Capítulo 30

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Notas iniciais do capítulo

Preparem os corações.

É o último!!!

Boa leitura

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Movendo-se daquele jeito gatuno e imprevisível, Wade passou mão pela nuca de Peter e o puxou para perto. Tudo aconteceu tão rápido que quando Peter deu por si, os lábios de Wade já estavam sobre os seus. A língua dele já dominava a sua.

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Peter demorou um segundo a mais do que deveria para empurrar o rapaz e levantar-se em um salto, assustado com o desenrolar da situação. Agarrou a mochila por puro instinto e se pôs em fuga dali.

Tão atordoado estava que mal se deu conta do caminho que percorreu. De alguma maneira chegou ao laboratório de ciências, um lugar seguro, onde ignorou Tony Stark, Bruce Banner e um terceiranista remanescente que ainda trabalhavam em conjunto na carcaça de um pequeno robô. Foi sentar-se no fundo, apoiado na ultima bancada cheia de tubos de ensaio e equipamentos de pesquisa.

— Acho que aconteceu alguma coisa — Tony sussurrou para Bruce — Vá lá ver.

— Eu?! — ele apontou para si mesmo.

— Sim, nosso filho herdou a sensibilidade do seu lado da família. Você sabe que eu sou péssimo com isso, Robert.

Bruce apenas girou os olhos e acatou a ordem. Pelo menos nisso Stark estava certo: ele tinha o tato de um ogro para lidar com assuntos delicados. Deixou o melhor amigo finalizando o projeto com o garoto da Eletromecanica, que não se meteu no assunto que não lhe dizia respeitou; e caminhou até Peter, sentando-se ao lado dele.

— Tá tudo bem? — esperou resposta, como não a recebeu, insistiu: — Peter? O que aconteceu?

O menino cobriu os lábios com a mão que tremia. Parecia tão abalado que Bruce o analisou de cima a baixo procurando algum tipo de ferimento.

— Foi o Thompson? — tentou adivinhar o que aconteceu — Ele te machucou?

— O quê? N-não! Não foi o Flash. Não é nada... só... preciso de um minuto.

Não teve forças para explicar a cena com Wade. Desde que se tornaram amigos ele tentava constantemente conseguir algo como o beijo. Peter sempre o impedia de alguma forma... no fundo nunca imaginou que era mais do que brincadeira, mais do que a esquizofrenia de Wade se manifestando.

Até acontecer, até o beijo se tornar real e deixá-lo com aquele treco engraçado na barriga. Com o formigamento inédito nos lábios. E a confusão desgraçada na mente.

— Tudo bem. A gente vai trabalhar um pouco mais no projeto. Leve o tempo que precisar para se recuperar.

Peter acenou com a cabeça e abraçou a mochila sobre a bancada, escondendo o rosto. Não conseguia pensar direito, não achava o fio da meada que o ajudaria a colocar a mente em ordem. Só tinha uma única certeza: não queria ver Wade tão cedo!

Bruce e Tony voltaram a trabalhar com o outro terceiranista, a quem chamavam de Jarvis, lançado miradas preocupadas para Peter, mal podendo disfarçar.

— Já chega — Tony decretou admirando satisfeito o protótipo. Avançaram o bastante no projeto, a nota alta estava garantida: robozinhos sempre surpreendiam todo mundo. Principalmente quando funcionavam.

— Excelente — a resposta de Bruce veio com um ajeitar de óculos que vira e mexe escorregava pela ponte do nariz.

— Amanhã no mesmo horário? — Jarvis perguntou. Foi a deixa para combinarem os próximos passos, antes das despedidas. Já passara um pouco do final das aulas. Não era incomum encontrar os alunos mais dedicados pelas dependências da escola. Fossem os com prazos apertados na entrega de trabalho ou os com competições dos clubes extra.

Astronaut: ReFlying (Spideypool)Onde histórias criam vida. Descubra agora