Olívia de Castro
Fui envolvida gentilmente pelos braços fortes de Bernardo pela milésima vez naquela noite. Estávamos parados no meio do meu quarto, terminando de fazer minha mala.
Eu precisava de espaço da minha família, precisava de novos ares e achei que uma viagem curta, seria eficaz para os meus problemas naquele momento. Eu não queria discutir com eles, queria primeiro pensar antes de fazer alguma besteira.
Ninguém havia chego em casa ainda, já que havíamos saído da festa bem antes de todo mundo.
Quando estávamos prontos para sair, meu pai abriu a porta carregando Valentina dorminhoca nos braços. Ele olhou-me cabisbaixo e depois olhou para fora.
— Não que o que tenha feito seja o certo, mas você... Queremos nos desculpar.
— Pai, não agora — pedi fechando os olhos. — Não estou em condições de conversar no momento.
— Para onde você pensa que vai? — minha mãe adentrou a casa olhando minha mala.
— Preciso de um pouco de tempo — coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Não vou conseguir ficar aqui, não agora.
— Você ficará, pois iremos conversar! — minha mãe falou nervosa. — Você tem noção do que fez? Você poderia ter matado sua irmã!
— Dona Lourdes, aquilo do carro não teve nada a ver com a gente — Bernardo tentou justificar com uma meia mentira. — Foi realmente um acidente, mas referente ao resto, Olívia não fez nada sozinha.
— Claro que você tinha que estar envolvido — ela respondeu rabujenta. Ela falava como se odiasse Bernardo e que tudo até ali havia sido falso, mas eu sabia que ela estava com raiva. — Você era tão bom menino, Bernardo, eu gost...
— É, Dona Lourdes, mas isso não fez com que a senhora buscasse saber sobre mim antes disso — calou minha mãe de imediato. — Eu vou acompanhar Olívia, depois conversamos melhor quando todos estivermos mais tranquilos.
Sem esperar respostas, saímos de minha casa. Primeiro passamos na casa de Bernardo para tomarmos banho e preparar uma mala de roupas para ele.
Tomamos estrada ainda no mesmo dia, decidindo aproveitar uma viagem para o interior de São Paulo rumo a cidade de Holambra, onde Bernardo dizia ser um bom lugar para espairecer.
Acabamos em uma pousada aconchegante e não pensei duas vezes antes de cair na cama e dormir. Eu estava exausta e o dia havia sido mais cheio do que eu de fato, esperava.
💋
[POV Bernardo]
Logo cedo pedi informações à dona da pousada sobre padarias e mercados mais próximos. Toda simpática, ela explicou-me e decidi ir na padaria para comprar algumas coisas para comermos.
Comprei alguns pães, bolacha, leite, café, frios e frutas para o café da manhã. Depois providenciaríamos para outras refeições. Passei também por um senhor que vendia flores na esquina do mercado — apesar de ter flores espalhadas por toda a cidade —, e comprei um buquê de peonias rosa e branca.
Preparei o café da manhã em poucos minutos, colocando na mesa tudo organizado. Andei para o quarto, ainda encontrando a loira dormindo. Ela era linda e isso me deixava um tanto confuso sobre mim mesmo.
Na verdade nem em detalhes sobre isso eu queria entrar. Estava me dando uma baita dor de cabeça desde nosso primeiro beijo verdadeiro, apesar de termos lidado tão friamente, onde ignoramos o fato sem uma conversa.
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ChickLit1° Livro da série "COMO" Karina e Rogério estão prestes a se casar. Os preparativos para o casamento estão a todo vapor, e o grande dia, se aproxima cada vez mais. Porém, nem tudo são flores. Ser abandonado no altar pela pessoa que você ama, deve s...