Namoro de Mentirinha [COMPLETO]

Capítulo 70: Eu tento!

Jogos, transformações e medos, Quando partirão daqui? Quando vão parar? Eu acredito que o destino nos trouxe aqui, E nós devíamos estar juntos baby, Mas nós não estamos, Eu tento dizer adeus e engasgo, Eu tento ir embora e tropeço, Embora eu tente esconder, está claro, Meu mundo desmorona quando você não está aqui." (I Try - Marcy Gray)

Dois dias se passaram até que eu finalmente tomei minha decisão, pedi para que alguém trouxesse-a até aqui, não teria outro jeito, iria me humilhar, implorar, qualquer coisa que fizesse Sandra retroceder.

Meu pai passou rapidamente hoje pela manhã, apenas para informar que Alice teve alta hoje cedo, para eu ficar tranquilo que ela estava se recuperando dos sedativos, e tornei a perguntar se ela chamou por mim, sua resposta foi a mesma: Não.

Eu não sabia se isso era negativo ou positivo.

"Ô garoto, você tem visita." Sandra está ao lado do policial, dei graças aos céus que ela colocou algo que cobrisse a tatuagem.

"Ela pode entrar?" Eu sei que pode, permitiram que minha mãe entrasse, mas lógico que com a garota que estou sendo acusado de ter asfixiado é totalmente diferente.

"Tudo bem." Ela concorda olhando para o policial por tempo demais.

"Qualquer coisa só gritar." Avisa e abre a cela.

Sandra entra a passadas lentas na minha direção com um sorriso maldito no rosto.

"Vou logo avisando que não vou retirar a queixa." Ela se detém, cruzando os braços.

Fico encarando-a por alguns segundos, pesando na balança cada uma das minhas palavras, imaginando um jeito de contorcer a situação

"Eu menti." Sussurro olhando dentro dos seus olhos.

"Como assim?" Vejo o V se formar em sua testa. Ela permanece desconfiada, me encarando duramente.

"Eu menti quando falei naquele dia que nunca senti nada por você." No início, eu quis falar aquilo estrategicamente, para tentá-la manipulá-la, como sempre fazia com as pessoas, mas no instante em que as palavras saíram da minha boca eu percebi o quão verdadeiras elas eram, senti verdade em cada letra pronunciada e até um alívio por deixá-las partir, finalmente.

Ela deixa seus braços caírem ao lado do corpo.

"Eu sei o que você está tentando fazer." Seus olhos começam marejar.

"Não." Me inclino em sua direção. "É verdade Sandra, olhe dentro dos meus olhos, eles não mentem, pelo menos creio que não podem mentir, como você mesmo falara, eu gostava de você, muito." Seus olhos caem para o chão.

"No início eu juro que não sentia nada além de uma mera atração, mas com o tempo..." Faço esforço para remexer nas memórias, nos sentimentos sufocados e trancafiados. "Eu fui aprendendo a apreciar seu sorriso, a forma como você mexia nos cabelos, ou como chorava quando eu te falava algo duro e meu coração protestava no peito, acredite, aquilo doía mas em mim do que em você."