Capítulo 46: Confusão, tiroteio e a vadia da Laila

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"Ele me enche de certezas e depois me cobre de dúvidas" (Cinquenta tons de cinza)

Pouco a pouco a raiva se dissipa e o peso da minha atitude ameaça me esmagar por inteira, minha cabeça lateja e sinto como se estivessem tentando rachá-la no meio com uma marreta

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Pouco a pouco a raiva se dissipa e o peso da minha atitude ameaça me esmagar por inteira, minha cabeça lateja e sinto como se estivessem tentando rachá-la no meio com uma marreta. Rolo no sofá procurando uma razão para não passar a noite me crucificando por ter terminado com ele, na verdade fui obrigada a fazer isso, não aguento mais, uma hora cansa, embora eu pensasse que estaria me desmanchando em lágrimas, não consigo chorar, porque o oco no meu coração corrói tudo dentro de mim, arrancando tudo, me deixando sem lágrimas, sem motivos para seguir em frente, sem nada...

Analiso por um momento a situação, se eu conseguir um serviço vou poder preencher meu tempo e não pensar nele, além de poder comprar um carro por um valor razoável, tenho um pouco de dinheiro na minha conta bancária que poderei usar quando completar dezoito anos, então até lá tenho eu tempo.

Resolvo enviar um torpedo para a Lurdinha.

"Onde você está?"

Imediatamente ela responde:

"Carro do Lipe."

Ela não tem jeito mesmo, será que está apaixonada por ele? Sério que não consigo entender.

O celular vibra novamente, outra mensagem dela.

"Vamos beber um pouquinho? Não estou afim de passar minha noite de sexta olhando para o teto."

Penso um pouco no assunto, eu odeio o namorado ou meio namorado dela, odeio Armando e com certeza eles me odeiam também, e o mais engraçado é que todos nos odiamos e acabamos juntos de alguma forma. Me pergunto se o Caio cumprirá sua promessa de parar de andar com eles, duvido muito, agora ele é livre para andar com quem bem quiser, pensando bem eu vou sim, não vou ficar em casa remoendo o fim drástico do nosso relacionamento e repetindo as falas de cada um em minha cabeça, vou beber um pouquinho e dormir na casa da Lurdinha.

"Eu também não. Me leva?"

Sinto um friozinho na barriga, será minha primeira noite solteira, sem se importar de ter um namorado sumido ou querendo quebrar alguma coisa quando estamos brigando.

"Já estamos no caminho da sua casa." Ela avisa.

Respondo "ok" e corro para me vestir.

Meus cabelos ainda estão um pouco ondulados, dificilmente a escova e chapinha segura por muito tempo, resolvo amarrá-lo e passo um pouco de reparador de pontas para assentá-lo mais.

Visto uma blusinha branca de alcinha e uma calça jeans justa, coloco minhas sapatilhas de bolinha e pinto os lábios de vermelho, passo um pouco de delineador e pego um casaquinho para prevenir, o tempo sempre está mudando e sou anti muitas coisas, anti frio é uma delas.

Uma batida na porta e eu grito 'já vou', pego minha bolsinha e coloco meu celular dentro, corro para encontrar a Lurdes na porta mas é o Matias que me espera, me oferecendo o braço, e sou pega olhando para o piercing que ele pôs no lábio inferior.

Namoro de Mentirinha [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora