Olívia de Castro
Depois de assumir meu namoro que nem existia, comecei pensar nas consequências e me culpei. Primeiro que eu estava quase marcando com um cara do Tinder — Eric —, e provável não conseguiria sair com ele, pois teria que usar as redes sociais para fazer a mentira verídica; como colocar status apaixonado, foto com o Bernardo de perfil e talvez assumir relacionamento sério no Facebook. Tudo bem que fizemos apenas para o benefício da "catástrofe" e esperava que tudo desse certo no final.
Os pais de Bernardo chegaram em casa por volta das 20h, junto com Rafael e Aline que nos olharam espantados. Dona Yara — que era um amor —, trouxe um suflê de abacaxi com côco para a sobremesa e Aline trouxe pavê de pêssego.
Minha mãe havia feito um jantar mais sofisticado, basicamente arroz de forno sem ervilha e sem milho — pois eu odiava —, e salmão de forno com batatas — que tinha congelado dentro do freezer há quase seis meses esperando uma comemoração especial.
Todos estavam à mesa sorridentes comendo e Bernardo compartilhava do mesmo pensamento que eu, devo imaginar.
Quando Ramela e Aline chegaram desentendidos com o convite, tivemos que explicar com detalhes sobre nosso fake namoro. Era claro que eles ajudariam no teatro e assim todos ficaram felizes.
Menos Karina e Rogério.
Karina me chamou de canto, falando algo como "Você só pode estar brincando! Por que está se envolvendo com meu ex-noivo? Vocês já me traiam naquela época ou o que? Explique-se."
Por fim, me neguei a oferecer qualquer tipo de explicação. Realmente não devia nada para aquela traidora. Inventei uma desculpa básica e saí deixando-a perplexa.
Rogério, nem fez questão de falar comigo. Apenas me encarava ridiculamente nervoso e carrancudo. Eu só não entendia o motivo daquilo tudo. Ele iria se casar em pouco tempo, não era!?
— E quando vocês começaram a namorar? — perguntou Yara, mãe de Bernardo.
— Dois meses.
— Um mês.
Havíamos respondido juntos, o que deixou todo mundo confuso. Bernardo riu, segurando minha mão.
— Bom, estamos oficializando agora, mas já tem dois meses que ficamos, um mês que nos apaixonamos e é isso — ele respondeu por fim, beijando minha bochecha. — Não é, amor?
— Sim — respondi meio desconfortável.
Percebi que Bernardo estava bem próximo de mim e arregalou os olhos ao fazer um bico. O que ele queria? Procurei resposta nos olhos dele e olhei de esguelha para todos, que esperavam um selinho. Aquilo era totalmente esquisitos mas não neguei selar meus lábios com os do meu "namorado". Meu estômago estava simplesmente fazendo cócegas. Não era boa com mentiras, meu corpo reagia a isso.
— Totalmente ECA — Karina ironizou irritada. — Isso é nojento, parem.
— Deixe os meninos, Karina. Você não beija? Não transa? Deixe Olívia — minha mãe respondeu, piscando para mim. — Estou tão feliz por vocês!
— Parabéns, meu filho! — Roberto, pai de Bernardo, olhou para nós dois. — Vocês realmente merecem ser felizes, sem atrapalhar a felicidade de ninguém.
Ok. Isso tinha sido para nós dois? Ou para Karina e Rogério? Claro que para eles, né?
— Obrigada! — fui educada, beijando o rosto de Bernardo. — Não pude encontrar homem mais perfeito.
— É tão difícil lembrar que meu menino está crescendo tão rápido — Yara começou a falar, olhando orgulhosa para o filho. Ele largou os talheres, encarando a mãe como se a mandasse ficar quieta. — Lembro quando teve a primeira ejaculação.
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Como Cancelar um Casamento [EM REVISÃO]
ChickLit1° Livro da série "COMO" Karina e Rogério estão prestes a se casar. Os preparativos para o casamento estão a todo vapor, e o grande dia, se aproxima cada vez mais. Porém, nem tudo são flores. Ser abandonado no altar pela pessoa que você ama, deve s...