em cuidar da Sofia e me fazer companhia.

— Mas foi muito bom te ver — ele me abraça bem forte — Espero sair com você, vou te passar meu número — ele pega um bloco de notas que estava em seu bolso e escreve seu número —  Aqui está, qualquer coisa me liga.

— Duda? — ouço a voz do Richard.

— Oi, que surpresa — digo levantando e indo abraçá-lo, mas ele recua.

— Quem é esse?

— Ah... esse é meu amigo de infância, Caleb. Caleb, esse é Richard...

— Namorado de Duda — ele cumprimenta Caleb.

"Namorado?"

— É sempre bom saber que você pega seus namorados na lixeira velha Duda — Caleb diz.

Sinto que os dois não vão se entender muito bem.

— Me dê apenas um motivo para não quebrar a cara desse idiota aqui mesmo — Richard me pergunta.

— Cai pra cima — Caleb o desafia.

— Chega, chega. — digo por fim, ficando entre eles.

— Desculpa Dudinha, sei que você não merecia isso — diz Caleb com uma voz tristonha com a mão em meu ombro.

— "Dudinha"? Da licença né garoto, tem quantos anos? — Richard faz uma pergunta retórica.

— Pessoal. Chega!

Vou em direção ao Caleb e abraço ele muito forte.

— Eu estava com muita saudades. Espero te ver de novo, não vou esquecer de ligar — digo pegando o papel com o número de Caleb no bolso.

— Adeus meu bonbonzinho — Caleb beija minha bochecha e sai andando pela praça.

— Vamos embora? — pergunto.

— Vamos sim meu "bonbonzinho" — Richard diz, caçoando da cara de Caleb e me abraça de lado.

Cinco Anos AtrásOnde histórias criam vida. Descubra agora