RICHARD NARRANDO
atualmente...
Acordo com minhas costas doendo, realmente não é nada bom dormir em uma cadeira hospitalar. Olho para minha filha, que dormia suavemente. Seus pequenos olhos demonstravam cansaço mesmo estando fechados. Olho para o relógio, já amanheceu. Vou para o banheiro que há no quarto e lavo meu rosto para me despertar.
Ainda sonolento saio do quarto a procura de Maria. Ao encontrá-la, chego devagar ao lado dela para não a assustar por ela estar concentrada. Em questão de segundos ela retirou seus olhos azuis do livro e me encarou, abriu um sorriso sincero e me disse poucas, mas significantes palavras.
- Me perdoe.
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Depois que Sofia ganhou alta, passamos em uma lanchonete para todos nós comermos o café da manhã, depois fomos para a casa de Maria. Antes de eu sair do táxi, recebo uma ligação.
- Vão na frente, eu já vou entrar. - sorrio para Maria ao descer do táxi.
As duas descem e seguem o caminho até a porta de entrada da casa. Pego meu celular e atendo a ligação:
- Oi maninho.
- O que quer Josh? - pego um cigarro em meu bolso.
- Seu carro já está na oficina. - coloco o cigarro entre meus lábios e acendo com o isqueiro.
- Não fez mais do que a sua obrigação.
- E eu paguei com seu cartão. - ouço uma risadinha e logo depois vejo Sofia vindo em minha direção.
- Sofia? - digo apagando o cigarro.
- A mamãe perguntou se você vai almoçar com a gente.
- Vou sim, já estou indo. - sorrio e ela se afasta.
- Josh, depois eu te ligo. - desligo.
Entro na casa e vou em direção às vozes. Maria estava cortando as cebolas, enquanto Sofia ajudava a mexer a massa. Fico ao lado de Maria, que leva um pequeno susto ao sentir minha mão em cima da dela.
- Deixa que eu corto. - digo.
- Ah, ok. - ela sorriu e limpou suas mãos em um pano de prato ao lado.
Ouço a campainha.
- Vou atender. - Maria diz.
Continuo cortando as cebolas, que por incrível, não me fizeram derramar uma lágrima sequer.
Ouço passos correndo e depois uma mulher loira com olhos verdes surge ao meu lado.- Você deve ser o Richard. - ela diz e morde uma maçã que havia pegado na fruteira.
- E você deve ser a colega de Maria.
- Sim, me chamo Carol. - ela morde mais uma vez sua maçã e depois joga no lixo.
- Foi um prazer te conhecer. - ela sorriu e saiu em passos rápidos.
Ela é bem elétrica - penso.
- Tio Chris. - a voz de Sofia me fez olhar em direção à porta, onde esse tal "Chris" se encontra.
Não acredito que Maria o chamou enquanto eu estou aqui. - finjo que nem me importo e continuo a cortar as cebolas.
Quando Maria volta para a cozinha, agora sozinha, pois "Chris" ficou na sala brincando com Sofia, puxo ela pela sua mão para conversarmos.
- Eu lembrei que tenho um negócio para fazer, então não vou poder ficar para almoçar. - falo.
- É por causa do Christopher? - ela pergunta olhando em meus olhos.
- Você sabe que não me dou bem com ele.
- Mas ele é uma boa pessoa e ele é um ótimo pai para Sofia. - sua voz ficou mais baixa, para não escutarem nossa conversa.
- Um ótimo pai? - rio sarcasticamente.
- Sim e eu espero que consiga entender isso. - ela solta minha mão, enfurecida.
- Não, eu não consigo. - limpo minhas mãos da cebola. - Fique com seu projeto perfeito de pai, estou voltando para casa.
- Richard... - ela me chama mas eu já havia saído da casa.
Chamo um táxi que passava ali bem na hora e entro no mesmo.
- Me leve para o aeroporto mais próximo.
- O senhor é quem manda. - ele começa a dirigir, e vejo Maria ficar cada vez mais distante, conforme o táxi anda.
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Por culpa do motorista que pegou a pista errada acabamos pegando um trânsito de mais ou menos uma hora, antes de ir ao meu rumo eu pedi para o taxista parar em uma loja de conveniência para eu comprar algo para comer.
Ao descer do carro, vou em direção à porta da loja, há um casal se beijando e impedindo minha entrada.
- Com licença. - digo, para chamar a atenção dos dois.
Quando o casal se separou, reparei que quem estava praticamente engolindo o rosto da moça, era ninguém menos que Christopher. Seu olhar ao me ver foi de espanto.
Ele deve ser bem louco à ponto de trair Maria... e ainda mais na minha frente. - penso enfurecido.
Com meu punho, o derrubo no chão, depois sinto minha mão latejar.
- Você é nojento. - chuto seu corpo, ao vê-lo tentar levantar.
Vou em direção ao táxi novamente e entro no mesmo.
- Me leve para esse endereço imediatamente. - mostro o endereço de Maria para ele.
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Cinco Anos Atrás
RomanceO Colegial sempre foi baseado em experiências, festas e claro, o primeiro amor. Com Maria e Richard não foi diferente. Um amor que você só sente uma ou duas vezes na vida, se tiver sorte. Mas o quê fazer quando se está com medo, com 15 anos e grávid...