Fazia pouco mais de dez minutos que estavam no carro com aquele silêncio irritante. Ambos estavam pensando no que ocorrera dentro do quarto, se perguntavam se o outro estaria arrependido.
- Okay, anjo.- começou Gwendolin cansada de pensar e não resolver nada.- Por que me beijou?- perguntou realmente curiosa. Não que ela tenha odiado o beijo, ela gostara e muito. Só não entendera o porque daquilo. Seria curiosidade? Anjos sentiam como os humanos? No caso de Áz, demônios.
- Porque eu quis oras. Não gostou?- indagou receoso.
- Não é isso, Áz. Eu só achei que anjos não faziam essas coisas. Quero dizer, devem sentir alguma coisa, porque Joe é mestiço, não é?- a morena tentou expressar o que estava pensando.
- Eu não sou anjo, sou demônio.- pontuou entendendo a questão. A jovem estava confusa.- Não me arrependo de ter feito. Fazia tempo que eu queria fazer isso. - confessou olhando-a.
Gwen apertou os dedos no volante. Por que essas coisas tinham que acontecer com ela? Por que tinha que se sentir daquele jeito pelo Ceifeiro? "Diabos! Ele bem que poderia ser humano..." ruminou a idéia, porém, sua consciência lhe lembrava que o loiro era bem parecido com um humano. Sentira o corpo dele reagir duro quando se beijaram, deveria ser igual, pra que Joe tenha nascido o anjo devia ter a anatomia igual a de um terrestre.
- E farei de novo...- murmurou baixo o anjo negro. Baixo, mas não o suficiente, porque Gwen ouvira e apertava as pernas, tentando conter o pulsar no baixo ventre.
****
Azrael já tinha ido algumas vezes para New York, mas sempre se adimirava com o movimentos de pessoas. Eles nunca paravam?
Ficaram em um hotel mais caro que estavam ficando. Fizeram como sempre. Um quarto para Gwen e Áz, duas camas, e um para o Joe, cama de casal. Pois, segundo ele, não iria passar as noites frias daquela cidade sem alguém do lado. E de tanto insistir, a moça concordou em acompanhar o mecânico na danceteria. Iriam os três juntos. Se Joe se desse bem, o que era certo que aconteceria pela seu chamariz de "beleza dos anjos", Gwen não ficaria entediada sozinha.
Gwendolin saía do banheiro já arrumada. Usava calças jeans escura, uma regata roxeada por baixo de uma jaqueta preta e nos pés um cuturno baixo. Não queria fazer uma mega produção, pois não iria azarar ninguém, não estava com cabeça, e nem teria lugar pra levar o cara se arrumasse um para passar a noite.
A morena viu admirada a roupa do loiro. Estava todo de preto, os cabelos loiros e macios penteados desformemente.
- Está bonita, Gwen.- falou admirando-a.
- Você também. Bastante elegante.- sorriu.
- Eu Ceifei um homem que estava vestido com roupas assim, e como era noite...
- Eu gostei, não precisa se explicar.- o cortou rindo.
Deceram para frente do hotel a fim de esperar Joe. Az olhava para os lados, a moça estava chamando a atenção de vários homens ali, e isso aflorou algo dentro do loiro que passou o braço pelos ombros da jovem. Gwendolin olhou para ele estranhando a atitude, porém deixou estar. O Ceifeiro estava agindo de forma estranha desde que a beijara. Não que ela não estivesse gostando, mas era uma faceta nova do loiro. Ouviu ele resmunga algo.
- O que disse, anjo?- perguntou.
- Por que essas pessoas ficam nos olhando?- grunhiu irritado.
- Ignore, Áz.- pediu chegando na calçada do hotel.
O loiro ficou olhando-a. A lembrança do beijo que dera nela, estava tão recente em sua memória e em sua boca.
- Áz, dá pra parar de ficar me encarando?!- aquilo não ajudava em nada no plano de agir naturalmente.
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Anjo Negro
FantasyAzrael, um Ceifeiro foge de sua prisão no inferno. Seu delito, falar com um humano. Ele foge para a terra, e procura a ajuda do único humano que conheceu, pelo qual foi castigado, torturado e mutilado. Um humano que irradiava pureza e benção. O úni...