Era um dia majestoso, às 7:00 da manhã o sol já raiava, depois de uma noite de descanso acordei com a sensação de ter dormido dias. Meu corpo estava revigorado, havia anos que não me sentia tão bem.
Seguindo um ritual matinal, orei, fui ao banheiro, escovei os dentes e sai do quarto para tomar meu desjejum. Minha família estava posta a mesa, meus pais e irmãos comiam o pão fresquinho que minha mãe avia acabado de assar.
A manteiga derretia no pão que acompanhado de uma boa xícara de café com leite tornava minha manhã cada vez melhor.
Após alguns minutos, cada membro da mesa foi saindo a procura de seus afazeres, até minha mãe que nunca saia de casa, nesta manhã pegou uma carona com meu pai e foi para cidade resolver coisas. Meus irmãos estudavam cedo e logo o transporte passou e os levou para escola.
Sozinho em uma manhã que parecia perfeita vi meus olhos brilharem quando avistei de longe Sofia. Uma linda donzela dos olhos verde e sorriso encantador.
Sofia adentrou pelo quintal de minha casa sem nem ter notado que a admirava de longe. Aos meus olhos ela parecia desfilar com seu vestidinho banco.
Subiu as escadas e quando me viu sentado à mesa do café na varanda perguntou.
— Sua mãe está aqui?
— Não, ela foi a cidade resolver coisas.
Se aproximando com passos lentos e entortando os lábios como que fazendo um biquinho para o lado esquerdo e para cima, olhando nos meus olhos continuou.
— Então isso quer dizer que este gatinho é só meu?
— Este gatinho é sempre só seu respondi com um largo sorriso no rosto.
Depois de um selinho Sofia logo se assentou e encheu uma xícara de café com os olhos esbugalhados fixos no pão fresquinho de minha mãe.
— Estou loca para comer o pão de minha sogra.
— Deixe que corto um bom pedaço para você, está uma delícia.
Eu e Sofia namoramos a sete meses e nos conhecemos desde crianças, cuidamos um do outro e somos apaixonados a anos.
Enquanto ela comia fiquei olhando seu rosto e me perguntando o que fiz para merecer uma mulher tão bela. Sem resposta meu coração prosseguiu agradecido a Deus por ter me dado tanta sorte no amor.
— Para de ficar me olhando assim, estou comendo, ela resmungou com a boca cheia de pão.
— Eu não consigo.
— Para seu bobo, ela disse sorrindo e com uma mente veloz logo mudou o assunto. Como foi sua noite?
— Tive um sonho estranho. Acordei assustado.
— Que tipo de sonho?
— Com o futuro. Tinha anjos, demônios, Jesus e guerra.
— E eu? Estava no seu sonho?
— Você sempre está nos meus sonhos meu amor, esta é a resposta que veio em minha mente que te deixaria toda derretida, mas como não posso mentir tenho que confessar que desta vez você não apareceu.
Com um olhar apertando os olhos, balançado a cabeça negativamente e levantando os ombros ela retrucou.
— Você acha que consegue me derreter tão facilmente assim?
Cortando mais um pedaço do pão quentinho, passei manteiga que logo se derreteu sobre o calor do pão.
— Assim como esta manteiga, respondi rindo.
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A Viagem: A Origem do Mal
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