Anjo Negro

Exorcismo

"Lúcius mantinha seu rosto impassível, quase que entediado por estar ali. Mas por dentro tremia de medo de seu Pai. Não queria envolver seus irmãos naquilo, mas não podia vacilar agora. Precisava mostrar ao Senhor o quanto os humanos não merecia todo aquele amor desmedido que seu Pai tinha por eles. 

- Listh.- a voz do Senhor era imperial. Transmitia calma e severidade.- O que tem a dizer em sua defesa? 

- Fui fraca meu Pai. Me deixei levar por um sentimento humano.- confessou. 

- Não estou falando sobre isso filha. Quero saber o que fazia nos limites proíbidos de Firdaus? 

Listh olhou para Ouriel pedindo ajuda. Mas sabia que nada poderia ser feito. Ela estava impossibilitada de falar. Lúcius soube bem o que fazer para mantê-la calada. Apenas ele poderia dizer, mas o arcanjo nunca diria nada que pusesse seu prestígio perante o Senhor ladeira a baixo. 

- Não posso dizer nada Pai.- falou abaixando a cabeça. 

- Listh. Minha irmã. Pode nos dizer o que quiseres.....- o unigênito do Senhor disse. 

Listh olhava de Ouriel para Lúcius, e vice versa. Sabia que o elo de fidelidade feito pelo loiro era inquebrável. Nunca poderia falar sobre os planos de Lúcius, nem de que cedeu aos desejos com Ouriel. 

O silêncio que ela fazia, irritou o Pai, que entendera aquilo como desobediência. Não queria puní-la, mas era necessário se quisesse manter o controle em Firdaus. Mostraria o que acontece para aqueles que o desobedecem. 

- Listh, a partir de hoje, está condenada á uma vida humana. Viverá como os homens, morrerá como eles, e reencarnará novamente como humana....- decretou o Senhor." 

Lúcius observava toda a extensão de Neraka. Era onde tinha poder sobre todos os caídos, apesar de ainda os tratar como irmãos. 

Seus planos de abrir os portões do inferno, e fazer os humanos se mostrarem como realmemte são, estava prestes a acontecer. Seu Pai iria perceber que esse amor destinado aos humanos era inútil, que eles não mereciam. 

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Mesmo com uma dor de cabeça recorrente da ressaca, e do cansaço que sentia, Joe foi para o escritório da oficina. Tinha que colocar a contabilidade em dia. 

- Chefe, tem uma mulher querendo falar com o senhor.- informou um dos funcionários da oficina parado na porta do escritório. 

-Certo Steve.- com os dedos arrumou os cabelos e esperou. Uma mulher negra de olhos verdes e cabelos castanhos, adentrou a sala trajando um vestido vermelho igualmente aos saltos altos. Esbanjava sensualidade, lúxuria, tentação.- Devia estar lotado o banheiro daquele bar, para aparecer somente agora.- pontuou encarando a mulher. 

- Que mal humor.- a negra riu apoiando as mãos no tampo da mesa.- Tive uma emergência, baby. Mas estou aqui para me desculpar e pra continuarmos o que estavamos fazendo ontem.- subilou passando a unha no maxilar tenso do homem. 

- Estou ocupado no memento.- falou com a voz rouca.- Podemos marcar para essa noite.- propôs. 

- Baby, vamos.- pediu contornando a mesa.- Pra que esperar, se podemos fazer isso aqui e agora?.- murmurou sentando-se em seu colo.- Diga que não quer.- desafiou. 

Joe tentou resistir ao máximo, mas algo naquela mulher o cegava e o deixava exausto para recuar. Ela o dominava. Sem ser o senhor de suas ações, o homem prendeu os lábios dela nos seus. Uma sensação de êxtase e letânia percorreram seu corpo deixando-o a mercê da mulher.