(capítulo baseado no passado)
MARIA EDUARDA
Chegou o dia em que eu iria visitar meu pai, não avisei a mulher que iria lá, queria fazer uma surpresa para o homem que me deu a vida. Ainda não consigo acreditar no que aconteceu com ele, eu não entendo o porquê dele me esconder isso. Ele podia ao menos ligar, dizendo que estava bem.
Tanto tempo que não o vejo, me pergunto se ele irá lembrar de sua garotinha. Ele não pode ter me esquecido, ele não pode me deixar.Caleb havia me implorado para que ele me levasse na clínica, e eu aceitei já que estávamos namorando. Ele estava buzindo lá fora para mim, avisando que havia chego. E eu me olhava no espelho, experimentando a quinta troca de roupa.
- Vamos lá, você consegue. Você é forte! - dizia para mim mesma, observando meu reflexo.
Arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo, estava com uma blusa que ele deu para mim ainda pequenina, impressionante que ela ainda serve em mim. Uma saia florida e estava sem maquiagem, para que ele me visse exatamente como eu sou. Coloquei algumas pulseiras, e a aliança que Caleb me deu. Eu disse para ele que não precisava de aliança, mas ele insistiu no papo de que eu era só dele.
Ouvi novamente a buzina, coloquei meus documentos na bolsa e a coloquei de lado. Caminhei até a cozinha e bebi um copo gelado de água, suspirei e fui para a porta da frente. Segurei na maçaneta e fiz uma pequena oração, para que meu pai estivesse bem o suficiente para eu ver ele. Abri a porta, e vi Caleb suspirando de alívio, talvez pelo meu atraso. Fui até ele, e ele tentou me dar um selinho, mas eu desviei e entrei no carro. Peguei meu celular e coloquei os fones de ouvido, liguei no último a música e encostei minha cabeça na janela. A viagem será longa.
Algumas horas depois Caleb me acorda devagar, e sorri ao ver eu abrindo os olhos.
- O que aconteceu? - pergunto, ao ver que estávamos parados em um estacionamento de um mercado.
- Vamos descansar um pouco, amanhã a gente continua, está muito tarde para dirigirmos. - ele diz
- Tá - sorrio sem mostrar meus dentes e olho para meu celular, vi o horário e entendi o porquê dele querer parar
- Você está bem? - ele diz se inclinando
- Eu não sei - digo insegura
- Vai dar tudo certo, eu prometo. - ele beija minha bochecha
Encosto minha cabeça no banco e fecho meus olhos.
- Você vai dormir? - ele perguntou, fazendo eu abrir os olhos e observar seus olhos castanhos
- Essa não era a intenção de pararmos?
- Sim, claro... Mas é que hoje a gente nem pode se curtir - ele segura em minha mão e beija ela
- Não estou afim Caleb
- Você nunca está - ele suspira e olha a estrada - Aposto que se fosse o Richard você ficaria bem afim - ele disse sem nem me olhar
- Por Deus, o que Richard tem haver com isso?
- Você acha que eu não vejo como você olha ele todo dia que vai buscar sua filha?
- Você não está falando coisa com coisa, eu sou sua namorada, e não dele. E eu mereço respeito, agora pode ficar com sua arrogância e durma sozinho - saio do carro e bato a porta
Ando até o mercado e compro uma água, bebo a mesma e fico sentada lá.
Vejo Caleb vindo em minha direção com a cabeça baixa
- Isso é loucura, você vai congelar aqui - ele pega em meu braço para me levantar
Vou com ele até o carro e durmo no mesmo.
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Acordo e olho para o lado, Caleb estava abastecendo o carro. Me olho no retrovisor e arrumo meu cabelo, saio do carro e caminho até Caleb. Beijo sua bochecha e abraço ele.
- Me desculpe - ele diz ainda abraçado a mim
- Eu que devo desculpas, não estou com tempo para nós, e você não merece isso.
- Te amo - ele sorri e beija o topo de minha cabeça
Ele termina de abastecer e então saímos novamente na estrada, agora faltava pouco tempo para a clínica, e a ansiedade batia cada vez mais forte.
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Finalmente chegamos, o carro de Caleb estava estacionado na frente da clínica. Ele me olhava e minhas mãos tremiam. Eu irei ver meu pai depois de anos, e nem sei se ele irá se lembrar de mim, ou ao menos de minha filha.
- Pronta? - Caleb diz segurando minha mão
- Sim - tempo me convencer de minhas palavras e saio do carro
Dou a mão para Caleb, e caminhamos até a entrada da clínica. Chegando pegamos uma fila, não tão grande.
- Você está bem? - novamente Caleb me pergunta
- Não sei, eu estou muito confusa - finalmente chegou minha vez na fila, e eu andei até o balcão da recepção
- Bom dia, é visitante? - a mulher perguntou com um sorriso
- S-sim - sorrio - Eu vim ver o Bob Mitchell
- Espera um momento, eu vou ver no registro - ela sai do balcão e vai para trás de uma porta
- Por quê será que era demorando tanto? - Caleb diz, tirando o silêncio
- Não sei, mas não estou gostando
Alguns minutos depois a recepcionista aparece com um papel em sua mão.
- Eu preciso saber, o que você era do senhor Bob - ela diz ainda olhando o papel
- Ela disse era? - Caleb sussurrou, mas pude ouvir sua voz
- Sou filha dele, ele está bem? - aperto a mão de Caleb
- Bem... Eu sinto muito, mas a notícia que eu tenho para dar não é nada boa
- Cadê meu pai? Moça, eu preciso ver ele agora! - digo em meio de um surto
- Eu odeio passar essa notícia, mas o senhor Mitchell veio a falecer ontem, íamos ligar, mas aconteceu tudo de última hora.
- Não, ele não morreu... Veja a porra da lista novamente, ele não pode estar morto. Meu pai... Ele é meu pai - nem lágrimas conseguia sair de meu rosto
- Eu sinto muito - ela diz
Caleb me abraçou. É impossível, ele não pode simplesmente ter morrido. Meu pai é guerreiro, não iria sem se despedir, ele não pode... Eu me recuso a acreditar nisso.
Falta mais um capítulo do projeto 2, depois voltamos para atualmente. :)
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Cinco Anos Atrás
Любовные романыO Colegial sempre foi baseado em experiências, festas e claro, o primeiro amor. Com Maria e Richard não foi diferente. Um amor que você só sente uma ou duas vezes na vida, se tiver sorte. Mas o quê fazer quando se está com medo, com 15 anos e grávid...