Brittainy
Na segunda-feira de manhã, eu já podia ir a escola, estava me sentindo bem melhor. O desmaio foi causado por um remédio que tomei para o mal-estar e abaixou minha pressão. Peguei um atestado para mostrar para o treinador que eu estava apta a jogar. A primeira pessoa que vi foi o capitão, no armário dele. Parei no meu, e ele perguntou:
— Você tá melhor?
— Sim, obrigada por ter ligado para o Sebastian.
— Não há de quê. Quando você ia nos contar que é irmã do Moore?
— Não é um fato necessário para eu jogar futebol. Na verdade, isso gera comparações entre nós dois, e não gosto de ouvi-las. Se você puder manter segredo, ficarei grata.
— Não diz respeito a mim, não falarei com ninguém. O Vincent também não falará.
— Obrigada.
— Se você não se sentir bem em campo, por favor me diga. A saúde da gente tem que vir em primeiro lugar sempre.
— Falarei, capitão.
— Te vejo no treino mais tarde. Se cuida.
Fiquei muito grata com a preocupação do Derren. Meus pais não deram tanta importância, já que não é a primeira vez que acontece. O Sebastian é quem ficou comigo o final de semana todo. Uma chuva se iniciou na hora do intervalo, fraquinha até então. Sentei na mesa do time, e o papo principal era minha coroa.
— Sinceramente, a Britt merece a coroa, é uma das melhores alunas da escola e é muito bonita. — um jogador disse.
— Nenhuma mulher que se preze joga no meio de um monte de marmanjos. Você é feia só por isso. — um cara na mesa de trás se intrometeu.
— E nenhuma mulher que se preze fica triste por causa de um comentário babaca de um cara qualquer. — falei.
— Você poderia ter dormido sem essa. — o Zack disse para o cara.
Ele levantou para brigar, e o Victor levantou para me proteger. O Zack permaneceu sentado, estudando a colher dele com bastante interesse.
— Vamos ver se ela aguenta uma briga então. Se ela é igual a vocês, pode aguentar alguns socos.
— Aí você tá confundido direitos iguais com covardia. Ela tem os mesmos direitos, não os mesmos músculos ou força física. — o capitão comeu a salada de frutas como se nada estivesse acontecendo.
O cara sentou, e o Victor também.
— Se você quer brigar procure um ringue de luta, aqui você só vai conseguir uma suspensão. — continuou — E se você encostar um dedo na Brittainy na intenção de agredir, vai se ver com sessenta jogadores. Então nem tente.
Era incrível como ele conseguia ameaçar as pessoas parecendo tão desinteressado nelas. Na medida que o intervalo foi passando, o clima pesado do refeitório após a curta discussão foi voltando ao normal, e o lá fora ficando mais feio. Um trovão forte me fez pular no banco.
— Ah não, treino técnico não. Por favor Zack, não faz treino técnico. — o Will chorou.
— Se a chuva for muito forte, não tem como não ser.
Durante as aulas que ocorreram depois disso, a chuva faltou arrastar Lincoln Estados Unidos abaixo. No final de um teste de Literatura a luz acabou, estava escuro lá fora, tivemos que fazer o que pudemos para terminá-lo. As próximas aulas foram canceladas, e assim todo mundo ficou preso na escola. No grupo de Física os alunos falavam sobre a probabilidade da chuva destruir algo, e no de futebol, eles conversavam sobre o campeonato da liga profissional. Fiquei um pouco no primeiro grupo, e aprendi muitas coisas conversando com eles. Quando bateu meia hora sem luz, fui até o Zack saber se ele tinha alguma informação sobre quando a luz voltaria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1
Teen FictionBrittainy está acostumada a ser a única. A única filha em casa, a única boa aluna, a única mulher no meio dos homens do futebol americano. Ao se mudar para Lincoln, Nebraska, é tirada da zona de conforto por seu mais novo capitão, Zack Derren, que t...