Vejo Heitor bastante machucado, com um olho roxo e inchado, o braço esquerdo quebrado e vários arranhões pelo rosto. Me levanto imediatamente e vou até ele.
O que aconteceu? - Pergunto apavorada.
Eu sofri um acidente de carro logo depois de sair de uma briga. - Heitor fala sem mexer muito os lábios já que também estão um pouco inchados.
Heitor, eu sinto muito, mas você está melhor? Faz muito tempo que aconteceu? - Pergunto bem próxima dele, assim que percebo que estou próxima demais, me afasto um pouco.
Estou melhor, já faz umas duas semanas que saí do hospital. - Ele responde percebendo que me afastei.
Mas então já era para estar menos inchado seu olho e sua boca. - Falo olhando para seus machucados.
Sim, mas me envolvi em uma outra coisa e acabei me machucando de novo, mas o que faz aqui sozinha? - Ele muda de assunto e caminha até o banco que eu estava sentada e se senta.
Estava pensando na vida um pouco. - Falo enquanto volto a me sentar no banco.
E está tudo bem? - Ele pergunta parecendo preocupado.
Sim... - Respondo olhando em seus olhos, mas logo depois olho para baixo e falo: sendo sincera, não estou nada bem.
Quer conversar sobre? - Ele pergunta segurando minha mão com sua mão direita, já que a esquerda estava imóvel por conta do braço quebrado.
Na verdade, só quero poder chorar sem que ninguém me mande parar, sem que ninguém pergunte o porque, sem que ninguém me olhe estranho, quero poder chorar em paz. - Falo com um pouco de raiva e tristeza em minha voz e sinto as lágrimas começarem a rolar em meu rosto.
Posso ser seu ombro amigo se quiser. - Ele fala e eu me aproximo dele e deito em seu ombro direito e então choro como um bebê que acordou com fome em meio a madrugada, ele continua segurando minha mão e fazendo carinho na mesma. Ficamos assim por uma hora inteira e em nenhum momento ele me interrompeu, simplesmente me deixou chorar tudo aquilo que eu precisava. Paro de chorar e começo a limpar meu rosto, Heitor tenta me ajudar a limpa-lo e sorri gentilmente e eu retribuo o sorriso.
Já está ficando tarde, quer que eu te leve em casa? - Ele pergunta ainda tentando limpar meu rosto.
Eu quero sim. - Falo e me levanto, ele também levanta e vamos seguindo em silêncio para a minha casa, assim que chegamos em frente a ela, paro e Heitor para em minha frente.
Obrigada por me deixar chorar. - Agradeço olhando em seus olhos.
Sempre que precisar, você pode contar comigo. - Ele diz e da um meio sorriso, sinto uma vontade enorme de beijá-lo, mas me controlo e apenas retribuo o sorriso. - Bom, tenho que ir, qualquer coisa pode me ligar. - Ele fala novamente e me da um beijo na testa.
Se precisar, pode me ligar também. - Falo e ele faz que sim com a cabeça, ele se afasta e o observo ir embora, me viro e entro em casa, vou direto para meu quarto, vou para o banheiro e tomo um banho bem demorado, saio do banho e visto meu pijama, ligo meu notebook e entro em minhas redes sociais, vejo uma mensagem de Maria.
Amiga! Como você está? Estou morrendo de saudades, meu avião sairá daqui as 15 horas, ta previsto chegar aí umas 18 horas! Estou ansiosa para te encontrar!
Leio a mensagem e ai que me lembro de que Maria ia vir passar as férias de julho no Rio, não estou tão ansiosa como antes para que ela venha, mas vai ser bom ela vir.
Estou melhorando, amiga. To com muitas saudades também! Tudo bem, vamos te buscar no aeroporto.
Respondo e saio das redes sociais, coloco Yellow do Coldplay para tocar e deito na cama, fico ali pensando na em tudo o que aconteceu até que ouço alguém bater na porta.
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Uma Garota Apaixonada Em Apuros.
Teen FictionAlice vivia feliz em São Paulo, aonde passou toda a sua infância, agora com 17 anos, Alice terá que se mudar para o Rio de Janeiro e deixar sua cidade para trás mesmo não querendo nem um pouco ir, mas para a sua surpresa, Alice se apaixona pela cida...