Vamos viajar

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"O beijo era casto, um juntar de lábios. Um gesto diferente para ambos os arcanjos. Nenhum ser celeste compartilhava atos tão íntimo com outro ser. Não que desconhecessem tal coisa, mas não sentiam a necessidade de contato carnal como os humanos.

O beijo foi se desenvolvendo, todos os músculos do rosto trabalharam para que os arcanjos saboreassem o doce sabor de um beijo calmo, sem língua. 

Ondas de prazer percorreram os corpos colados. As asas se ergueram tensas. O rosto femenino de Listh era segurado delicadamente pelas grandes mãos de Ouriel. Ter esse contato aqueceu os dois de uma maneira desconhecida. 

- Ouriel....-murmurou a arcanjo depois que cessaram o beijo.- Não deviamos ter feito isso. 

- Me desculpe.- pediu alisando as maçãs do rosto dela.- A culpa foi minha. Não sei o que me deu.... 

- Calma. Eu também não devia ter deixado acontecer.- sussurrou arfando.- Mas.... 

- Eu gostei.- completou o outro tornando a beijá-la enterrando seus dedos nos cabelos dela." 

Ouriel tinha o olhar vago, enquanto esperava Eae na fronteira. Ultimamente tem pensado no quanto foi egoista, e acabou condenando Listh á uma vida comum de humana. 

- Ouriel.- saudou o anjo.- Como estás? 

- Do jeito como estás me vendo.- respondeu indiferente.- Vou seguir seu conselho e ir atrás do Ceifeiro eu mesmo.- informou. 

- Muito bem, cumprindo suas obrigações....Ouriel, se a ver, fuja, mesmo que lhe cause dor. Deixe-a. - aconselhou. 

- Eae, peço que me ajude se eu lhe chamar. Se algo acontecer, faça o que tem de ser feito.- pediu.- Somos imãs, somos atraídos pela divindade, é incontrolável, a memória dela vai voltar, e eu não posso fazer isso com ela. 

- Ouriel, irmão, farei o que estiver ao meu alcance.- afirmou. 

***** 


Gwendolin arrumava sua mochila com roupas, acessórios eletrônico e coisas de higiene pessoal. O mesmo fez com a mochila que preparou para Azrael. 

Em um mês que se passou, a morena programou a viagem para Yorkville. Fez uma revisão no carro, adiantou seu trabalho e discutiu com Matt que pedia incessantemente para não ir. Por isso, não lhe avisou o dia em que iria. 

- Áz!- o chamou na sala.- Vamos logo. Não quero pegar trânsito. 

- Gwen, tem certeza de que quer ir? Não quero te envolver nos meus problemas.- falou chegando na sala. 

A garota ficou espantada com a figura do Ceifeiro. Seus cabelos estavam maiores e macios, seu rosto estava com aspecto de saudável, e a roupa o deixaram bonito. Gwen engoliu em seco e desviou os olhos do peito dele que estava á mostra por dois botões abertos. 

- Já tens me ajudado bastante me abrigando aqui e me ensinando.- continuou o loiro.- Por favor, fique.- pediu. 

- Nem vou discutir isso Áz.- replicou lhe estendendo uma mochila e pegando outra.- Você tem que parar de achar que sou uma garotinha e que preciso ser protegida. Eu sei me defender. Fiz aulas de auto defesa e tiro.- gabou-se. - Nunca se sabe quando vai se precisar.- de os ombros saindo do apartamento e o trancando. 

Dirigiam pela rua ás seis da manhã. Aquele horário em Ohaio era perfeito se não quizesse um trânsito para chegar á rodovia. 

- Viu, sem trânsito.- comentou Gwen. 

- Eu estou com fome.- constatou o anjo.- Por que saimos sem tomar café da manhã?- murmurou vendo o sol subir no céu. 

- Porque vamos tomar café na estrada. Pesquisei na internet e vi uma lanchonete que serve café da manhã no estilo da fazenda.- comunicou a morena.- Com leite, pães, ovos, queijo, manteiga, frutas, mel, panquecas, bolos, tudo fresco. Nada industrial. 

Anjo NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora