A Viagem: A Origem do Mal

DE VOLTA PARA CASA

            Do abismo mais profundo do inferno, Satanás abriu um portal, do outro lado havia meu quarto.

— Venha, nossa expedição chegou ao fim.

— E Sofia? Onde esta? Não saio deste lugar horrendo sem minha amada.

— Veja! Disse Satanás apontando para o portal.

Quando meus olhos prestaram um pouco mais de atenção vi Sofia entrando em meu quarto com um olhar preocupado, como se estivesse me procurando.

Sem pensar duas vezes saltei para dentro do portal e voltei para meu quarto. Sofia tinha acabado de fechar a porta do quarto caminhando pela sala.

Quando tomei a iniciativa de ir até ela, Satanás mais uma vez me impediu se colocando em minha frente obstruindo o caminho.

— Saia de minha frente, falei com voz firme e franzindo as sombra celhas.

— Espere, antes que vá ao encontro de Sofia tenho algo importante a te informar.

— Sofia deve estar confusa com tudo que aconteceu, preciso estar com ela, acalmá-la, tentar explicar tudo que ocorreu.

Empurrei o príncipe do inferno para o lado e alcancei a maçaneta da porta, quando terminei de girar a maçaneta escutei Satanás falar sorridente.

— Ela não era Sofia!

Fiquei um tempo parado sem saber o que fazer, nem abria a porta nem soltava a maçaneta.

Depois de um tempo de confusão mental decidi dar ouvidos mais uma vez ao inimigo.

— Como assim?

— Não era ela, Sofia nunca esteve no inferno, na verdade nem saiu de sua casa.

Assustado e confuso continuei perguntando.

— Como assim? Se não foi ela lançada no inferno, quem foi?

— Lembra que em nossas aventuras te explique que eu e os meus podemos modificar nossos corpos?

— Sim mas você deu a entender que se transformavam em seres gigantes para ficarem mais fortes na guerra contra os céus.

— Pois é, não achei uma forma mais divertida de te dizer, então vou dizer logo.

Sorrindo muito e com as palmas das mãos e ombros levantados declarou a sentença.

— Nós também podemos nos transformar em uma doce menininha kkkkkkkk.

Meu olhar foi ao chão junto com meu espírito. Tonto, quase desmaiei cambaleando pelo quarto.

— Então, tudo que vivi esta manhã com minha amada foi mentira?

Ao sentar na cama continuei tento lembranças de nosso ultimo encontro.

— Eu, eu, eu...

Gaguejando prossegui.

— Beijei um demônio?

— Por mais que isso me fizesse feliz dizer que sim, ainda não posso mentir, para você. Então não, você não beijou um demônio.

— Então o que aconteceu?

— Quando Sofia saiu para ir ao banheiro eu paralisei sua mente, e um demônio tomou sua forma física. Logo ao te ver o chão se abriu e fiz todo aquele teatro.

Mais aliviado cocei a cabeça.

— E Sofia como ficou?

— A uns 5 minutos ela saiu do transe de paralisia. Por isso esta zanzando pela casa a sua procura, acho que ela desconfia que você esta brincando de esconde com ela.

— O que irei dizer a ela?

— Ai é com você. Lhe dê um susto e passe por namorado brincalhão ou conte a verdade e corra o risco dela te abandonar por achar que você é louco kkkkkk.

Tomando o fôlego tive alguns minutos para pensar. Voltando meus olhos para Satanás tive nova dúvida.

— Porque você disse que não pode mentir para mim?

— Fiz um trato.

— Com quem? Perguntei meio irritado.

— Com o cara la de cima.

— No que consistia este trato?

— Conversei com Ele sobre contar minha versão da história a um dos servos dele. Ele aceitou e fez algumas ponderações.

— Quais?

— Eu não posso mentir para você e tenho que responder todas as suas perguntas.

— Agora entendo porque respondeu sobre Jesus destruir sua casa no inferno, entre outras.

— Sim.

— E quais forma as outras condições divinas?

— Não posso te ferir.

Soltei uma gargalhada quando escutei isso.

— Porque não me disse antes? Passei tantos medos no inferno atoa kkkkk.

— Foi divertido te ver com medo.

— E Sofia? Porque não utilizou a Sofia verdadeira?

— Impossível.

— Porque?

— O reino das trevas não foi feito para homens e mulheres. Não há como um sair vivo do inferno.

Colocando as mãos no meio peito e apalpando minha carne retruquei assustado.

— Mas eu estou vivo ne?

— Sim, você esta!

— Como isso é possível?

— Ai é com o cara la de cima.

Com o mover das mãos vi Satanás abrir um novo portal que levava de volta a sua residência.

— Agora tenho que ir. Tenho um reino para governar.

Virando as costas entrou no portal sem me dar a chance de me despedir. "Acho que ele não gosta de despedidas sentimentais com beijos e abraços, pensei".

Respirando fundo me levantei, caminhei até a porta e procurei por Sofia.

Ela estava sentada na mesa em que tomamos café com as pernas cruzadas e mão no queixo. O movimento rápido do balançar de uma de suas pernas indicava que estava nervosa.

Cheguei de mancinho pelos fundos da varando que dava para a sala, parei de longe e fiquei admirando o sol iluminando seu rosto. Meu coração deu aquela apertada.

Logo ela se virou e com um sorriso no canto da boca perguntou.

— Onde você estava meu amor?

Tremulo e com minhas pernas bambas só consegui responder.

— Esta é uma longa história!

*Que bom que você chegou ao fim do livro, muito obrigado.

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Forte abraço.