Não se atreva

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-Você está falando sério? Você tem certeza disso Hanna?
-Sim, eu tenho, sinto que preciso fazer isso. Afinal de uma forma ou de outra foi por minha causa. Ele veio pra Tóquio por minha causa o resto é problema dele mesmo que teria sido evitado se ele nem tivesse pego esse vôo... foi uma reação em cadeia no fim das contas, mas, mesmo assim, tenho que ao menos fazer uma visita, eu acho.
-Existe uma parte dentro de você que sente culpa pelo australiano.
-Se eu me sinto culpada? O Heitor está fora de controle, não me culpo por isso.
-Não fiz pergunta, eu sei que você se sente mal com isso. Hanna você pode não compartilhar muita coisa comigo, mas eu sei como você se sente, e eu entendo perfeitamente, eu vou com você, se preferir eu nem entro lá, só acompanho você.
-Eu contava com isso mesmo, até porque eu não conheço o caminho, e no fim das contas não sei se vão me deixar vê-lo...

Chegamos no consulado brasileiro o Heitor estava algemado a uma mesa de madeira muito pesada, estava especialmente pálido, as mãos estavam enfachadas, ele deve ter machucado enquanto... eu sei que ja assisti ele batendo antes, mas imaginar que ele bateu tanto a ponto de um fragmento de osso quebrado do crânio furar o olho e dilacerar a irrigação do olho a ponto de ninguém conseguir reparar, ele deixou uma pessoa desfigurada e que nunca mais vai voltar a enxergar e embora a ideia de tamanha crueldade sem motivo me embrulhe o estômago, eu preciso me despedir dele antes de voltar, eu não sei se ele vai ficar mofando aqui, se volta, é só um "tchau, obrigada por ter vindo pra minha aventura de férias, estrelando uma psicopata perseguidora que queria me fritar, e deixou minha amiga careca", okay, eu sei que é terrível mas não consegui pensar em nada melhor que isso.

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