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Sem você, eu me sinto quebrado,
Como se fosse metade de um todo.
(Sad Song - We The Kings)
Zack

Não dava pra decidir o que era pior, ficar longe da Britt ou ficar perto e mal poder toca-la. Era domingo de Super Bowl, e nunca fiquei tanto tempo na cama nessa data importante quanto fiquei hoje. Levantei no meio da tarde, para não deixar minha mãe mais preocupada. Tomei um banho e fui ajudá-la com os lanches, afinal era um time que viria pra cá, eles comem mais que uma manada de búfalos.

—Quanto tempo até a final de vocês? — ela perguntou me observando

—Dois meses. Mas está difícil, ela não me recusa de ter por perto.

—É claro, quem recusaria esse garoto sexy?

—Para com isso, eu não gosto desse nome e você sabe do nosso problema.

—Sei, e não concordo com a existência dele. Vocês deveriam estar aproveitando a vida, quebrando essas regras idiotas, não se curvando perante a elas. Eu não te criei para você ficar querendo uma coisa que pode ter, e ficar esperando por causa de uma bobagem que alguém disse.

—Mãe, são os pais dela, você quer que eu faça o quê? Chegue na casa deles, e diga que eu não ligo para o que eles me disseram?

—Exato. Mas não desse jeito. Tem que ser de um jeito mais legal, mais amigável, você tem que conquistar seus sogros.

—Eles não são meus sogros ainda, e eu não vou quebrar essa regra.

—E se eles estiverem querendo alguém de atitude, e colocaram isso só pra te testar? Você tem que tentar, filho. Ou nunca saberá.

Ao invés de me dar apoio, nos últimos dias ela se virou contra mim e ficou me incentivando a fazer o que eu não podia. Mas esse último ponto que ela colocou me deixou intrigado. Podia ser verdade.

De todos os convidados, a Britt foi a última a chegar, veio a pé, mas morava só a duas ruas daqui.

—Eu estava assistindo uma apresentação do balé das minhas colegas, coisa obrigatória já que não danço. — explicou brevemente, ofegante, sem me olhar nos olhos — A professora me liberou antes do final, porquê se lembrou que eu gosto de futebol e hoje tem a final.

—Tudo bem, não começou ainda. Quer um copo d'água?

—Por favor. — sorriu, e foi se sentar com os outros.

Quando entreguei a água, o jogo começou. Me sentei entre ela e o braço do sofá, mas ficamos tão apertados que o Victor ofereceu o colo dele pra Britt se sentar, afinal ela era a mais leve. Ela recusou e teve uma ideia melhor; deitou em cima de mim, do Victor e do Mateo, a cabeça no encosto ao meu lado, e os pés no segundo linebacker.

Fiquei brincando com o cabelo dela nos passes ruins, e os outros xingavam sem parar. Até minha mãe xingou. Mas quem mais deveria xingar, por ser da família de um dos jogadores, ficou pacífica. E olhem que ela não dormiu. O time adversário virou o placar, e ela não deu um pio. O intervalo entrou, e todos nos levantamos irritados. Era raro um time conquistar a todos nós, e as emoções eram compartilhasse quando acontecia.

—Como o cara erra um chute naquela distância? — o Victor bufou

E comentários assim se repetiram, dirigidos aos jogadores que ocupavam as mesmas posições que nós. Menos para o halfback, porquê a nossa estava na sala cantando com a artista no show. Sentei ao lado dela com um sanduíche, já que, aparentemente, ela não ia levantar pra comer.

Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora