Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1

13

Não pegue de mim,
O que você não precisa de mim.
(A Drop In The Ocean - Ron Pope)
Brittainy

Acordei bem confusa. Como vim parar na minha cama? Por que está de noite? O que estou fazendo com o uniforme do time? Pisquei pra tentar enxergar alguma coisa, mas as cortinas estavam fechadas, causando um completo blackout. As abri, e a luz solar me atingiu com força.

—Bom dia pra você também, astro-rei. Obrigado pela sua sutileza.

A porta abriu um pouco, e meu pai colocou a cabeça no buraco.

—Eu ia te acordar agora, você estava dormindo a doze horas.

Bocejei, e então falei:

—O que aconteceu? Não lembro de ter vindo pro quarto. Na verdade, não lembro de ter vindo pra casa.

—Você teve uma crise asmática no treino ontem, e seu capitão cuidou de você. Ele me ligou vinte minutos atrás, explicando tudo e pedindo pra você levar sua bombinha com você onde for. Disse que você pode ir pra escola... não. Que você deve ir pra escola.

—Muito gentil da parte dele. — resmunguei

—Filha, você sabe que já é grandinha, então não me deve muitas satisfações da sua vida. Mas eu preciso saber se esse garoto é o seu namorado.

Ri um pouco.

—Não, ele não é meu namorado.

—Mas ele gosta de você?

—Sim, somos bons amigos. — respondo, certa disso.

—Gosta em termos amorosos, Britt. Ele parecia preocupado demais para ter a ver com o time ou com fatos de amizade.

—Você está sugerindo que ele gosta de mim no sentido de sentir atração?

—É. Ele é um garoto legal, eu queria te dizer isso. E se vocês forem... algo mais que amigos, ficarei feliz por você. Agora, para variar um pouco, você está atrasada. Se apresse, hoje seu irmão te buscará na escola.

Me levantei e me arrumei do jeito que consegui, o que acabou sendo uma skinny clara e uma blusa preta folgada, o cabelo domado em um rabo de cavalo feito de qualquer jeito e só protetor solar no rosto. Desci do carro do meu pai com um chá do Starbucks na mão, e corri pra dentro. Cheguei mais cedo do que em qualquer outro dia, então sentei no chão na frente do meu armário e fiquei olhando a movimentação enquanto bebericava o líquido. As pessoas do grupo de ciências me cumprimentaram, e duas delas demonstraram preocupação com a minha saúde. Expliquei rapidamente que foi um descuido meu, e que eu estava perfeitamente bem agora. O capitão chegou com a típica cara de poucos amigos, mas sorriu ao me ver.

—Café? — apontou o copo na minha mão

—Chá. É melhor para minha saúde.

Ele concordou, e pegou as coisas dele, me olhando enquanto trancava o armário.

—Você lembra de alguma coisa sobre ontem?

—A partir da hora do treino não, mas me contaram que você me socorreu. Obrigada.

A careta de decepção dele foi clara. Me preocupei.

—Fiz alguma coisa errada? — perguntei

—Não. Eu me enganei sobre uma coisa, só isso.

—O lado bom é que não lembro de nada do seu engano, portanto sua barra tá limpa. — sorri, mas ele não retribuiu.

—Tanto faz.