Zack
Ter que aguentar mil comentários diferentes por ter beijado a Britt era simplesmente insuportável. Por Cristo, eu só beijei ela, não é como se tivéssemos adotado trinta cachorros. Foi por isso que não aceitei ver o filme com ela, os comentários seriam mil vezes pior, e ela estaria com a cara de trinta monstros, ao invés dos dez que estampam o rosto dela na manhã fria de 1º de novembro que estamos enfrentando no refeitório.
— Eu ia perguntar se os boatos são verdade, mas com a combinação das caras de vocês, é possível dar lucro eterno à Monsters Inc. — o Victor citou Monstros S.A.
— Não, nenhum dos boatos é verdade.–resmunguei.
Nem o que ela saiu correndo da minha casa porque minha mãe a expulsou com uma vassoura, e muito menos os de que acordou os vizinhos com os sons que ela fez comigo. Nada disso aconteceu, na verdade é a primeira vez que a vejo desde aquela noite.
— Argh. Agora eu sou a jogadora que quer o lugar eterno no time principal, por isso dormiu com o capitão. — a Britt reclamou sentando ao meu lado.
— Você não é e não fez nada comigo, e sabe disso. É o que importa.
— O Mateo tá de prova que o grupo de golfe tá me enchendo o saco, caso eu perca a minha amada paciência.
Tem um grupo de golfe aqui na escola?
— Aí, gente! A Brittainy mandou avisar que tá todo mundo convidado para o chá de bebê! — um moreno do grupo causador do desgosto da Britt, gritou.
— Aí, Larsen! Só para te lembrar, caso você tenha esquecido: inventar mentiras sobre outros alunos dá suspensão de um mês! — gritei de volta.
Ele ficou mudo o resto do tempo ali. A Britt me olhou agradecida, mas aquilo não era mais do que a minha obrigação. Eu também a beijei, afinal. Mas as pessoas não se importam com isso, porque ela é a cara nova aqui na escola, e qualquer coisa que puderem fazer para tirá-la do sério será feito. Os alunos daqui são assim.
Mas nada acontecerá enquanto ela for minha jogadora. Com meus jogadores, ninguém mexe. Por exemplo, no ano passado o Victor sofreu com alguns comentários sobre os dentes dele, que usava aparelho. Tive que trazer uma dentista aqui na escola para explicar o porquê da importância do uso do aparelho ortodôntico em alguns casos. Como resultado, trinta alunos procuraram a doutora para colocar o aparelho.
Às vezes apontamos nas pessoas defeitos que temos em nós, e que se parássemos para nos observar, veríamos que precisamos de mais atenção do que o outro, por isso acho tão errado sair apontando falhas nos outros.
— Capitão, quando teremos treinos na piscina? — o Will perguntou esperançoso
— Em abril. Antes disso não dá, é frio demais.
— Frio? Como você faz tantas festas na piscina da sua casa então? — o Mateo indagou.
— É aquecida, e treinar exige toda uma preparação. No momento, o nosso foco são os playoffs. Temos um jogo fora de casa na semana que vem pra isso, e assim vamos caminhando para a final. Depois que essa fase passar, mesmo antes da final, se o clima cooperar, teremos um treino na piscina.
A Britt perguntou:
— É obrigatório esse treino?
— Nenhum treino é obrigatório, mas sim, quem não comparece é marcado como "ausente".
Ela fez uma careta
— E se faltar às outras aulas da piscina...? — ela não completou a pergunta, porque eu o fiz com a minha resposta, estranhando a questão e querendo saber a motivação para ela ser feita.
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Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1
Teen FictionBrittainy está acostumada a ser a única. A única filha em casa, a única boa aluna, a única mulher no meio dos homens do futebol americano. Ao se mudar para Lincoln, Nebraska, é tirada da zona de conforto por seu mais novo capitão, Zack Derren, que t...