CAPÍTULO 22.

6.3K 453 42
                                    

Duda Narrando

- Alô? - digo após ligar para Richard

- Oi

- Ela está bem? Desculpe-me por sair daí 

- Ela dormiu. Ficou dormindo desde que você saiu. Você está bem?

- Estou, apenas confusa e preocupada. - tenho um suspiro longo para me acalmar - As médicas descobriram o que ela tem?

- Não exatamente!

- Não exatamente?

- Eles acham que é uma coisa, mas vão fazer alguns exames para confirmar

- Entendi! Eu vou ir aí.

- Não precisa - sua voz era calma

- Claro que precisa.

- Vou te esperar.

Minha melhor amiga mandou eu escolher o melhor para mim e para meu coração, então eu vou tentar mais uma vez com ele. É com ele que eu quero acordar todas as manhãs. Apesar de tudo, o Richard é incrível e eu vou tentar fazer dar certo.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Matt, avisando que ele é um grande cara mas que não iria dar certo por eu estar em uma situação complicada, o que eu realmente estava. Ele foi compreensível.

Peço um táxi e vou para o hospital. Chegando lá eu vou para o quarto de minha filha, Richard estava ao lado dela e ela com seus olhos abertos observando sua volta

- Mamãe - ela gritou ao me ver, e abriu um sorriso enorme

- Oi meu amor - me aproximo dela - Como você está?

- Bem... - ela dá um sorriso - Queria um sorvete.

- Ela está com essa idéia desde que acordou - Richard disse sorrindo

- Quando a gente sair daqui vamos tomar muito sorvete. - chego perto dela e abraço a mesma - Eu te amo tanto.

- De chocolate? - ela pergunta

- Do que você quiser, meu bebê! - ela dá um sorriso enorme com minha resposta

Ficamos lá um belo tempo! Até que a médica deu alta para Sofia mas disse que ela teria que voltar daqui 2 dias para terminar de fazer os exames. Ela disse que sua pressão estava instável e que ela estava bem de saúde mas ela teria que fazer uns exames só para se certificar que estava tudo bem.

- Vai querer tomar sorvete? - digo de mão dada com Sofia.

- Vou! - ela sorri - Mamãe, eu quero dormir na sua casa hoje!

- Mas hoje não é meu dia de ficar com você, meu amor.

- Tudo bem! Ela pode - Richard diz.

- Sério? - Sofia pergunta, animada.

- Sim! Se você quer ficar com a mamãe, não vou impedir.

Mas bem que impediu antes.

Após a alta, fomos todos para a sorveteria mais próxima. Peço uma casquinha de chocolate para todos e me sento lá.

- E então... está trabalhando na empresa do seu pai? - pergunto para Richard.

- Estou! Aprendi bastante coisas e mesmo sendo obrigado eu gostei bastante de trabalhar nesta área.

- Que bom! - sorrio - Seus pais estão bem?

- Estão sim! Minha mãe anda meio triste mas eu e meu pai não sabemos o porque.

- Que pena - olho triste - Ela é maravilhosa

- Sim - ele suspira

Terminamos o sorvete e fomos dar uma volta no parque. Sofia brincava em todos os brinquedos e eu e Richard ficamos no banco, observando ela brincar e rir. Estava tão envolvida naquilo que percebi depois de minutos que meu celular estava tocando! Olhei na tela e o número era desconhecido, coloquei o mesmo no meu ouvido

- Alô? - perguntei, preocupada

- Maria?

- Sim. Quem é? - levantei uma sobrancelha, e Richard me observava preocupado.

- É o Noah - ele parece estar abalado - A Carol está no hospital.

- O que aconteceu? Ela está bem? - levantei do banco e peguei Sofia no colo. Richard me olhava preocupado. - abre a porta do carro - sussurro para Richard

- Ela está dormindo agora, tentou se matar Duda, você sabe o porquê?

- Tem certeza? Que hospital vocês estão? - pergunto já tremendo com a possibilidade dela morrer.

Noah me passou o endereço e eu fiquei feliz em saber que não fica muito longe.

- Chego aí em 10 minutos - disse por fim e desliguei.

Cruzei meus pés e coloquei as mãos no meu rosto, tampando as lágrimas que estavam formando. Eu não era capaz de acreditar, algo estava errado! Carol nunca tentaria o suicídio.

Quando finalmente chegamos no hospital, eu fui correndo para a recepção, deixei Sofia com o Richard, que já havia dormido. Entrei no quarto de Carol e vi ela na cama. Fiquei parada observando ela e senti uma lágrima cair. Fiquei olhando para seu corpo e me perguntava o quão péssima eu era como amiga. Não consegui ver que ela estava infeliz, não consegui ajudar. Não consegui dizer que ficaria tudo bem, como ela sempre fazia.

Vi o Noah na porta do quarto, que estava com seus olhos vermelhos e inchados.

- Eu sinto muito, deve estar sendo muito difícil para você. - tento dizer algo em forma de consolo mas não há nada que possa melhorar essa situação.

Ele não disse nada e veio até mim, me envolvendo em um abraço. Senti suas lágrimas molharem minha blusa e eu continuei abraçada à ele.

- Eu não consigo acreditar. - ele disse com a voz rouca e falha.

- Vai ficar tudo bem. - tentei manter a voz mais firme que pude, mas não importa o quanto eu tente, ela vai sair rouca e como um leve sussurro

Ele ficou abraçado comigo, até que foi até Carol e abraçou ela.

- Desculpa, meu amor. Eu falhei com você, não consegui perceber que voce precisava de ajuda.

Senti uma lágrima cair de meu olho e sai da sala para deixar os dois um pouco sozinhos.

Cinco Anos AtrásOnde histórias criam vida. Descubra agora