Duda Narrando
Acordei super cedo para ir trabalhar no Burger's. Fiquei cansada após atender vários clientes, nunca vi aquele lugar tão lotado. Meu chefe, Yan, disse que eu só precisava atender mais uma mesa e depois poderia ir embora. Pego meu bloco na mão e me aproximo da mesa. Haviam dois homens, um alto, moreno, e olhos azuis, já o outro era loiro e com olhos castanhos claros.
- Posso anotar seu pedido? - poderia jurar que estava corando, sentindo os olhos do moreno me avaliarem
- Claro - ele diz se ajeitando na cadeira
- Pode falar - pego minha caneta no bolso e espero ele dizer o que iria pedir
- O que tem hoje? - ele me olha
- Tudo. Não temos um prato exato para apenas um dia
- O que recomenda para mim? - ele diz com a mão em sua boca, parecendo estar interessado no que eu estaria prestes a dizer
- Eu não sei, o senhor prefere lanche? Salgado? - pergunto
- Acho que um lanche!
- Eu gosto do x-bacon, realmente é divino. O x-salada é bem gostoso também!
- Vou querer esses dois - ele diz pegando seu celular.
- Pode deixar. - anoto no bloco
- Antes de você ir, você pode me passar seu número? Caso eu queira mais sugestões de lanche. - ele diz segurando seu celular na lista de contatos.
- Claro - passo meu número pra ele e ele dá um sorriso, depois do Richard, não pensei que sentiria esse nervosismo/ansiedade novamente.
Caminho até a bancada e vejo Elizabeth, a outra garçonete sorrindo com uma cara maliciosa
- O que foi isso em? Ele é o maior gato - ela soca meu braço de leve
Dou uma risada. Eu realmente gostei desse homem, ele era muito lindo chega até ser intimidador.
- Pode ir embora - ouço Yan dizendo.
- Eu não terminei de atender a minha mesa.
- Então vai logo, a outra garçonete vai chegar em minutos.
- Sem problemas.
Caminho até a mesa 6 e pego meu bloco do bolso.
- Vão querer sobremesa? - pergunto
O homem cujo eu ainda não sabia o nome me olhava com um sorriso.
- Não, estou satisfeito, Maria
- Como sabe meu nome?
Ele aponta para meu peito que havia um crachá pendurado com uma foto 3x4 e meu nome.
- Ah... e o seu? - sorrio sem graça por não ter percebido isso antes.
- Meu nome? - após eu confirmar com a cabeça ele responde - Matt.
- Posso fechar a conta de vocês?
- Pode. Vou pagar em dinheiro.
- Deu 38 ao todo.
Ele me entrega uma nota de 50 e se levanta.
- Pode ficar com o troco, princesa - ele pisca e antes de eu contesta-lo, ele vai embora.
Peguei minha jaqueta jeans que estava pendurada e fui embora, enquanto eu andava para o ponto de ônibus, uma chuva forte começou a cair e ela estava engrossando cada vez mais, me deixando totalmente molhada. Estava quase chegando no ponto, onde havia uma cobertura mas alguém pegou no meu braço e me puxou, fazendo eu ficar totalmente colada com a pessoa. Ele estava com um guarda-chuva, percebi isso pois não havia mais chuva caindo sobre nós. Quando olho para a pessoa que havia me puxado era o Matt, que quando eu olhei para cima ele me beijou, eu estava sem reação, não sabia se empurrava ele ou se correspondia o beijo dele. Enfim, escolhi a segunda opção, ele me beijava tão docemente, sua boca havia um gosto único, seu beijo era quente e tirava todo o frio que eu estava sentindo pela chuva e ventania. Mas será que eu gostei do beijo ou estava pensando que era outra pessoa no lugar dele? Ele me soltou e me olhou, estávamos ofegantes e ele estava segurando minha cintura e com a outra mão o guarda-chuva.
- Foi exatamente como imaginei. ele diz referindo-se ao beijo.
- O que foi isso? - digo ofegante. - Eu nem te conheço. - tenho certeza que minhas bochechas estavam em brasa mas por conta do frio eu não sabia ao certo.
Ele deu uma risadinha como resposta.
- Esse é meu carro, quer uma carona?
- Obrigada, mas não precisa.
- Precisa, está chovendo e não quero que fique doente. - ele oferece mais uma vez. - Pode confiar.
Mesmo sabendo que era uma péssima ideia, eu entrei no carro e ele entrou logo atrás.
- Aí meu Deus, eu esqueci. Preciso buscar minha filha na casa do pai dela - ele me olhou e freiou o carro.
- Filha? - ele questiona.
- Sim, eu e o pai dividimos a guarda.
- Entendi. Vamos, eu busco ela com você
Passo o novo endereço do Richard e chegamos mais rápido do que imaginei que seria. Quando cheguei, o Matt fez questão de me acompanhar até a porta. Toquei a campainha e esperei, Sofia abriu, estava com uma bolsa nas costas e seu cabelo em um rabo de cavalo. Richard estava logo atrás dela, olhando para mim e analisando Matt.
- Oi,meu neném - disse abaixando para abraçar Sofia.
- Oi mamãe, estava com saudades. Quem é esse? - ela olha para Matt com curiosidade
Antes que eu pudesse responder, Matt falou por mim.
- Oi pequena, eu sou Matt, novo namorado de sua mamãe.
Eu queria entender o motivo dos homens falar que namoro com eles. Richard me olha e ergue as duas sobrancelhas, com ar de surpresa.
Eu estava sem reação, ou eu ficava calada, ou eu desmentia tudo e talvez fosse um erro mas escolhi a primeira opção
- Vai pegar seu guarda-chuva filha, está no sofá - Richard diz para Sofia
- Querem entrar? - Ele pergunta
- Não, obrigada. - respondo antes que Matt fale outra besteira.
Sofia voltou e segurou a minha mão.
- Tchau, papai - Sofia acena para Richard
- Tchau, amor.
Antes de eu me virar ouço Richard me chamar.
- Maria.
Olhei para ele, me preparando emocionalmente.
- Posso falar com você? - ele olha para Matt - A sós!
- Espere a mamãe, eu já volto. - aviso para Sofia.
- Namorado? Quando pretendia me contar? - ele esbraveja.
- Você não é nada meu, não tem direito de ficar irritado.
- Olha aqui, eu não quero esse cara perto da minha filha - ele aperta meu braço.
- Me solta, está machucando - empurro ele
Saio de perto dele e vou para o carro com Sofia e Matt.
- Está tudo bem? - Matt pergunta
- Vai ficar.
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Cinco Anos Atrás
RomansO Colegial sempre foi baseado em experiências, festas e claro, o primeiro amor. Com Maria e Richard não foi diferente. Um amor que você só sente uma ou duas vezes na vida, se tiver sorte. Mas o quê fazer quando se está com medo, com 15 anos e grávid...