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Brittainy

Começar o dia com a foto de uma pequena fã é emocionante. Eu estava pegando meu material no armário, quando o Zack me abordou com o celular em mãos.

  — Tenho uma foto da presidente do seu fã-clube.

Franzi o cenho. Não tenho um fã-clube. Ele me mostrou uma foto de uma criança vendo um documentário infantil sobre Astronomia.

  — Digamos que ela só faz o que a Britt faz, desde que você chegou no time.

Sorri, com os olhos marejados.

— Ela foge do capitão por que ele quer fazê-la nadar? — brinquei.

— Ela sabe nadar. Mas você vai hoje, certo?

Levantei a bolsa extra.

— Meu pai disse que não quer que eu chegue em casa com os cabelos secos. Por isso comprei...— tirei uma garrafa d'água da minha bolsa — isso.

— Engraçadinha. Depois do treino vamos para a minha casa, e aí começamos, ok?

— Posso dizer não?

— Pode, e vai uma suspensão de brinde daqui a três meses.

— Droga, pensei que você tinha esquecido as regras.

— Nunca esquecerei. Te esperarei no portão, tudo bem?

— Sim. O próximo jogo é depois de amanhã, certo?

— É. Tivemos uma folga boa, a chuva ajudou bastante, mas agora o inverno está vindo e muitos jogos também. Já jogou na neve?

— Não. É permitido?

— Permitido? Todo mundo ri com os tombos que levamos. Só são cancelados os jogos com muita neve.

Anotei mentalmente para procurar vídeos deles jogando na neve no YouTube. E, magicamente, o assunto da aula de Física, a primeira do dia, era neve. Escrevi um monte de coisas que o professor disse, e perguntei se havia como não escorregar. Ele riu e respondeu que se tinha, ele desconhecia o modo. Não tive mais nenhuma aula interessante hoje, nem a de física foi legal, por isso cheguei no treino com cara de velório.

— Apareceu a margarida.— o Will brincou

— Nem estou atrasada.— resmunguei.

— Só sete minutos. Um polichinelo para cada minuto.— o treinador mandou.

Grunhi e fiz os sete polichinelos. A programação de hoje era segurar o adversário e também fugir do abraço deles. O Carl, da reserva, foi o meu par. Ele segurou minha cintura com tanta força que gritei sem ar, e o Victor veio pra cima dele.

  — É pra segurar, não matar o adversário.

— Calma, aí Don Juan, tô fazendo o que me foi pedido.

— Se você não tomar cuidado, eu chamarei o treinador.

Os olhos dele brilharam com o desafio, mas o apito foi mais rápido que minha chance de correr pra longe. Fugi, mas ele me segurou com mais força.

— Carl, larga a Brittainy! Brittainy, troca com o Will.— o treinador gritou. O Will era par do Victor.

O meu colega acabou descobrindo o meu ponto de cócegas e sorriu pra mim alguns segundos antes do fim do treino, só para fazer cócegas em mim. Caí no chão, me contorcendo de tanto rir, e ficando sem ar. Só percebi que estava tendo um ataque de asma quando não consegui fazer o ar entrar. O capitão salvou minha vida com uma bombinha, e quando senti o ar entrando, quis chorar. Ele me colocou de pé antes que as lágrimas ameaçassem.

Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora