Capítulo 23

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Capítulo 23

O local estava apinhado de gente, de tal modo que, eventualmente, Wade teve que soltar de Peter, ou eles não conseguiriam se locomover. Peter tomou a dianteira e, usando toda a sua atenção, percebeu uma família que se levantava para sair da mesa. Em dois passos parava ao lado dela, para guardar lugar. Acenou para o companheiro de aventura.

— Ei, Wade! Aqui — chamou-o sentindo o humor elevar-se um tanto. Conseguira mais fácil do que pensara. Mas a sensação boa durou os poucos segundos que Wade demorou para chegar a mesa — Onde conseguiu isso?!

Apontou o prato cheio de tacos e os dois copos grandes de refrigerante.

— Peguei de umas mesas... — a resposta veio simplória.

— Você roubou comida?! — Peter soou horrorizado.

— Qual o problema? — o rapaz puxou uma cadeira e sentou-se, colocando as guloseimas sobre a mesa.

— Qual... qual... Wade, você não pode roubar coisas por aí.

— Então faz de conta que a gente pegou emprestado. Se quiser eu devolvo quando descomer...

— WADE! — era impossível não se irritar com o cara em algum momento. Até um pensamento controlar um pouco da raiva — Tá tomando os remédios?

— Claro, baby boy. Não falhei nem um dia desde que te conhecemos. Senta aí e relaxa — e ele pegou um dos tacos dando uma mordida generosa. Um pouco do recheio de carne moída caiu pelas laterais — Huummm essa porra tá gostosa pra caralho!

— Tem que devolver isso, Wade. Não é seu! — Peter soou irredutível.

— Mas... eu não falei sério sobre devolver depois que descomer, nem lembro de onde peguei!

Peter trincou os dentes e olhou ao redor. Ainda estava de pé, tentou aproveitar a posição e descobrir algum cliente irritado por ter sido roubado. Porém não viu nada de anormal. Ou a vitima não se dera conta do ocorrido ou tinha ido chamar algum segurança. O caos parecia o caoticamente usual.

— Droga, cara. Ficar longe de encrenca é em todos os sentidos! — o tom de voz de Peter ainda traía sua raiva, contudo sentiu que falava com o vento, pois Wade terminou de comer o primeiro taco e se pôs a lamber os dedos. Nem hesitou em pegar o refrigerante e sugar pelo canudinho — Não acredito! Se fizer isso de novo eu juro que nunca mais saio com você!

A ameaça surtiu o efeito desejado.

— Tá falando sério? É só comida...

— Mas não é sua! Se não tinha dinheiro era só falar! Eu pago alguma coisa pra você — Peter não era rico como Tony Stark, todavia podia muito bem bancar o lanche de um amigo de vez em quando.

— Eu tenho dinheiro aqui comigo.

— Então por que roubou?! — Peter não se conformou.

— E por que não?

Astronaut: ReFlying (Spideypool)Onde histórias criam vida. Descubra agora