Descobertas

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"Ouriel havia acabado de chegar aos campos lestes de Firdaus. Ali era um lugar mais montanhoso, com grandes rochas. Tinha marcado de encontrar Listh ali, e temia ter se atrasado. Lúcio o havia requirido para irem ver os abismos de Neraka, onde o arcanjo loiro queria erguer seu domínio quando se rebelasse para o Pai.

- Listh.- chamou subindo em uma rocha escarpada. Olhou procurando-a, sem resultado.- Talvez ela ainda não tenha chegado...- divagou sentando-se pra esperar a arcanjo. Não demorou muito até que ela chegasse. Ouriel sentiu sua presença.- Listh....- murmurou voltando seu rosto para o lado para receber a arcanjo.

- Desculpe a demora, os querubins estavam dificeis hoje.- pediu ficando em frente ao ser.

- Esperaria pra sempre se assim desejasse....- afirmou afagando lhe os fios negros que emolduravam o rosto perfeito da arcanjo.

Desceu colando sua boca nos lábios dela. Gostava de sentir a textura, o sabor que tinha. O efeito que aquele gesto causava. Algo indomável surgia dentro dele. As demandas do corpo eram fortes e exigentes.

Assim como as asas ficavam rígidas, outras áreas, antes inativas, vibravam de desejo.

Com as grandes e carinhosas mãos, Ouriel desceu as alças da tunica clara que a morena usava. Trilhou beijos pelo pescoço, ombro, colo, curvatura dos seios....

Listh estava como lava fundida, seu corpo estremecia a cada toque, a cada beijo, a cada nova sensação que experimentava com o arcanjo. Sua mente gritava dizendo que era errado, porém, nada fazia mais sentido quando estava nos braços do Celeste.

Ouriel deixou as vestes escorregar pelo corpo gracioso e intocádo da arcanjo. A visão roubou o folêgo do Celeste que nunca havia visto algo tão belo, perfeito e tentador.

- Lindo....- murmurou traçando com os dedos todos os detalhes e as curvas com certa admiração.

A pele de Ouriel estava sensível em alguns pontos, em outros estava dolorído, pulsante como um coração. Jurava que poderia explodir em fragmentos naquele momento. Moveu a palma da mão sobre o seio, abrangendo toda a pele eriçada e quente. Com o polegar, brincou com o bico róseo.

Listh fechou os olhos submissa aos toques, a eletricidade percorreu o corpo se convertendo em líquido quente no baixo ventre. Um som estrangulado e sofrido, saiu de sua garganta atraindo a atenção do outro arcanjo que a olhou curioso e faminto.

- Me toque Listh. Me sinta....- pediu pegando a mão da morena induzindo-a lhe tocar.

Com os olhos escurecidos, rosto rubro, boca entre aberta, respiração em frangalhos, a arcanjo começou a despi-lo da túnica. Desamarrou o cordão da cintura. Seus dedos roçavam constantemente na elevação do tecido causada pela excitação que Ouriel tinha.

Ao ver aquele membro livre, Listh o tocou com as pontas dos dedos. Logo o envolveu com a mão como se para familiarizar com aquilo. Era tudo novo, curioso, intimo....

Tomado de uma vontade incontrolável, Ouriel tomou os lábios da Celeste de forma furiosa, a fúria quente que dominava seu corpo. Apertou Listh contra seu corpo que rugia em desejo.

Ondeando a mão fez sua tunica se abrir cobrindo um espaço no chão. Beijando a arcanjo, inclinou o corpo deitando-os sobre o tecido. As asas da Celeste se fecharam encolhendo, comose fossem passarinhos dormindo.

- Ouriel....- a morena arfou sentindo um raio atravessar seu corpo ao ter a boca do ser em seu seio.

A ponta a veludada do sexo de Ouriel estava na entrada úmida de Listh que tinha as pernas firmes enlaçadas em torno dele como um convite a se ligarem.
Listh cravou as unhas nas costas dele procurando uma âncora quando os quadris masculinos se empurraram em seu interior. Uma dor, um prazer nunca sentidos antes.

Ele começou a investir nela, parecia saber o que fazer, como fazer. O interior era quente e esmagador. Doía lhe todo o corpo. Tentava controlar aquela louca vontade de se mexer rápido e duro como uma besta.

Ouriel sabia, enquanto seu corpo se movia dentro dela, enquanto seus quadris investiam para enterrar-se em seu interior cada vez mais profundamente, que sua vida havia mudado, para sempre.

Listh gemia longamente. Ouviu o arcanjo sussurrar seu nome, seus braços a envolviam mais firmes.

Ouriel fechou os olhos enquanto os seios dela se moviam sobre seu peito, enquanto o apertado sexo o envolvia, o prendia com um ardente atrito aveludado.

Apertou-a contra ele e seus corações pulsavam como um só, seus corpos unidos. Os movimentos dele começaram ferozes e suas mãos a sustentavam imóvel enquanto se afundava profundamente. A sensação de seu corpo enroscado no dele, sendo tomado, como desejava a tirou seu folego. Só existia a sensação, só o prazer, só o erótico suor deles.

As asas de penas de águia se ergueram quando o arcanjo sentiu as paredes apertar lhe e um líquido quente e pegajoso escorrer de dentro da morena. Cores esplodiam em seus olhos, seus testículos se comprimiram. Não conseguiu evitar urrar quando o gozo veio. Sentiu se fraco, sonolento, extasiado....

- Isso...foi....- começou a falar quando se recuperou.

- Maravilhoso Ouriel....- Listh murmurou sentindo a letânia vir fechando lhe os olhos.

O arcanjo ondeou a mão fazendo aparecer um tecido grande que ele usou para os cobrir."

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Gwen descia as escadas da casa de sua mãe, Ázrael esperava do lado de fora com uma carranca de mal humor atípico dele. Vez ou outra o loiro rosnava, ou grunhia, um som de desagrado.

- Não quer mesmo esperar sua mãe voltar, morena?- indagou Joe sentado em sua moto.

- Se quisermos sair daqui hoje, é melhor sairmos logo.- decretou fechando a casa e colocando a chave escondida no vaso de planta que ficava no jardim.

- Você é quem manda.- o mestiço deu os ombros colocando o capacete.

Gwendolin entrou no carro no mesmo momento que o Ceifeiro. Ligou o carro e esperou Joe vir a sua janela.

- Distância de no máximo duzentos metros, se for parar, buzine. Vamos para pra comer na lanchonete da Susan.- pontuou o mecânico acelerando sua moto e seguindo pela rua.

- Ainda não entendi o porque dele vir conosco.- comentou o loiro visivelmente irritado.

- Por que pode ser útil ter um mecânico de confiança, e um exorcista para algum imprevisto.- a morena tirou rapidamente seus olhos da rua para fitar o anjo negro emburrado ao seu lado.- Essa ruga ai, é de ciúmes, Áz?- indagou divertida.

Não notou que estava franzindo o cenho até que os dedos dela alisaram sua testa. Seu toque o sacudiu de forma distinta.

- Não sei o que é isso.- rebateu indiferente.

- É um bolo no estômago, uma fisgada no peito, vontade de matar a pessoa só por estar respirando o mesmo ar que aquele que se ama....- explicou.- Ainda bem que não sente, é um sentimento que só faz mal....- comentou se voltando para a rua. Joe estava mais a frente em sua Halley preta.

Azrael ficou pensativo. Verdadeiramente, sentira vontade de ceifar o tal do Lance, Joe ele somente quis socar para que o mestiço parasse de ficar chamando Gwen de 'morena'. Mas era seguro dizer que amava a moça? Estava seguro disso?

- E como sabemos que amamos alguém?- pôs voz em suas dúvidas.

- Amor é complicado Áz. É quando se torna egoísta, quer ter a pessoa só pra si. Que ela só tenha olhos para você. Mas também pode abrir mão dela para que ela seja feliz seja com quem for. Quer estar sempre e a todo momento junto. Sente medo de nunca mais ver, ouvir ou sentir a pessoa. O sorriso dela lhe ilumina o dia chuvoso. O riso é contagiante. A dor dela passa a ser a sua....- divagou.

A cada item citado, o peito do loiro acelerava em confirmação. Estava amando. Amando um ser abençoado, de luz, puro. Olhou para a morena que mantinha a concentração na estrada. O anjo negro amava. Amava Gwendolin.

Anjo NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora