Zack
Eu não gosto de causar ciúmes na Britt, porquê não é do meu agrado sentir ciúmes. Se eu não gosto de uma coisa, não vou fazê-la com a minha namorada. Tentei fazê-la esquecer esse sentimento ruim durante a noite, porque não tinha nem motivo dela sentir ciúmes, já que estou aqui com ela. Segundos foi o que precisei pra arrancar um sorriso dela, e enchê-la de beijos carinhosos, que acabaram virando uma noite cheia de demonstrações de afeto do tipo.
Acordei bem cedo alguns dias depois, com o celular dela tocando. Temos dormido juntos todas as noites, seja na casa dela ou aqui na minha.
Peguei o aparelho cantante e cutuquei a garota enrolada em mim.
—Hm, atende pra mim, quero dormir. — reclamou.
Era a mãe dela, mas atendi.
—Oi Angela.
—Zack Derren, como você ousa manter minha filha na sua casa no dia da formatura? Ela tem que arrumar. Tem que provar o vestido, tem que fazer um milhão de coisas! A começar por tomar o café da manhã aqui.
—Já vou a levar, Angela. São sete horas da manhã ainda.
—Ainda? "Já", você quis dizer. Você tem vinte minutos pra trazê-la aqui. Nem um a mais.
Ela desligou e me sentei, me forçando a acordar. Dezoito minutos depois ganhei o último beijo da Britt em várias horas.
Muitas mulheres, e até alguns homens, passam o dia inteiro se arrumando para uma ocasião especial. Seja ela uma festa, um batizado, um casamento, uma formatura, o que for. Eu não era uma dessas pessoas. Nesses dias especiais, fico olhando para o relógio esperando o tempo passar. E eu estava fazendo exatamente isso, enquanto jogava uma bolinha na parede, quando minha mãe chegou com o almoço.
—Eu não posso acreditar que você está indo embora. — e ela desmanchou em lágrimas.
Fiquei contando as horas para quando ela choraria por causa disso. Ela conseguiu segurar por um ano, desde quando escolhi onde queria estudar. A abracei, sentindo o corpo dela tremer.
É incrível como a genética cooperou para que eu parecesse um gigante, e para que ela parecesse uma fada.
—Eu não estou indo pra Marte, na missão da NASA. Estarei aqui perto de você, só a algumas horas de distância. Você nem vai conseguir sentir minha falta.
—Eu já estou sentindo, Zack. Muito. O maior motivo nem é sua ausência, é que você poderia me ajudar muito numa coisa que eu nem faço ideia de como é, e você, bem, a Gwen te treinou um pouquinho.
—Marianne, você tá grávida? — perguntei surpreso. Nem imaginei que ela fazia essas coisas ainda. Não porquê ela é minha "mãe", e sim porquê já tinham anos desde que eu a tinha visto com alguém.
—Sim. — grunhiu — Zack, você pode imaginar isso? Um bebê! Um bebê que chora e que faz cocô de verdade, não como as bonecas da Gwen.
—Hm, eu não posso imaginar porquê a Gwen é o último bebê que tive contato, e isso faz uns quatro anos. Mas você aprende, a tia também entrou em pânico quando descobriu a Gwen, você não lembra?
Ela riu e chorou.
—Lembro. Eu só... não sei o que fazer. Você era a única criança que eu pensei em cuidar na minha vida, e estava feliz que tinha conseguido fazer você virar um adulto responsável. Aí eu ganho outro bebê.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor em Jardas - Série Endzone - Livro 1
Teen FictionBrittainy está acostumada a ser a única. A única filha em casa, a única boa aluna, a única mulher no meio dos homens do futebol americano. Ao se mudar para Lincoln, Nebraska, é tirada da zona de conforto por seu mais novo capitão, Zack Derren, que t...