CAPÍTULO 16.

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MARIA EDUARDA

Depois de Sofia ter flagrado eu e Richard se beijando ela me enchia de perguntas.

— Ele é seu namorado? — ela pergunta com um sorriso travesso.

— Não filha.

— Você ama ele? Vocês vão casar?

Reviro meus olhos.

— Vão ser felizes para sempre?

— Sofia, por favor. — digo em súplica.

— Ele é meu novo papai?

— Não filha — me assusto com essa pergunta.

— Ele gosta de você?

— Chega neném, hora de dormir.

Pego Sofia no colo e coloco ela na cama.

— Boa noite, meu anjo. — dou um beijo na sua testa.

— Não estou com sono.

— A mamãe vai sair com o tio Caleb, você tem que dormir, a tia Carol está cansada.

— Ah mãe, eu não posso ir junto?

— Na próxima vez — beijo sua testa novamente e saio do quarto.

— Ela está deitada, logo ela dorme — digo beijando a bochecha de Carol — Obrigada por cuidar dela hoje.

— Sem problemas, vai se divertir vai — ela me empurra de leve.

Saio da porta e vejo Caleb na frente do carro com uma mão atrás das costas e me olhando com um sorriso enorme.

— Você está linda — ele diz se aproximando de mim.

— Obrigada — sinto minhas bochechas ficarem rosadas.

— Isso é para você. — ele me entrega uma flor que é muito cheirosa.

— Amei! — digo, enquanto entro no carro.

— Está pronta para nossa aventura? — ele questiona, animado.

— Sempre estive!

Chegando na frente do parque, ele estaciona.

Saímos juntos do carro e olhamos ao redor.

— Não mudou nada — digo de mãos dadas com ele andando pelo parque.

— Eu realmente senti sua falta — ele diz me abraçando.

— Eu também. — retribuo o abraço.

Andamos mais um pouco e Caleb comprou um algodão doce para mim.

— Vamos nesse? — digo apontando para o carrinho bate-bate.

— Vamos em qual você quiser — ele diz indo comigo até o brinquedo.

Entramos e sentamos em um carrinho. Um homem veio e amarrou a gente com uma espécie de "cinto".

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Acho que fomos em quase todos os brinquedos, até que chegamos na roda gigante.

— Não pode balançar o carrinho enquanto estiver lá em cima — o monitor do brinquedo alerta.

— Sem problemas. — Caleb diz.

Ficamos parados por um tempo, mas quando começou a subir eu realmente senti um medo, não que eu tenha medo de altura, mas estava tensa, não sei explicar.

— Você está bem? Tem medo de altura? Podemos descer se quiser — ele pergunta colocando uma mecha de meu cabelo atrás da orelha.

— Estou bem. — dou um sorriso.

— Ele é seu namorado, mesmo? — sinto que o assunto mudou totalmente.

— Quem? Richard?

— Sim — ele parecia ansioso pela minha resposta, o que me deixou mais nervosa.

— Ele não é meu namorado. — olho a paisagem e depois desvio meu olhar para ele. — Qual o motivo dessa pergunta?

— Não confio nele. — ele diz me olhando.

Percebi que estávamos no topo da roda.

— Você está linda — ele dá um sorriso e coloca sua mão no meu pescoço, tentando se aproximar, mas eu recuo.

Descemos da roda e eu disse que queria ir para minha casa.

— Quer comer alguma coisa? Me lembro com clareza que você adorava cachorro quente.

— Sim, vamos.

— Sei de um lugar maravilhoso. — ele diz, entusiasmado

Caleb me levou para um lugar que é ao ar livre, com pessoas simples, lá fazia um cachorro quente muito bom, e o vento batendo em nosso rosto só deixava o ambiente melhor.

— Aqui está o pedido de vocês — um homem muito simpático coloca a bandeja sob a mesa — E está saindo uma porção de batata por cortesia da casa para Caleb e a senhorita.

— Muito obrigado, Paul — Caleb agradece e o garçom se retira. — Pronta para comer a melhor coisa do mundo?

— Prontíssima!

Sentia o gosto do bacon percorrer minha boca, era muito bom, não sei como descrever, só sei que aquilo estava sendo maravilhoso.

— Muito obrigada. — digo limpando minha boca.

— Pelo que?

— Fazia tempo que eu não me divertia assim.

— Ainda vamos nos divertir bem mais — ele diz colocando sua mão na minha.

Paul voltou e trouxe a porção de batata e fiquei conversando com Caleb o resto da noite.

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— Gostei bastante de hoje — digo ao Caleb quando chegamos em frente da minha casa.

— Eu também, até logo! — ele me abraça e entra no seu carro novamente, acenando.

Entro em casa e deito, estava com os olhos pesados de sono. Até que meu celular vibra, número desconhecido.

— Quem é?

— Maria Eduarda?

— Sim, sou eu mesma!

— Aqui é a Sandra, do hospital de tratamento de Alzheimer. Eu vim te comunicar que o seu pai está na última fase da doença e provavelmente tem poucos dias de vida. Você gostaria de fazer uma visita?

— Alzheimer? Meu pai não tem Alzheimer!

— Ele está fazendo tratamento conosco faz alguns meses, quando perguntei se ele queria ver alguém, ele disse seu nome.

Ela me passou o endereço e eu não consegui dormir a noite toda. Alzheimer? Última fase? Poucos dias de vida? Eu estava completamente em choque, como ele não me falou? Faz um tempo que eu não tenho contato com ele mas eu pensei que estava tudo bem. Eu sou sua garotinha, ele não pode morrer.

Cinco Anos AtrásOnde histórias criam vida. Descubra agora