Bônus | 1 - Lurdes e Carlos

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DOMINGO

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DOMINGO

Empilho meus livros na instante por ordem alfabética, bloqueio minha mente para impedir qualquer distração, não posso me descuidar e desorganizar minha vida, tenho tudo anotado e planejado, nunca algo dá errado ou sai do controle. Ligo para Marcela e me certifico de que entregarão meu carro antes das onze, preciso chegar no escritório com antecedência de dez minutos, é uma espécie de tradição.

“Seu carro está pronto senhor e já mandei lhe entregarem.” Prestativamente Marcela me informa.

“Obrigada! Mandarei minha secretária depositar o cheque assim que me entregarem o carro.” Desligo e corro para consultar minha agenda, marco ok ao lado do nome carro e meu celular vibra, com certeza são alguns dos meus alarmes me avisando de alguma tarefa importante, embora não me recorde de ter planejado algo para este domingo, como sempre marco as coisas com antecedência de no mínimo uma semana posso ter esquecido, o que é bem raro.

Não é o alarme disparando e sim uma chamada...

O número não está salvo nos meus contatos, coço a barba um pouco receoso, quem poderia me ligar em uma manhã de domingo? Meu celular dificilmente toca, sempre sei quem me liga e tenho uma política rígida sobre para quem dou meu número. Eu penso, penso e penso...

"Como não pensei nisso antes?" Só pode ser ela...

Espero a chamada cair na caixa postal e decido bloquear o número. Volto a me concentrar na tabela de preços que vou precisar fazer alterações, coloco tudo dentro de um pacote e lacro, depois de garantir que o quarto está em ordem vou para o banho.

A água já está devidamente aquecida e minha visão embaça por conta da fumaça, olho para camiseta regata super cavada que uso na musculação, não sei o que farei com ela, não poderei usá-la sem me lembrar que Lurdes a usou, o tecido grudou tentadoramente no corpo esbelto dela, e praticamente não cobriu nada, tenho convicção que ficou ainda mais sexy, talvez teria sido melhor mantê-la com as peças íntimas ao invés de priorizar minha obsessão por limpeza. Me sinto o maior covarde entre os homens, eu não poderia ter despedido ela, o mais sensato e prudente seria banhá-la com roupa e tudo. E não foi uma tarefa prazerosa, Lurdes se debatia nos meus braços sempre que o jato de água gelada era lançado sobre seu corpo. E que corpo... Como minha vida seria diferente se eu chegasse em casa depois de um dia cansativo e estressante e minha mulher me aguardasse na porta e depois me arrastasse para tomar uma ducha com ela, poderia ter o mesmo corpo de Lurdes, os mesmos lábios, cabelos negros e olhos puxados, baixinha e... "Pode parar com isso!" Ordeno para mim mesmo. Não posso pensar nisso agora, ou melhor, nunca, muito menos dentro de um banheiro, quando estou peladaço.

Vou me certificar de mantê-la longe de mim, quanto mais distância melhor, depois do que vi minha cabeça bagunçou, gravei cada detalhe de seu corpo que poderia desenhá-lo agora mesmo, não foi uma tarefa fácil colocá-la dentro da minha banheira usando somente minha camiseta, tive que fechar os olhos quando removi suas peças íntimas, me senti um maníaco por deixar minha mão passar acidentalmente em alguns lugares que nem são considerados íntimos ou proibidos, mas tudo nela era um convite para atormentar a mente de qualquer homem, até as mais sábias e controladas. O mais engraçado foi como a situação ficou esquisita, eu não a via como uma mulher, não daquela maneira, meu desejo mesmo era de cuidar dela, como se cuida de uma criança indefesa, os sentimentos mais nobres foram despertados, desesperadamente eu queria acaricia-la, até repeti várias vezes que iria ficar tudo bem. Mas eu sabia que ela não podia me ouvir, talvez por isso eu tenha falado tudo o que estava sentindo.

Namoro de Mentirinha [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora