Olívia de Castro
O frio da maresia me atingiu minutos depois, e me arrependi dez vezes de não ter vindo com alguma blusa se quer, mas logo passei a camisa branca de Bernardo pelo meu corpo. Ela tinha mangas longas e ficava bem grande em mim. Meus dedos estavam gelados apesar da fogueira ali perto.
Ramela e Macarrão estavam brincando de capoeira com outros caras, enquanto eu e as meninas conversávamos. Foi quando observei Bernardo conversando próximo à uma garota.
— Quem é ela? — perguntou Aline cortando o papo que falávamos.
— Não sei.
— Ela tem o cabelo loiro e por baixo é roxo, azul e rosa, é isso? — Priscila arregalou os olhos. — Deve ser uma maluca metida a roqueira.
— Para com isso, Pri. A menina é linda e olha que corpo — Aline observou.
— É ela é linda mesmo — falei observando.
As meninas saíram para pegar alguma bebida, mas acabaram nem voltando ao encontrar os namorados. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa, um garoto sentou-se ao meu lado bebendo uma cerveja de garrafa. Sorriu malicioso e olhei um pouco estranha.
— Fala, gostosa — disse assim que largou a garrafa por algum canto. — O que você faz sozinha aqui, hein?
Eu continuei olhando-o estranha, apenas afim de que ele fosse embora.
— Nossa e embaixo dessa blusa? — ele passou a mão pela minha perna e com nojo, me esquivei. — Quer me provocar, né?
— Para de ser nojento — resmunguei, me levantando.
Tentei ao máximo me afastar daquele garoto nojento e tirei a areia da minha bunda. Caminhei entre as pessoas ali presentes, busquei alguma bebida e acabei por encontrar as meninas.
Contei sobre o idiota de minutos atrás e ao tentar encontra-lo, não consegui mais. As meninas se afastaram e eu debrucei sobre uma mesinha improvisada, olhando o mar.
— Gostosa — senti a mão dele deslizando sob meus ombros e sua voz em meu ouvido.
— Sai! — gritei tentando me livrar daquele ser repugnante. Era o mesmo cara que havia me assediado minutos atrás. — Você ficou maluco?
— Ah, gostosa, vai dizer que você não me quer? Todas querem, você é só mais uma que quer, eu sei — ele disse presunçoso e eu tentei tirar suas mãos de mim.
— Me larga! — pedi novamente, batendo em suas mãos.
— Deixa ela em paz, Nilo — outro rapaz interviu em minha defesa.
— Ela é gostosa demais, Enki — ele mais uma vez me acariciou.
A minha única reação foi fechar minha mão em punho e com apenas um golpe certeiro, enfiei uma porrada no centro da cara dele, fazendo-o cair. Algumas pessoas olhavam horrorizadas, outras não sabiam nem o que acontecia, mas rapidamente o tal "Enki" olhou para o tal Nilo e depois para mim.
— Caraca — ele disse, balançando a cabeça.
— Por que você bateu no cara, patricinha? — outro cara me perguntou. — O cara só estava te cantando.
— Você também não sabe ouvir um não? Não é não. E outra, seu amiguinho deve aprender a não tocar em algo que não o pertence — cruzei os braços, chutando o caído no chão para que prestasse atenção. — Acha que só porque tem carinha bonitinha, todo mundo quer dar para você? Me desculpa, querido, mas você é nojento.
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Genç Kız Edebiyatı1° Livro da série "COMO" Karina e Rogério estão prestes a se casar. Os preparativos para o casamento estão a todo vapor, e o grande dia, se aproxima cada vez mais. Porém, nem tudo são flores. Ser abandonado no altar pela pessoa que você ama, deve s...